Esta é a segunda parte do post que dá dicas sobre Paris e descreve o roteiro de dois dias completos e dois parciais em Paris, em maio/2015. Por favor, leia a parte 1 antes desta. É só clicar aqui.
Segundo Dia Completo
O clima em Maio e o feriado
O dia amanheceu nublado e choveu um pouco. Para você se programar, era bem friozinho pela manhã, chegando a 19º no meio do dia e voltando a cair a temperatura à noite, perto dos 13º. Era 8 de maio, feriado Europeu que comemora a vitória dos Aliados sobre a Alemanha nazista e o fim da II Guerra Mundial. Apesar disso, a maioria do comércio e de restaurantes funcionava normalmente, embora o D’Orsay não tenha aberto. A Champs Elysee estava decorada com as cores da França.
Nosso roteiro pela manhã
Tomamos o café da manhã um pouco mais tarde, depois de visitar a Notre Dame, no Le Parvis, o mesmo menu tradicional, café parisiense, mas aqui foram € 8,50.
Era o dia de rever Notre Dame (grátis) e Sainte Chapelle (€8,50), onde eu não havia pisado em minha última vez em Paris. Como vou escrever especificamente sobre estas igrejas, o único comentário que faço é: são imperdíveis, cada uma de seu jeito. Ambas são de arrepiar de emoção, mas a Sainte Chapelle é muito especial.
Usando o Transporte público: ônibus
Em frente ao portão do Palácio de Justiça, na saída da Sainte Chapelle, tem um ponto de ônibus onde passa o número 21, que leva à Opera de Paris. Os pontos têm uma lista com os pontos de parada. Um painel eletrônico no ônibus marca quantos minutos faltam até o ponto final e uma gravação anuncia qual a próxima parada. Você pode pagar diretamente para o motorista (€1,80). Ele te entregará um tíquete que precisa ser validado. Se você preferir, compre um múltiplo de 10 (carnet 10 voyages, por €14,10) e economize. Os bilhetes t+ servem para ônibus, metrô e RER (trem).
Descemos no ponto que fica na praça da Ópera, mas antes fomos à Galeria Lafayette, que além de shopping é atração turística devido à sua cúpula envidraçada. E nesta visita descobri uma nova atração: o terraço com uma bela vista de Paris. A entrada é gratuita e lá tem um café que cai muito bem para esquentar.
A possibilidade de ver a Ópera tão pertinho é um grande presente da Galeria, não acham?
Os ingressos para a Ópera (€10) compramos na hora, e não havia fila. Mas perdemos a chance da visita guiada, pois já estavam esgotadas para o dia. Mas mesmo assim valeu muuuuuito a pena! O teatro é belíssimo, um verdadeiro palácio. Mas este post já está grande demais, então vou escrever um só para a Ópera. Além do mais, a Ópera tem histórias meio macabras, aguardem!
Tomamos um taxi (€12) de volta ao hotel no Boulevard S Michel e almoçamos nos arredores, no Chez Kelly, na Rue de la Harpe (menu a €10, fora bebidas).
Caminhei sozinha por Saint Germain e depois pelas margens do Sena (sempre!) até o Museu D’Orsay, que estava fechado devido ao feriado.
A manhã nublada tinha se transformado em um final de tarde claro e quente e aproveitei para desfrutar dessa tranquilidade na Passarela Solférino. Eu e minha sombra… No ano passado fiz o mesmo aqui, mas com o maridão!
Caminhei por Tuileries, que estava apinhado de famílias e namorados. Será que existe cidade mais simétrica do que Paris? Vê-se ao fundo o Louvre.
Paris é um problema! Essa coisa de andar, flanar, bater perna, calejar a joanete funciona aqui, viu? Porque você diz para seus botões: “só vou até ali”. Gente, eu só ia vagar por Saint Germain-des-Prés e estava na Concorde! E de lá eu avistei a Igreja Madelaine, e eu nunca tinha entrado lá… Não resisti! Pena que já estava fechada, mas me sentei em seus degraus e fiquei vendo a vida passar – só um pouquinho. Isso me lembrou que tínhamos um encontro com o anoitecer na Torre Eiffel! Peguei um metrô e cheguei esbaforida no hotel.
Usando o Transporte público: Metrô e trem
Os bilhetes são os mesmos que mencionei acima quando tomamos o ônibus. Tivemos que fazer baldeação e usar a linha RER. Você pode comprar os bilhetes nas máquinas de auto atendimento. Embora seja um trem que acessa a periferia e municípios fora da zona central de Paris, não me senti insegura. OK, só um pouquinho, pois já era tarde quando retornamos e estava meio deserto, como você pode ver na foto.
Dica sobre o metrô: eu baixei um aplicativo da RATP, a empresa de transportes públicos de Paris, que além do mapa da rede de trem e metrô traz informações de itinerários e preços.
Dica sobre o trem: nem todos os trens RER ocupam todo o espaço da plataforma, então fique na área onde está escrito trem curto, ou você vai ter que literalmente correr atrás do trem.
Nas plataformas há monitores informando o tempo até o próximo trem e a direção que ele segue.
Ah, mas e a Torre? Não importa quantas vezes você a veja, é sempre especial. Acho que é porque ela representa a ideia “você está em Paris!”. Sempre leio que a melhor coisa é descer na Trocadero e vê-la do alto, mas nunca tive esse primeiro impacto. Descemos na estação Campo de Marte-Torre Eiffel e caminhamos pelas margens do Sena ao longo de canteiros, árvores e bancos. Eu nunca tinha chegado à Torre por este lado e gostei do novo ângulo! Estávamos atravessando a ponte em direção à Trocadero quando suas luzes começaram a piscar. É sempre um espetáculo, que acontece de hora em hora.
Último dia – meio dia – em Paris
Acordamos bem cedo e tomamos café no Le Depart Saint Michel, o mesmo da primeira manhã. Avistei o Pantheon, mas não tive coragem de subir a ladeira, então caminhamos até os Jardins de Luxemburgo, o maior parque urbano de Paris. Ele tinha acabado de abrir e havia poucas pessoas por lá. Engraçado isso: uma cidade sem pessoas não tem vida. É, eu sei que soa um tanto óbvio, mas a gente sempre deseja exclusividade e quando a tem perde a graça: sempre gostei do Luxemburgo, mas achei esta visita desinteressante pois não tinha ninguém dormindo em suas cadeiras, crianças brincando de barcos no lago ou gente dançando perto do coreto. Que bom que Paris é muvucada!
Adivinha? Vou falar dos Jardins em um post próprio, mais adiante, tenham calma, por favor!
Sozinha de novo, eu sabia para onde iria: Marais!
Bem, não deu tempo de ir até lá, mas caminhei no bairro vizinho, onde ficam a Torre de St-Jacques (1523), que foi o que restou de uma igreja após a Revolução Francesa, e o Centro Pompidou, o Museu Nacional de Arte Moderna. Se você tiver tempo de entrar, a vista lá de cima é muito legal.
Não sei se já era clima de despedida, mas tudo parecia tão melancólico… As ruas estavam meio vazias, com cara de ressaca. Eu sou insaciável quando se trata de viagem. No último dia já fico triste. Antes de viajar já estou planejando a próxima (isso se já não comprei pelo menos o aéreo!).
Ah, passei numa boulangerie para me despedir dos sabores parisienses. E isso pra mim é tão importante quanto ver a Torre!
Às 11h30 tomamos um taxi até o Aeroporto Orly (€20), para um voo a Veneza. Por sorte o motorista tinha Inglês razoável e conseguimos nos comunicar. Ele era Israelense e disse que em breve deixaria Paris pois a cidade estava insuportável para quem é judeu. Perguntei se a causa seria o atentado à Charlie Hebdo em janeiro passado, mas ele confidenciou que era sua segunda vez morando em Paris e sentiu grande diferença entre os dois momentos, estando agora uma época muito difícil para os judeus, que precisam esconder sua fé e opção religiosa. Claro que esta é a opinião de uma só pessoa, mas há vários indícios de que depois de tudo o que aconteceu na Europa nazista ainda haja essa sombra ameaçando a fraternidade, liberdade e igualdade.
Viu como dá pra fazer muita coisa em 3 dias? E olhe que eu estava num ritmo lento! Com 4 dias você pode ir a Sacre Couer, visitar os museus de Rodin e/ou D’Orsay e Invalides e passear à noite em Montmartre. Se tiver mais um dia, dá pra fazer bate-volta a Versailles ou quem sabe visitar a casa onde morou Monet, em Giverny. Ah, dá para ir aos museus Grand Palais e L’Orangerie. E tem a Ponte Alexandre III. E…
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Posts a serem publicados em breve
Paris: Guia Prático de Viagem
A Ópera de Garnier, ou a Ópera de Paris
Dicas para visitar a Torre Eiffel
Uma visita à Catedral de Paris, a Notre Dame
Paris: uma visita ao Louvre
Paris: Jardins de Luxemburgo
Uma jóia em Paris: Sainte Chapelle