Este post dá dicas e descreve nosso terceiro dia em Viena, capital da Áustria, em Setembro de 2015. Não deixe de ler o roteiro dos dias 1 e 2 e o Guia de Viena, este último com informações bem práticas sobre a cidade. Links para estas publicações estão no final deste post, onde também reproduzi as sugestões de passeios por Viena elaboradas pela Secretaria de Turismo da cidade.
Dia 3: Museumsquartier, Maria Theresien Platz, Alto e Baixo Belvedere, Akademisches Gymnasium, Stadtpark
No terceiro dia o jetlag bateu forte e acordamos no meio da madrugada sem sono, que voltou pela manhã, então saímos tarde para explorar uma nova área da cidade. Nosso primeiro destino era o MuseumsQuartier, um complexo de museus, como o Leopold, o Mumok e o Infantil. Não entramos em nenhum deles, mas se você curte arte moderna e contemporânea este é o lugar. Para informações, visite o website oficial.
Basta atravessar a avenida (Ringstraße) e você chega à Maria Theresien Platz, onde estão dois edifícios gêmeos espelhados que abrigam o Museu de História Natural e o Museu de História da Arte. Entre eles ergue-se o monumento de 20 metros de altura em homenagem à imperatriz Maria Theresa, cercada por 4 cavaleiros que representam seus generais, além de outras figuras. A praça tem fontes, muito trabalho de topiaria e outras esculturas, e durante a segunda quinzena de novembro e todo o mês de dezembro se transforma num mercado de natal.
Tomamos um bonde até o Belvedere, complexo formado por extensos jardins e dois palácios barrocos: Alto e Baixo Belvedere (Oberes Belvedere e Unteres Belvedere), construídos no século XVIII para ser residência de verão do general austríaco Príncipe Eugenio de Saboya. Os jardins são frequentados não só por turistas, mas por moradores que se exercitam ou relaxam entre os canteiros que não estavam tão bem cuidados como eu imaginava. A entrada para os jardins é gratuita e os ingressos para um ou ambos museus/palácios podem ser adquiridos em quaisquer deles. A bilheteria fica fora do palácio, à sua direita. Optamos por comprar um combo para os dois palácios (€20), chamado Klimt Ticket, pois a diferença era de apenas €6. Para mais informações, visite o website oficial do Belvedere.
Fizemos algumas fotos da parte posterior do Alto Belvedere e como já passava do meio dia, almoçamos nos jardins do palácio, olha que chique, no restaurante Menagerie, que fica na lateral esquerda do Alto Belvedere. Cerveja deliciosa e um prato tão lindo quanto saboroso, recomendo!
Estômago forrado, entramos no Alto Belvedere e para minha surpresa o porteiro nos ouviu falando português e nos recebeu na língua de Camões. Antes de começar a visita, vá ao subsolo para guardar sua mochila ou bolsa e fique à vontade no museu. Você insere uma moeda no sistema de fechamento da porta, que é devolvida quando você retira seus pertences. Quanto à visita, para ser sincera, não sei se não me encantei com o palácio porque já estava me acostumando a tanta suntuosidade em Viena ou se ele realmente não é o belo dos belos.
Mas eu fui até ali porque o Belvedere é o museu com o maior número de obras de Klimt. Mentira, eu nem sou tão fã assim de Klimt, mas seu O Beijo sempre me fascinou e valeria a visita nem que fosse para vê-lo apenas. Sei que é óbvio dizer que estar diante da tela real é muito diferente de observá-la em uma reprodução ou na tela de um computador, mas algumas obras são inexplicavelmente impressionantes ao vivo e O Beijo é uma delas. Klimt não viajava muito, mas Veneza lhe serviu de inspiração para sua fase Dourada, em que usava folhas de ouro na pintura e acho que este é um dos fatores que a tornam tão mais linda ao vivo. E por falar em Dourada, você já assistiu ao filme A Dama Dourada? Baseado numa historia real envolvendo judeus, Áustria sob o domínio de Hitler e a obra prima de Klimt, O Retrato de Adele Bloch-Bauer, que foi confiscado pelos nazistas e posteriormente exibido no Belvedere. Acontece que a sobrinha de Adele, já uma senhora vivendo nos Estados Unidos, entra com uma ação contra o governo da Áustria para reaver a pintura que seria sua por direito. Não vou contar o final, mas se você for ao Belvedere sem ter assistido ao filme, procure pela pintura…
Além das obras de Klimt, que tem duas salas especialmente para elas, há pinturas de vários períodos, do Medieval ao Expressionismo. Quanto à arquitetura, destacam-se a Capela, que não pode ser visitada, mas avistada de uma sacada envidraçada, o Hall de Mármore, a Escadaria e a Sala Terrena, que é o hall de entrada que dá vista aos Jardins entre o Alto e Baixo. Ela tem 4 colunas esculpidas e grandes janelas, muito bonita, mas não fotografei porque tinha uma toy art do Hulk no meio do salão!
Quando chegamos ao Baixo Belvedere, mente e corpo já estavam cansados e acabamos visitando apenas uma parte do museu. Se você tiver mais tempo disponível, sugiro que reserve um dia para cada museu, pois conseguirá aproveitar as muitas informações sobre o palácio e as obras ali expostas> O audio guide (€3,50, disponível apenas em Inglês e Alemão) é rico em detalhes que ajudariam a compreender melhor não apenas as obras, mas a vida em Viena especialmente nos séculos XVIII e XIX.
Plebeus como nós entram pela lateral, que conduz a salas em destaque arquitetônico, como o Hall de Grotescos, o Gabinete Dourado e a Galeria de Mármore. Na minha opinião, o mais impressionante é o Hall de Mármore, por onde entravam com grande pompa os convidados do príncipe.
O Gabinete Dourado originalmente era coberto por seda com motivos de galhos e pássaros, mas hoje apresenta-se tal como decorado por Maria Tereza, que trouxe elementos do Palácio de Himmelpfortgasse do Príncipe Eugênio.
Terminamos o passeio na lanchonete do segundo andar e saímos pela direita, depois caminhamos pela Rennweg até encontrar, bastante por acaso, o Memorial do Exército Vermelho e a Hochstrahlbrunnen (fonte), ambos na praça Schwarzenbergplatz.
A fonte é de 1873 e celebra a finalização do sistema de abastecimento de água em Viena e há jatos em números representativos dos dias do ano, da semana, horas do dia, dias do mês. OK, entendi, não falta água em Viena…
A dois quarteirões dali, fica a Karlskirche (Igreja São Carlos), mas nossos passos sem rumo nos levaram à Beethovenplatz, onde fica a escola de ensino médio mais antiga de Viena, Akademisches Gymnasium, de 1553. O edifício em estilo gótico estava fechado, mas eu passei alguns bons minutos admirando os brasões da fachada. Leia mais aqui.
Mais dois quarteirões e estávamos no Stadtpark, o parque da cidade com 65 mil metros quadrados. Sim, mais um parque – e olhe que nem visitei todos! Era final de tarde e muita gente estava cruzando-o para cortar caminho. Um canal vindo de um segundo canal do Rio Danúbio também corta o parque e apesar do pouco volume é bem bonito de se apreciar, com pontes, luminárias estilosas e vegetação pendente. Gramados, canteiros, laguinho com patos completam o paisagismo. Embora estejamos em plena Ringstrasse, os sons da vida urbana não nos alcança.
Mas as atrações mais visitadas do Stadtpark são o Kursalon, casa de espetáculos onde Strauss se apresentou pela primeira vez, em 1868, e o monumento dourado em sua homenagem.
Novamente caminhamos a esmo e conhecemos a igreja St Maria Rotunda, onde uma missa acontecia e por isso não tenho imagens. Mas é uma bela igreja com uma fachada austera que não representa seu interior. Se quiser, leia no Wikipedia sobre ela.
Para o jantar, escolhemos uma mesa no Café de l’Europe, na Graben, já em clima de despedida, pois na manhã seguinte pegaríamos o trem para Budapeste.
Posso comparar? posso? posso?
Bem, depois de Viena visitamos Budapeste e Praga, então comparações entre as três cidades foram imediatas e inevitáveis. Das três, achei Viena mais formal, mais elegante, mais limpa, mas não a mais acolhedora, embora tenha sido lá que as pessoas se mostraram mais prestativas e educadas. Mas sabe aquela pessoa que por mais que seja simpática e educada não tem aquele tchan? Achei isso de Viena, ressaltando que escrevo aqui impressões de turista, sem profundo conhecimento ou vivência da cidade. De qualquer forma, vale e muito conhecê-la, nem que seja para nos dar inveja!
E se você tivesse 7 dias em Viena, o que faria? Leia o que o Alessandro do Fui e Vou Voltar fez. Gosto muito de seus relatos e acho que você vai gostar também! É só clicar aqui.
Roteiros sugeridos pelo Vienna Tourist Board
Passeio 1 (azul)
Comece na Opera de Viena (1) caminhe pela Karntner Strasse até chegar à Catedral Santo Estevão (2). Nos arredores, visite Mozathaus Vienna (3). Depois vá até o palácio imperial Hofburg (4) pelas ruas Graben e Kohlmarkt. Atravesse a Heldenplatz e admire de longe os edifícios do Parlamento e da Prefeitura. Atravesse a larga avenida e na Theresienplatz você verá dois edifícios gêmeos: os Museus de História Natural e Kunsthistorisches (5). Atravessando a praça você chega ao Museumquartier (6), onde ficam o Leopold, Kunsthale Wien e o Museu de Arte Moderna. Caminhe em direção ao domo dourado do edifício Secession (7). Pegue a passagem subterrânea que leva a Musikverein (8), sede da Filarmônica de Viena. Aviste o domo marcante da igreja barroca Karlskirche (9) e o Museu Karlsplatz. Continue pela Lothringerstrasse, passando pelo Konzerthaus (10) em direção ao Stadpark, onde você verá o Monumento a Strauss. Atravesse o Ringstrasse e pegue a rua Seilerstatte até a Haus der Musik (12). Siga pela Karntner Strasse, e chegue ao Albertina (13).
Passeio 2 (rosa)
Comece no Burggarten (14) em direção a Heldenplatz (15) . Do outro lado da Ringstasse, fica o Parlamento (16) e ao lado o Rathauspark (17), parque onde fica o edifício da prefeitura e, frente a ele, o Burgtheater (18), um dos maiores teatros da cultura germânica. De lá vale a pena caminhar até a Minoritenkirche (19), igreja com mosaico da Santa Ceia de Leonardo da Vinci. Caminhe pela Amhof (20), local de arquitetura mais relevante da cidade velha, onde escavações para um estacionamento subterrâneo feitas em 1960 revelaram ruínas romanas. Pela Judenplatz (21) você encontrará memorial do holocausto, escavações de uma sinagoga medieval e o Museu sobre a vida judaica na Idade Média e chegará à Hoher Makt (22), como o famoso relógio Anker (apresentação ao meio dia). Depois vá á região conhecida como Triângulo das Bermudas (23), um dos lugares mais famosos de Viena, onde á bares e restaurantes. Alcance a Catedral de Santo Estevão (24) pela Rotenturmstrasse.
Passeios fora do Centro
– Palácio Schonbrunn (residência de verão dos Habsburgs): estação Schonbrunn U4 (metrô)
– Tiergarten Schonbrunn (Zoo): estação Hietzing U4 (metrô)
– Palácio Belvedere (residência barroca e jardins, museu de arte e maior acervo de Gustav Klim): bonde D ponto Schloss Belvedere
– Hundertwasser Haus/Kunsthaus Wien (museu com exibições temporárias): bonde1, ponto Radetzkyplatz
– Prater/Roda Gigante (parque verde e de diversões): estação Praterstern U1 e U2 (metrô)
– Kahlenberg/Leopoldsberg (vinículas nas colinas de Viena: ônibus 38A partindo de Heiligenstadt, ponto Kahlenberg ou Leopoldsberg.
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Respostas de 10
Uau! Fotos lindíssimas!!! Muitíssimo obrigado pela indicação 🙂 Agora vou ler seu post com bastante calma pra sentir vontades de voltar lá. Abç!
Bondade, sua Alessandro! Essa conversa de voltar é promessa de viciado em viagem que raramente se cumpre. O mundo tem tantos cantos novos, não é? Abraços!
Ah, eu volto, rsrs! Já fui a Istambul 3 vezes, Paris 2, Berlim 2, Roma 9, Lisboa 3 (indo a 4ª em março do ano que vem) etc., 🙂
Olá, boa tarde! Sinto falta dos seu posts sobre bariloche! :// quando que os outros vão ao ar?
Oi, Valentina. Estava hoje mesmo atualizando links para os posts de Bariloche e vi que faltam 5 que me comprometi a escrever, mas os principais passeios da região já foram publicados nos 11 posts sobre Bariloche. Como brasileiros viajam pra lá mais frequentemente no inverno, provavelmente retomarei o destino só no outono. Se você tiver alguma pergunta ou dúvida, terei prazer em ajudar no que eu puder. Obrigada pelo contato. E aguardo notícias! Abraços
Nossa…. nunca sofri com Jetlag!
Sério!
Maximo é o cansaço normal do dia da viagem!
Eu queria muito ter visitados esses museus, em particular o Belvedere. Adoro Klimt! O Beijo e As 3 idades da mulher sao meus favoritos, mas nao conseguimos tempo.
Quanto à comparação (pode, pode, pode? hahahahaha), eu não consigo comparar essas 3.
Eu me senti mais acolhida em Viena por estar mais familiarizada com o idioma (nao, nao sei alemao – hahahaha – mas 3 meses em Berlim serviram para que eu nao me sentisse uma total pazza) e menos nas outras duas.
Mas entendo o teu ponto de vista!
Infatti…. quero voltar nas 3
hehehehehe
Não quero te desanimar, mas até certa idade eu também não tinha jetleg, Ju.
Voltar a gente sempre quer, né? Acho que o único lugar que visitei e não quero voltar é Las Vegas. bj