Oh, Praga, 3 dias sob chuva!

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Praga o que fazer
O rio Moldava e parte do skyline da Cidade Antiga (Staré Mesto)


Neste post não trago dicas de viagem, apenas um relato de experiências desagradáveis que vivemos durante nossa muito esperada visita a Praga. Reservei a visita a Praga, capital da República Tcheca,  como última parada de nossa viagem a Munique-Viena-Budapeste-Praga porque não queria que sua beleza ofuscasse as cidades que visitamos antes. Mas difícil essa competição, são cidades belíssimas.

O rio Moldava/Vltava dividindo a cidade, as montanhas baixas coloridas pelo Outono, vida noturna agitada,  arquitetura maravilhosa. Sim, eu gostei muito de Praga, mas não me apaixonei. OK, eu sei, ‘como assim não se apaixonou?’, mas tenho minhas razões, embora quando se trata de paixão elas pouco façam sentido. Quem lê sobre minhas viagens sabe que eu tenho pouquíssimos perrengues, que quase tudo dá certo, como num conto de fadas – não sei se é porque planejo tudo direitinho ou porque tenho tido sorte -, mas não foi assim em Praga, infelizmente.

Chegamos a Praga de avião, vindos de Budapeste, pela Czech Airlines. Entretida com as placas do aeroporto, tentando pronunciar a escrita e encontrar algum sentido, sem me ater à tradução em Inglês, voltei ao planeta Terra para atender ao pedido do meu marido que queria trocar dinheiro ali mesmo, embora as taxas de câmbio em aeroportos sejam sempre desfavoráveis. A atendente demorava-se com o cliente e seríamos os próximos, não fosse um senhor italiano que pulou em nossa frente. Quando chegou nossa vez eu lhe disse que ela não devia tê-lo atendido porque, afinal, ele havia furado a fila. Ela se desculpou e nos atendeu meio que constrangida. Ah, deixa pra lá, né? É cultural, o cara é italiano… e estamos em Praga, sorria, Márcia!

Depois de nos informarmos sobre como chegar à cidade velha, decidimos que o ônibus não era uma boa porque parava na Praça da República, relativamente longe do hotel. De taxi não confiávamos porque eu havia lido historias sobre a “honestidade” dos taxistas. Decidimos usar o serviço de shuttle, transporte compartilhado de preço fechado, pago no final da viagem. Mas eu não sei porque me sentia insegura, como nunca me senti em nenhuma cidade europeia.

A viagem foi tranquila e chegamos ao hotel Charles Bridge, em Staré Mesto, a cidade antiga. A entrada fica numa praça com um poço antigo, e desativado claro, o que achei bastante simpático, mas a fachada exibia o nome do hotel somente em tcheco. Conferido o endereço, nos despedimos do motorista sem muita simpatia – de ambas as partes – e entramos no hotel.

A recepcionista, mal nos cumprimentou, começou a reclamar dos problemas que havia enfrentado naquele dia: hóspedes reclamando de portas que não trancavam, quartos trocados, entre outros, e apreensivos perguntamos se o nosso estava OK. Foi então que compreendi que aquele mimimi estava nos preparando para o que viria: ela disse que nosso quarto havia sido entregue a outro hóspede, por causa de um problema no sistema.

o hall de entrada do hotel
o hall de entrada do hotel

Usei todos os argumentos: eu havia informado o horário que chegaria, o quarto estava pago e finalmente que eu havia reservado um quarto com vista para o rio e por isso eu tinha direito a esse quarto. Ela então entregou o ouro: disse que a gerência anuncia disponibilidade de quartos com vista para o rio em várias plataformas de reservas, mas o hotel dispõe de apenas cinco quartos com tal vista. A funcionária era tão despreparada que chegou a indicar um outro hotel em Praga, dizendo que ela havia trabalhado lá e que aquele era muito melhor (!).

hotel em Praga

Sem negociação, fomos colocados num duplex com dois banheiros, sala e quarto, mas sem vista. O quarto era lindo, com cabeceira de cama pintada a mão, banheira e metais clássicos, mansardas cujas janelas e persianas têm abertura por controle remoto, piso e escada de madeira que conferia um conforto extra. Decidimos ficar naquele quarto mesmo, apesar de não ser certo. Fiz minha reclamação por escrito ao hotel, que nunca me respondeu. Avaliei no Booking.com, onde havia feito a reserva, e no TripAdvisor. Pode ter sido um dia ruim no hotel. Pode ter sido má fé anunciar quartos com vista para o rio e não tê-los em quantidade equivalente à demanda. Overbooking de hotel, essa eu nunca vi!

Mesmo sendo tarde da noite (para os padrões europeus), resolvemos ir até a Ponte Carlos, afinal estávamos a poucos metros dela. No caminho, a sensação e insegurança voltou, pois a boate Karlovy Lazne ali perto mantinha seguranças mal encarados que nos fitavam. Depois, já de volta a SP, li no Virtual Tourist avaliações negativas da frequência do lugar e da truculência dos seguranças. Mesmo assim entrei no espaço ao ar livre do Café Lávka, cujas mesas já estavam vazias, e tive a primeira vista da ponte Carlos, do castelo e do rio – que deveria ter tido da janela do quarto do hotel, certo?

Praga dicas

Alguns cliques depois, passamos rapidamente por uma galeria com lojinhas de suvenires e balcões de venda de água, salgadinhos e afins, onde também fica o Ice Bar. Chegamos à ponte, quase vazia, e tiramos algumas fotos cuja qualidade não é das melhores, pois a luz é bem escassa e eu não tinha tripé. Mas o clima de escurinho é legal e nos faz viajar no tempo, antes da eletricidade, levando a imaginar como era a vida na Praga de 1380 em diante, quando o portão de entrada da torre foi concluído. Voltamos ao hotel para uma merecida noite de sono. Nossas primeiras horas em Praga não foram as melhores, mas como diria Scarlet O’Hara, amanhã seria outro dia.

Ponte Carlos Praga

Sim, seria outro dia – ou outros: 3 dias mais de chuvas. Já li por aí blogueiro dizendo que chuva não atrapalha viagem, que o importante é viajar, etc. etc. M-E-N-T-I-R-A! Chuva estraga, sim! Você tem que segurar o guarda chuva ao mesmo tempo que fotografa, não dá pra sentar em bancos de praça (eu improvisei com um saco plástico) e curtir os parques, fica com pés encharcados, é um tal de bate guarda chuva com guarda chuva de outros turistas, as fotos ficam com menos cores, não dá pra aproveitar as mesinhas do lado externo dos restaurantes… Hipocrisia, não, por favor! Chuva é um saco em viagem, sim!

passeios em Praga
Sentei sobre um saquinho de papel de recolher coco de cachorro, que estava ali na praça. Chove chuva, chove sem parar…


Oh, Praga, por que? por que? Eu que reservei os últimos dias para você, porque você é especial, linda, maravilhosa. Por que? Bom, pelo menos não ficamos doentes, não fomos roubados, não nos empurraram. Peraí, me empurraram, sim! A Luiza do blog 360 Meridianos tinha compartilhado a história da carne de porco mais cara da vida dela, que ela tinha comprado em Praga. Quando eu vi a famigerada barraquinha, tirei uma foto para mandar pra ela e dizer que tinha lembrado dela. Não é que o dono da barraca ficou bravo? Perguntou se eu achava que ele era macaco de circo. Hein????? Respirei fundo e mostrei para ele minha câmera enquanto apagava a foto, perguntando-lhe se ele estava feliz. Ele deu de ombros literalmente, me empurrou! OMG, eu não acreditei, que cara grosso! Oh, Praga, por que? por que?

Não se pode julgar todo um povo por meia dúzia com quem trocamos poucas palavras. Também precisamos lembrar que humor – ou a falta dele – são traços da personalidade de um povo. Mas falo de minha experiência, com as pessoas com quem conversei, ou tentei. Achei o atendimento em restaurantes em geral muito ruim, principalmente nos hiper mega turísticos – e esta não foi a razão: sempre como em mega turísticos por causa da localização.

A cidade abarrotada também contribuiu para que o encantamento fosse menor do que o esperado. A chuva atrapalhou, mas já peguei chuva em outras cidades como Londres e Amsterdam, e isso não me fez gostar menos delas. Se me perguntam “Você gostou de Praga”, certamente digo que sim. Praga encanta, mesmo sob chuva e com perrengues. Mas espero ter uma nova chance de visitá-la seca e sob o sol, de preferência, porque gostar é pouco. É preciso apaixonar-se!

Confira como é a visita à Sinagoga Espanhola de Praga

Ainda não escrevi sobre Praga e suas lindas atrações, mas a Angela do blog Apure Guria deixou uma lista de 10 atrações gratuitas por lá e a Ruthia listou 17 atrações imperdíveis.

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Marcia Picorallo

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Escrevo o Mulher Casada Viaja com carinho desde 2014, compartilhando minhas impressões dos lugares por onde passei, inspirando e ajudando leitores a planejar suas aventuras.

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Márcia, a viajante

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COMENTÁRIOS

7 respostas

  1. A simpatia dos tchecos não foi um ponto forte deles quando estive em Praga, mas pelo menos não fui maltratado em lugar nenhum. Adorei a comida e as cervejas tchecas, além de toda a beleza da cidade antiga. No fim das contas, adorei Praga.

  2. Eu concordo sim com você! Chuva atrapalha uma viagem e nos faz inclusive mudar a nossa percepção do lugar.
    Eu não gostei de Milão, mas não sei se esse é meu parecer final, pois dos 3 dias, 2 foram com chuva.
    Praga nos fizemos em dia de garoa… dava para circular normalmente com o capuz do impermeàvel.

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