Icefields Parkway: “A” estrada nas Rochosas Canadenses

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Conteúdo do Artigo

Once upon a time, ou Era uma vez, uma mocinha estava folheando uma revista de viagem e aventura, a extinta Os Caminhos da Terra da editora Azul, quando se encantou
com as imagens e o texto sobre uma terra longínqua e que parecia encantada, mas que certamente era
A ESTRADA MAIS LINDA DO MUNDO

Maple-Leaf-Solid-Red-350 Dedicatória
Sempre penso em como um livro, uma matéria bem escrita de revista – ou quem sabe a experiência vivida e contada por um blogueiro de viagens (rsrsrs) podem fazer uma pessoa sonhar com o que parece inatingível. E sonhar, querer, é o primeiro passo para a conquista!

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Maple-Leaf-Solid-Red-350 Prefácio
Isso foi em 1995 eu nunca havia saído do país e só tinha viajado de avião uma vez. Revista guardada. Ideia na cabeça. Objetivo a alcançar. Não pensem que era fácil viajar, pois éramos muito duros! (rsrsrs). Eu precisava economizar o ano todo, deixando de passear e até de tomar um chopinho com as amigas. Não tínhamos um porquinho ou outro cofrinho. Nossa magra conta bancária é que ia engordando para que pudéssemos desfrutar de nossas férias. Um bônus em passagens pela United Airlines (conseguida por causa de um overbook do voo NY-SP no ano anterior) e a experiência positiva dos 32 dias nos Estados Unidos nos animaram a economizar mais um ano para férias de 18 dias no Canadá e mais 6 em NY.

Maple-Leaf-Solid-Red-350  Capítulo I – a Estrada
A Icefields Parkway une os 290 quilômetros que separam os Parques Nacionais de Jasper e Banff, na província de Alberta, no ponto mais bonito da cordilheira chamada Montanhas Rochosas. As Rochosas são uma formação continuada dos Andes, imaginem minha surpresa quando descobri!

A estrada recebe o número 93 no trecho de Jasper a Lake Louise e de lá até Banff, o número 1, estrada que liga o Canadá de Leste a Oeste. Mas sempre que você ouvir sobre esta estrada, ouvirá que ela não deve ser considerada como uma linha que liga dois pontos, pois estar nela já é a viagem.

Se você gosta de natureza, vai achar que vale a pena ir ao Canadá só para percorrer esta estrada entre as Montanhas Rochosas, ficar literalmente boquiaberto com os lagos em tons de verde e azul e com as montanhas de picos nevados dessa região do Oeste Canadense. Esta foto a seguir é do Peyto Lake. Tenho uma gravação de pessoas chegando ao deck de observação de onde tirei esta foto e muitas diziam ao chegar: “Wow!”. Wow seria um nome muito adequado, na minha opinião.

Peyto Lake, mas poderia se chamar Wow!, pois é o que todos pensam ou dizem quando o veem!
SEM FILTRO, foto analógica e escaneada. Imagine ao vivo…

Maple-Leaf-Solid-Red-350 Capítulo II – A Região de Jasper
Parte I – Maligne Canyon

Era primavera, mas em regiões montanhosas sempre faz frio pela manhã e à noite – e em cânions! Logo que chegamos, fomos conhecer o Maligne Canyon. Foi o primeiro blocão de gelo que vi fora do freezer (rsrsrs) e também a primeira vez que senti muito frio. Meu ouvido dóia sempre que me aproximava da borda do canyon e então entendi porque as meninas usam aquelas tiaras-pompons em regiões muito frias.

Montanhas Rochosas Canadá dicas
o primeiro monte de gelo, a gente não esquece


Parte II – Montanhas e Jasper Tramway

Além de lagos coloridos, as montanhas também impressionam. A mais alta é o Monte Robson, com 3.954 metros, que fica a Noroeste de Jasper, na província vizinha de Colúmbia Britânica. Agora, se você não é um montanhista, fique tranquilo! Jasper conta com o Tramway, bondinho que em sete minutos te leva 2.277 metros acima do nível do mar, sem grande esforço! E de lá você avista o Monte Robson. Clique aqui para o website oficial.

Não deixe de pegar o bondinho para avistar o Vale de Jasper e de quebra brincar no gelo
A vista do Vale e da cidade de Jsaper

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Parte III – Athabasca Falls
Você deve imaginar que com tantas geleiras e picos nevados, há várias cachoeiras e muitas delas podem ser vistas da estrada. A Athabasca é uma delas, mas estacione o carro para caminhar um pouco pela margem do rio.

Rio Athabasca e eu magrinha...
Rio Athabasca e eu magrinha…

Parte IV – Columbia Icefield
A Icefields Parkway tem esse nome por causa da Columbia Icefields, “campo” de seis geleiras. Uma delas, a Athabasca, pode ser vista da estrada e quem quiser pode embarcar num ônibus especial e caminhar sobre o gelo (eles fornecem os calçados, também). Mas o que mais me impressionou foram as placas datadas do alcance da geleira. Em tão pouco tempo, o recuo permanente causado pelo aquecimento global é assustador! Compre seus ingressos aqui.

Ônibus turístico na Athabasca Glacier.
Ônibus turístico na Athabasca Glacier.
A placa mostra o assustador recuo da geleira. Foto de Judd Patterson
A placa mostra o assustador recuo da geleira. Foto de Judd Patterson
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Na região da Columbia, o tempo fecha, literalmente!

Parte V – a cidade de Jasper
A “cidade” de Jasper é bem menor do que a de Banff, que recebe bem mais turistas. Há poucas opções de restaurantes ou de atividades noturnas. Mas se você procura uma autêntica cidadezinha de montanha, esta é sua escolha certa!

Uma das graciosas casas de Jasper
Uma das graciosas casas de Jasper

Foi nessa região fria da Columbia que encontrei um campo de gelo ao lado da estrada e não tive dúvidas: fiz meu primeiro boneco de neve!

O meu "Olaf"
O meu “Olaf”

Maple-Leaf-Solid-Red-350 Capítulo III – A região de Lake Louise e Banff
Parte I – Parte IV – Peyto Lake
No caminho a Lake Louise, faça uma parada no Peyto Lake, esse lago de cor azul-piscina que eu apelidei de Wow!

Parte II – Lake Louise
Este é um dos lagos mais visitados e o hotel de mesmo nome o maior e mais estiloso de toda região.

O Hotel no Lake Louise e o lago descongelado
O Hotel no Lake Louise e o lago descongelado

Eu tinha visto fotos de Lake Louise e sonhado com o momento de estar cara a cara com ele. Vejam o que eu vi quando lá cheguei (kkkk):

Lago Moraine. Eu esperava encontrá-lo azulzinho...
Transformei a foto em PB porque não havia cor mesmo…

Parte III – A gente se acostuma ao frio
A gente se acostuma: quando estacionamos o carro, sentimos tanto frio e achamos maluco o cara que saía do hotel vestindo uma camiseta. Quatro dias depois, sem perceber, fizemos o cheque out e fomos ao estacionamento… só de camiseta. Vai ver é possível, sim, que brasileiros se adaptem a temperaturas mais baixas sem precisar da evolução de milhões de anos (rsrsrs).

Parte IV – Emerald Lake
Pouco antes de chegar a Lake Louise, entre à direita na 1. Se continuar reto, também será a 1, mas você vai perder o Saia Emerald Lake.

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A selfie, em 1997, era colocar a câmera, apertar o botão de disparo e correr pra foto!
A selfie, em 1997, era colocar a câmera, apertar o botão de disparo e correr pra foto!

Eu gostei tanto do Emerald Lake que não queria ir embora. Não tinha nada para fazer, era final de tarde e estava praticamente vazio, Mas eu não queria sair de lá…

Parte V – Moraine Lake
O Moraine Lake fica depois de Lake Louise, um pouco mais afastado da estrada principal, mas vale muito a visita. Doze anos depois, quando visitava a geleira Perito Moreno, é que aprendi que Moraine não é um nome próprio e significa o monte de pedras e terra empurrados por uma geleira. O Lago também era azul nas fotos da revista, mas quando cheguei:

o Moraine Lake, congelado
o Moraine Lake, congelado

Parte VI – Lake Louise gondola
Eu não me lembro desse bondinho na época em que estive lá. Clique aqui para ter mais informações.

Parte VII – a cidade de Banff
Banff é uma cidade bem maior do que Jasper e no inverno é estação de ski. Também é mais acessível por estar mais próxima de Calgary, cidade servida por aeroporto.

A cidade de Banff, Foto de nfbcal.org
A cidade de Banff

Maple-Leaf-Solid-Red-350 Capítulo IV – O Safari Montanhês

Se as montanhas e lagos não te convenceram a colocar o Sudoeste Canadense em sua bucket list e se você já pensou em ir à África por causa dos animais, saiba que por essa estrada você avista diversas espécies de animais, num verdadeiro safari:  veados, ursos, cabras, carneiros… Em muitos pontos, a estrada é cercada e há pontes para que os animais as atravessem em segurança. E é muuuuito diferente estar ali, sem jaula ou fosso, pertinho de animais selvagens!

Uma das pontes para travessia de animais
Uma das pontes para travessia de animais
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Big horn sheep, estava enroscado no galho do arbusto

 

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Cena comum. Em Jasper, há alces até nos quintais das casas!

 

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Da janela do meu carro…
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Gente, que coisa mais fofa os bodes da montanha!

Maple-Leaf-Solid-Red-350  Capítulo V – Práticas Rápidas

Parte I – Como Chegar
Nós partimos de Vancouver (link para post no final desta matéria) e dirigimos cerca de 350 km até Kamloops para pernoitar. No dia seguinte, mais 480 km e chegamos a Jasper. A estrada é muito boa e tem seus atrativos, embora nada comparável à Icefields. No retorno, dirigimos de Banff até Calgary para pernoite e de lá tomamos um voo para Montreal, no Leste Canadense.

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Se não quiser dirigir tanto, voe até Calgary e faça o roteiro inverso, começando por Banff. Mas aí terá que voltar pela mesma estrada (que chato! rsrsrs) ou dirigir de Jasper a Edmonton (360 quilômetros) e pegar um voo doméstico a Toronto ou Vancouver, por exemplo.

Agora, se você não quer dirigir, existe a Rocky Mountaineer, uma linha de trem especial de Vancouver a Kamloops (leva 11 horas), pernoita em hotel e no dia seguinte faz Kamloops-Jasper-Banff-Calgary.  Dê uma olhada em um site especialista em viagens de trem (em Inglês) clicando aqui.

Conheça as Rockies de trem!
Conheça as Rockies de trem!

Parte II – Hospedagem
A pernoite em Kamloops, no meio do caminho até as Rochosas, foi no simpático  Hospitality Inn.
Em Jasper, ficamos num studio no Maligne Lodge e eu brinquei de “cozinhar” comida congelada.
A cereja do bolo foi na região do Lake Louise, no hotel Deer Lodge, com jeitão de cabana, lareira grande, todo de madeira. Pena (ou que bom!) que a paisagem lá fora era mais atrativa e não aproveitamos nada do hotel!

Ficamos em grande estilo, no Deer Lodge, perto do lago Louise
Ficamos em grande estilo, no Deer Lodge, perto do lago Louise

Confira outras opções de hotéis em Jasper, Lake Louise e Banff. 

Parte III – Temperatura
A partir de outubro as mínimas já ficam negativas e assim vão até Abril. No alto verão em Julho, as máximas chegam a impressionantes (rsrsrs) 22 graus, com mínimas de 10. Neve, entre novembro e março, mas dirigir pelas estradas é muito perigoso, principalmente para brasileiros que não estão habituados a deslizar pelo asfalto ou a encarar uma avalanche (vi váááárias placas de Avalanche area).

Parte IV – Quanto tempo ficar
Três a quatro dias são suficientes para conhecer bem a região, caso não for para praticar esportes como montanhismo, pesca, esqui, trekking… Mas é claro que você não vai fazer uma viagem tão longa para permanecer apenas 4 dias. Aproveite e conheça Vancouver e a Ilha de Vancouver, pois seu voo muito provavelmente será para lá.

Maple-Leaf-Solid-Red-350 Epílogo
Hoje, com as facilidades da Internet, tenho certeza de que eu teria me programado para ficar mais dias por lá e fazer trilhas em uma das paisagens mais lindas do mundo. Não me arrependo de ter ido na primavera, mas acho que no verão, com os dias mais longos e os lagos descongelados, deve ser ainda mais bonito.

A long time ago. The end.

Posts Relacionados:

Aqui no blog: Vancouver e Vitória: Oeste do Canadá

Website oficial da estrada, com guia para Download gratuito.

 

 

Marcia Picorallo

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Escrevo o Mulher Casada Viaja com carinho desde 2014, compartilhando minhas impressões dos lugares por onde passei, inspirando e ajudando leitores a planejar suas aventuras.

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Márcia, a viajante

Márcia, a viajante

Bem-vindo a bordo - e nem precisa apertar os cintos! Escrevo o Mulher Casada Viaja com carinho desde 2014, compartilhando minhas impressões dos lugares por onde passei, inspirando e ajudando leitores a planejar suas aventuras.

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COMENTÁRIOS

9 respostas

  1. Sobre a cor dos lagos que vínhamos conversando no IG, preciso concordam com vc que quando fui estavam com tonalidades diferentes mesmo!
    O rio Athabasca em setembro era totalmente turquesa! Acho que a nebulosidade e a câmera podem influenciar mesmo!
    Parabéns pelo post!!!
    Bjs

    1. É lindo demais, né? Um dia eu volto. Estou viajando por capitais da Europa, cheias de gente se acotovelando para um bom ângulo. Depois de uma semana suspirei e disse: “eu queria estar em Torres del Paine. Tem muita gente aqui.” Claro que adoro visitar cidades, mas o cansaço de uma trilha é bem diferente do de filas de museu e igrejas…

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