Neste post falo sobre as praias ao sul de Maceió e sobre o passeio de barco pelo Rio São Francisco e sua foz. Também informo custos de traslados, de aluguel de carro, dos pratos em restaurantes na praia e de hotéis.
Praias ao sul de Maceió
Enquanto o litoral norte de Alagoas tem povoados com uma pegada mais roots como Japaratinga e São Miguel dos Milagres, nas praias ao Sul de Maceió pontuam condomínios e bairros de casas de veraneio (como se fala isso no Nordeste, se é sempre verão?), que entre minha primeira e segunda viagens, assustadoramente avançaram e transformaram praias antes consideradas semiparaísos em um aglomerado de guardassóis, daqueles que se vêem em praias urbanas em final de semana prolongado de verão.
Pontal da Barra
Partimos de Maceió em direção ao litoral Sul pela manhã, com uma leseira daquelas, pois era nosso último dia em Alagoas. Logo na saída do centro, na proximidade do Pontal da Barra, vemos um pier longo entrando pelo mar e eu pensava: é tanta fartura de praias lindas, que ninguém liga pra isso aqui. Se fosse em qualquer outro país, carente de belezas naturais ou com turismo bombando, seria a atração principal. Neste trecho estreito de terra entre o mar e a Lagoa Mundaú fica o Bairro das Rendeiras, bom para uma pausa para compras de artesanato.
Praia do Francês
A próxima praia já é uma das mais famosas de Alagoas, a do Francês, a apenas 30 km de Ponta Verde. Como somos de São Paulo, e nossas praias têm muito comércio e restaurantes, não gostei muito da praia do Francês justamente por ter toda esta infraestrutura, pois buscamos mais sossego e natureza ‘fora de casa’. Mas é uma praia muito bonita, vale conhecer, sim, mas evite finais de semana. Se quiser sossego, caminhe um pouco para a direita e encontrará a natureza que a civilização ainda não destruiu. Por falar nisso, não é uma natureza nativa, você sabe. A mata atlântica desta parte do país foi quase que totalmente destruída e os coqueiros são originários da Ásia.
Veja a relação de hotéis e resorts de Maceió que selecionei para te ajudar a decidir onde ficar, com base em conforto, localização e estrutura. Mas a boa dica é: divida sua hospedagem em ao menos 2 pontos para conhecer o litoral todo de Alagoas: um ao norte, que pode ser Japaratinga (mais legal do que Maragogi, na minha opinião), e outro ao Sul, que pode ser em Maceió, mesmo, mas se preferir ficar na Praia do Francês ou em Barra de São Miguel, também dá, pesquise aqui.
Barra de São Miguel
Eu não parei nesta parte, mas veja o post inteirinho dedicado a São Miguel, em Alagoas: sol, mar e tranquilidade, com sugestões de hotéis e restaurantes.
Praia do Gunga
Dirigimos direto para a praia mais linda do litoral sul. Se você ainda não foi, imagine a cena (ou veja a foto acima!): a partir de um mirante você avista o coqueiral verdinho contrastando com o mar azul naquele tom que a natureza presenteou Alagoas. O ingresso é pago no local, onde você encontra também um restaurante e algumas barraquinhas com açaí e coisas práticas, além de muitas com artesanato local. As pessoas que ali trabalham, aquela simpatia nordestina!
Depois do mirante, é só descer a ladeirinha até o final, onde uma guarita vai cobrar o estacionamento (pagamos $15), que é na areia, sob a sombra de coqueiros – cuidado pra não cair um coco e amassar seu carro!
Eu não tinha lido muito a respeito da Praia do Gunga, e confesso que esperava por uma praia completamente selvagem, mas grande parte da areia foi tomada pelo conjunto mesa-cadeiras-guardassóis, o que destrói o conceito de paraíso que temos no imaginário.
Por isso escolhemos ficar no último restaurante, o A Francesinha, assim tivemos ao menos a lateral direita livre para ver areia, mar e coqueiros sem obstáculos. Gostei muito do atendimento e principalmente da limpeza: uma capa de plástico/toalha cobre as mesas e o banheiro é moderno e completo, com papel e sabonete! Desculpem minha surpresa, mas eu já peguei cada coisa nesse Nordeste…
Se você quiser uma praia selvagem no Gunga, também tem! Basta caminhar um pouco mais na direção contrária à Lagoa do Roteiro e ter uma praia todinha pra chamar de sua. Por outro lado, não há banheiro ou serviço de praia, então leve seu picnic e brinque de gatinho.
Não sei se o mar é sempre assim, mas quando estivemos lá a super lua estava agitando as ondas e a maré estava bem alta, sendo até difícil entrar. Mas no canto mais ‘populoso’, estava melhor pela proximidade com o rio, então foi preciso decidir pela muvua ou pelo mar bravio. Decidimos pela sombra e cerveja gelada!
Alguns optam por fazer um passeio de buggy pelos coqueirais, mas no início da noite teríamos que ir ao aeroporto, então decidimos curtir o visual da praia, sorvendo aquela beleza natural para compensar a vista de a selva de concreto que nos esperava.
O canto esquerdo da praia do Gunga, onde o mar encontra a Lagoa do Roteiro, é de uma beleza estonteante, mas na minha opinião muito muvucado. Além da quantidade enorme de cadeiras-mesas-guardassois na areia, neste canto partem passeios de barco e tem um micro parque aquático montado sobre um barco, música alta, bem, não é pra mim, mas se você quer agito, este é seu lugar.
Além da beleza, me impressionou a quantidade de objetos plásticos largados na areia, provavelmente trazidos pela maré alta da noite anterior. O pior é que não é aquela sujeira característica de praia: canudinho, garrafa ou copo plástico, tinha pote de detergente, de óleo, ou seja, não é coisa só de turista mal educado, que tristeza!
Foz do Rio São Francisco e Penedo
Não é praia, mas parece um mar. Além da beleza, o São Francisco merece uma visita por sua importância para a região nordeste. São 140 km ao Sul de Maceió até Piaçabuçu, de onde partem muitos barcos até a Foz.
Este passeio nós fizemos em nossa primeira viagem a Alagoas. Alugamos um carro e dirigimos 170 km até Penedo, onde contratamos o passeio de barco na beira do rio mesmo. As lembranças ainda são bem vívivas: a estrada cercada por coqueirais, a surpresa ao ver um rio tão largo (eu que tenho no quintal de casa os rios canalizados Tietê e Pinheiros…), mulheres lavando roupa em sua margem, a Foz que não chegava nunca e quando chegou surpreendeu pela beleza dos areiais. E minha filha, que sempre gostou mais de água doce do que da salgada, se divertindo nos bancos de areia. Ah, a água é salobra, então evite roupas de banho de cores claras. Outra lembrança é o maiô da Ju que nunca mais ficou branco…
Na volta a Penedo, almoçamos no restaurante Forte da Rocheira, encravado na rocha, com vista linda do Rio São Francisco, assim como o mirante ali mesmo.
Como fizemos bate-volta, não paramos para conhecer a cidade histórica Penedo, primeiro povoado alagoano, fundada no século 16 e que guarda igrejas e edifícios preservados, como o Paço Imperial onde D. Pedro II se hospedou certa vez. Se você tiver tempo, o ideal é passar ao menos uma noite lá, deixando o dia da chegada para explorar a cidade e o seguinte para o passeio de barco e retorno a Maceió. Confira as opções de pousadas e apartamentos em Penedo em nosso site parceiro, o Booking.com.
Leia aqui no Mulher Casada Viaja os demais posts sobre Alagoas para planejar sua viagem completa por este estado lindo do Brasil.
Como ir de Maceió ao litoral sul: carro alugado ou com agências?
Maceió tem muitas agências de receptivo que oferecem traslados em vans, seja no centro ou no aeroporto. No aeroporto, pesquisei preços com a Luck, que cobra R$40 no traslado para a praia do Gunga ou do Francês, com duração de 9 horas. Para ir até a Foz do Rio São Francisco, são R$65, mais R$65 para o passeio de barco e almoço em restaurante à beira do rio.
Mas se você preferir a liberdade que só um carro pode proporcionar, pesquise preços no site de busca e reservas Rentcars.com, o mesmo que usei nesta e em tantas outras viagens. Para janeiro, um carro 1.o com ar condicionado fica em torno de R$130/dia.
E você, tem alguma dica do litoral sul de Maceió? Deixe seu comentário, ele pode ajudar outras pessoas. Abraços e que Alagoas te seja linda!
Respostas de 22
Lindas as praias. Uma pena que as pessoas não cuidem do património que é de todos nós. Os plásticos são uma praga.
Incrível como as pessoas vão a um paraíso e não se tocam em preservá-lo.
Márcia, essa viagem deve ter sido mesmo uma delícia! E que problema chato é esse o do lixo, né? Meu marido e eu sempre levamos sacolas para catar o que vemos na areia, mas essa situação é muito problemática. Quando as pessoas vão se conscientizar? Será que fazem isso em casa também, jogam tudo pelo chão e esperam que a natureza aja?
Eu e minha filha temos este costume de recolher lixo da areia, também. Infelizmente, vejo isso todos os dias, é assim na cidade, quando jogam tudo pela janela do carro, é assim nas praias. Ninguém se importa com o destino do lixo, acham que dá trabalho separar pra reciclar. Adoro uma frase: Do ponto do vista da Terra, não há ‘jogar fora'”
Pretendia visitar Maragogi, mas vi que tem outras opções, só não gostei da sujeira deixada pelas pessoas.
Eu acho o litoral norte de Alagoas lindo, mas não ficaria em Maragogi, Adeilton. Fique em Japaratinga, se puder.