Compartilho nosso roteiro de Salvador em 1 dia, durante a parada do navio de cruzeiro, mas também serve pra quem tem poucas horas na capital da Bahia. Relato a sequência dos acontecimentos, assim você viaja comigo!
Chegamos a Salvador, primeira capital do Brasil, e as primeiras vistas do navio da MSC, o Preziosa não foram muito animadoras: um morro tomado por mato e casas em estado inexistente de conservação, algumas delas antigas, que deveriam estar restauradas e protegidas.
O desembarque do navio é rápido e logo estamos na calçada da Av. da França, diante de uma multidão que oferecia insistentemente tours, transporte ou algum serviço relacionado ao turismo – um retrato triste do desemprego, mais oferta do que procura.
Sei que no Brasil infelizmente as regiões portuárias não são das mais aprazíveis, mas que tristeza ver tantos edifícios antigos literalmente caindo aos pedaços. Compartilho aqui um deles, da Praça do Mercado (Modelo), mas se você entrar no Google mapas no modo satélite vai entender melhor o que estou falando.
O que Fazer em Salvador em 1 dia
Nosso roteiro começa no Comércio, bairro dos mais antigos construído sobre aterramento em frente para a Baía de Todos os Santos. Ali fica também o Mercado Modelo, que reúne lojas de produtos artesanais e souvenirs da Bahia, mas também pode ser uma opção para provar a culinária baiana.
Atualização: Este casarão histórico acima foi revitalizado e hoje abriga um museu, o da Cidade da Música Baiana.
Dali basta atravessar duas faixas de pedestres e estamos à frente do Elevador Lacerda. Pagamos R$ 0,25 para subir, o que me surpreendeu. Acho que não moradores deveriam pagar um pouco mais para contribuir com a manutenção.
O elevador funciona das 7h às 23h e foi construído em 1873 para vencer em 30 segundos os 72 metros de desnível entre a parte alta e baixa de Salvador. As cabines são fechadas, mas há um terraço, também fechado por vidros, de onde podemos ver a Baía de Todos os Santos.
Leia posts relacionados a este:
– O que Fazer no Rio de Janeiro durante parada do Navio de Cruzeiro
– Búzios: o que fazer na Parada do Cruzeiro
– Cruzeiro: estacionamento no porto de Santos
– Centro Histórico de Santos na Parada do Cruzeiro
Já na cidade alta, na Praça Tomé de Sousa, um letreiro de Salvador te saúda com paz, sorte, e proteção contra mau agouro, mas mesmo assim um funcionário da prefeitura, uniformizado e identificado, nos abordou para advertir que não seria seguro andar por ruas que não as que ele indicou (!). Esta parte da cidade compreende o centro histórico de Salvador. À direita, fica o Palácio Rio Branco, antiga sede do governo que hoje abriga a prefeitura.
Seguimos à esquerda, em direção à Praça da Sé, onde ficam o Monumento da Cruz Caída e o Memorial das Baianas. O monumento de 1999 foi erguido em homenagem à igreja da Sé, demolida em 1933 para dar lugar a um terminal de bondes. Desça os degraus e aprecie a vista da baía de Todos os Santos.
Continuando em frente, você passará pela estátua de Zumbi dos Palmares e ao final da rua, estará no Largo Terreiro de Jesus, onde pode visitar a Basílica de São Salvador e outras duas igrejas, tomar uma água de coco – ou uma capirinha – nas barraquinhas e admirar a fonte de 1856, cujas figuras em ferro fundido representam os rios que banham a Bahia.
Na outra extremidade do largo, outro largo, o do Cruzeiro de São Francisco, onde tem um casario bem conservado e colorido. Ao fundo, o Convento de São Francisco (foto abaixo).
Não deixe de visitá-lo. Muita gente vai direto ao pote de ouro – quase literal, porque a igreja de São Francisco faz doer os olhos, de tanto ouro. O Convento foi construído no século 18 e guarda tesouros como os 37 painéis de azulejos em seu claustro, trazidos de Porutugal entre 1743 e 1746, com títulos em latim inspirados em Horácio.
O saguão onde compramos o ingresso tem pinturas em painéis de madeira nas paredes e o teto é obra de Otto van Veen, mestre do pintor Rubens.

No andar superior, há um pequeno museu, com objetos sacros e mobiliário, incluindo um trono usado por 3 gerações de monarcas portugueses. De lá, é possível ver a igreja de uma perspectiva diferente:
Seguimos o arco-íris e fomos até o porte de ouro: a Igreja de São Francisco, um dos melhores exemplos do Barroco colonial brasileiro.
Sobre cruzeiros pelo Brasil, escrevi dicas bem práticas para sanar as dúvidas de quem vai pela primeira vez:
– Como é um cruzeiro no Brasil
– Cruzeiro: preços a bordo e o que está ou não incluso
O Pelourinho foi a próxima parada, mas tudo o que fizemos ali foi fotografar e tomar um sorvete. Se você tiver tempo, pode visitar a Fundação Casa de Jorge Amado.
Pelourinho é , em geral, uma coluna de pedra disposta na praça principal da cidade para punir traidores, devedores e outros criminosos. Muita gente acha que é algo característico de nações escravocatas, mas na Europa medieval este tipo de punição era bem comum.
A revitalização da área denominada Pelourinho começou no início dos anos 1990, objetivando restaurar o casario e tornar o centro histórico amigável ao turismo. Como toda mudança urbana significativa, trouxe críticas pela gentrificação causada.
Até aqui, fizemos tudo a pé, mas como o próximo destino estava a uns 8 km dali, tomamos um Uber e fomos fazer um pedido ao Senhor do Bonfim, o padroeiro da Bahia. No segundo domingo de janeiro acontece a famosa lavagem das escadas da igreja do Bonfim, uma festa popular que atrai muitos fiéis. Quem vive em Salvador e conta sobre esta tradicional festa é a Analuiza do blog Espiando pelo Mundo, confira suas dicas!
Para quem não sabe, surgiu no século 19 a tradição de amarrar a fitinha no pulso e dar três nós, um para cada pedido. E depois manter a fitinha no braço até que apodreça. Minha filha não teve tanta paciência…
Da igreja, vi os bairros pobres de Salvador e Gilberto Gil ficou martelando em minha cabeça:
“Madalena chorava, sua mãe consolava, dizendo assim: Pobre não tem valor, pobre é sofredor, e quem ajuda é o Senhor do Bonfim”
E já que estamos na chuva, vamos nos molhar: recebemos o benzimento de um baiano (contribuições são esperadas):

E olha o Gil de novo: “Toda menina baiana tem um santo que Deus deu…”
Atenção: não só ali, mas em toda Salvador, as baianas costumam se oferecer para tirar fotos, mas é claro que depois cobram. Por isso, se quiser uma foto com baianas, pergunte o preço antes. Li relatos de pessoas que inocentemente tiraram as fotos e foram extorquidas e ameaçadas se não ‘contribuíssem’ com o que lhes era pedido. Ajude, Senhor!
Se você não está em cruzeiro e vai dormir em terra, consulte os hotéis no site Booking.com. A região com mais opções de hotéis é a Barra, então o link acima está predefinido para este bairro, mas você pode alterar usando os filtros. Se gostar dos preços e condições, faça a reserva através deste link que o blog recebe uma pequena comissão, sem que você pague mais por isso. É uma atenção e gentileza do leitor para a blogueira, que se empenha em compartilhar suas viagens para ajudar mais gente a viajar com autonomia e segurança. Obrigada.
De lá tomamos outro Uber, que foi um mini city tour: passamos por vários bairros de Salvador, pelo Estádio Fonte Nova e Dique do Tororó, um lago com imagens de orixás (ancestrais africanos divinos) que é muito bonito. 15 km depois, estávamos no Farol da Barra, onde uma baiana quase agarrou meu marido (baiana-modelo-pega-turista), que se desvencilhou protestando. Oxente, mal sabe ela que esse brazuca tem espírito inglês!
Compramos o bilhete na lojinha de souvenirs (R$ 15), que dá direito a subir os 82 degraus do farol, passear pelo terraço do Forte de Santo Antônio da Barra, e conhecer o Museu Náutico da Bahia, instalado no forte.

O Forte é um dos mais antigos do Brasil – embora o panfleto indique-o como o mais antigo, várias fotes apontam que o de Bertioga-SP foi construído em 1532, enquanto o da Barra data de 1534.
Subir até o topo do farol (uns 80 degraus) não chegou a ser um sacrifício, já que estamos acostumados a subir torres de 300 e poucos degraus na Europa, mas de resto é o mesmo: apertado e degraus estreitos, evite se você sofre em lugares fechados. A vista do terraço do forte já é bonita, não se frustre se não puder subir.


O acervo do Museu conta com parte de peças encontradas numa expedição de 1976, que resgatou da costa baiana um naufrágio do Galeão Santíssimo Sacramento, de 1668! Cartas náuticas, miniaturas de embarcações, selos, moedas, lentes antigas do farol, enfim, um acervo bem interessante que ajuda a contar parte de nossa historia. Para mais informações, visite o site oficial do Museu Náutico.

Aluguel de Carro em Salvador
Caso você vá viajar por este trecho do litoral baiano, um carro é a melhor opção para circular pela Costa Norte. A Praia do Forte está a 90 km de Salvador e Mangue Seco a 185km. Para o Sul, tem Ilhéus a 450km – puxado, mas você pode parar em Valença (150 km de Salvador) para conhecer Morro de São Paulo. Para janeiro, alta temporada, a diária de um Fiat Mobi com ar condicionado sai em torno de R$90/dia no site da Rentcars.com, empresa que uso para minhas reservas e de quem o blog é afiliado. Eles concentram as principais locadoras e é possível parcelar no cartão de crédito.
Tomamos um novo Uber para voltar ao porto, e tivemos um almoço tardio no buffet do navio. Eu queria voltar à noite para o Pelourinho, onde o Olodum se apresentaria, mas fui vencida por 2 votos e passamos a noite no navio, que partiu às 22h e rumou para Ilhéus.

Última dica: para quem tem uma conexão longa ou está em cruzeiro e já conhece estes pontos de Salvador, uma boa opção é visitar o Projeto Tamar Praia do Forte, que fica a 85 km do Elevador Lacerda, mesmo que você não esteja com crianças.
Agora confira o mapinha com os pontos que visitamos neste dia em Salvador.
E você, já esteve em Salvador? Tem alguma dica pra compartilhar? Espero seus comentários, eles podem ajudar outros turistas. Seu e-mail não será exibido, é só uma norma de segurança. Abraços e até a próxima.
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Adorei as dicas! Amo demais a Bahia, mais ainda não tive oportunidade de conhecer Salvador. Quero muito conhecer! Bjs
tai um lugar qu equero conhecer no Brasil! e quero levar meus pais, eles nunca viajaram de aviao aheuaheu vou tentar levar la por maio quando o calor ja estiver bem ameno
Adorei a sinceridade no post. Também já fiquei um dia em salvador devido ao cruzeiro e eu curti bastante. Inclusive vou voltar esse final de ano, quem sabe eu consigo explorar um pouco mais
Curti as dicas! Acho até que vocês fizeram bastante coisa para um dia! Haha foram nos locais principais! Fui em Salvador uma vez só, por um dia também, e não vi quase nada rs
Acho que foi porque não paramos para comer, ehehe.
Nossa deu pra aproveita bastante o dia. Gosto muito de salvador,principalmente do Pelourinho.
Ai Salvador que delícia e que saudades. Já estive por lá mais de uma vez e uma delas também foi de cruzeiro. Amei turistar pela cidade dos 2 jeitos e adorei o seu relato. Obrigada por compartilhar.
Vocês visitaram muitos pontos em apenas uma parada, adoro!!! Sempre queremos aproveitar o máximo cada segundo que temos em um lugar, adorei o roteiro.
Estou a ver que foi um dia muito rentável, cheio de pontos de interesse. Salvador é uma cidade histórica e tem muito para visitar. Gostei muito deste artigo. Parabéns.
[…] o post Salvador em 1 Dia, durante Cruzeiro onde dou dicas do que fazer na capital da Bahia e o post Centro Histórico de Santos na Parada do […]
[…] Leia o post Salvador em 1 dia, na Parada do Cruzeiro […]
Muito legal esse roteiro! Conseguiu conhecer bastante em um dia só, acho que o melhor da cidade! Além do pelourinho, acho que o lugar que mais gostei em Salvador (além das praias) foi o Museu Náutico =)
Verdade, Débora, o Museu é muito legal, foi uma boa surpresa.
[…] presente em palácios e templos de fé, como a Sinagoga de Praga, a barroca de São Francisco em Salvador, e a basílica San Marco em Veneza, mas tem uma lindinha, também de pastilhas douradas, a S. […]
[…] Muita gente também faz de Salvador uma parada de Cruzeiro, e explora a cidade em um dia. Uma das pessoas que mais aproveitou a cidade desse jeito foi a Márcia, e indico o roteiro dela no blog Mulher Casada Viaja. […]
Bom dia……Marcia, bem interessante o seu passeio por Salvador em 1 dia, só fiquei com uma dúvida com um comentário que fe, na foto que tirou na parte alta da cidade a frente do letreiro,
“Funcionário uniformizado e identificado, nos abordou para advertir que não seria seguro andar por ruas que não as que ele indicou (!).”, o que seria..??Como vou com minha esposa e filha que também se chama Julia, fico apreensico com relação a violência, se puder responder agradeço.
Pois é, Carlos, meio chocante ser recebido numa cidade desta maneira, mas como somos de SP estamos acostumados a estar sempre atentos, embora não combine com férias. Mas seguimos a orientação de não explorar a parte antiga da cidade além dos pontos que mencionei, e não tivemos problema. Mas teve gente do cruzeiro que teve cordao furtado. Acho que além de ficar atentos precisamos evitar jóias e equipamentos que chamem atençao. Daí é curtir a cidade histórica.
Obrigado pela resposta, também sou de São Paulo, trabalhei muitos anos no centro como office boy, já ficamos meio que acostumados com coisa assim, infelizmente.
[…] Leia os demais posts sobre o cruzeiro que fizemos:– dicas para escolher uma boa cabine no navio,– informações práticas para quem embarca em cruzeiro pela primeira vez– onde estacionar no porto de Santos– preços a bordo e o que está ou não incluso– o que fazer nas paradas em Santos, Búzios e Salvador. […]
MARCIA boa tarde, mas de um ano e vou seguir suas dicas vou tentar aproveitar o maximo obrigado
Ótimas dicas, vou aproveitá-las, obrigado!