Japan House made in Brazil, novo espaço cultural em São Paulo

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Não sou muito de modismos. Enquanto as multidões correm para ver novidades da cidade de São Paulo, geralmente prefiro a vida rural da minha casa no interior, mas naquele fim de semana ficamos em SP e eu não quis ficar em casa chorando sentindo a ausência – ou a presença – de minha cachorrinha recém falecida em cada canto do apartamento. Sugeri então um passeio pela Av. Paulista, quando aproveitamos para visitar a Japan House, inaugurada um dia antes. Compartilho com você minhas impressões e dicas.

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Escultura, fachada lateral parte da fachada frontal

Se você vier a São Paulo, tem que ir à Paulista aos Domingos, que vira uma festa: ciclistas, esportistas, famílias, artistas de rua, gente perambulando, feirinha de antiguidade no vão do Masp, famílias com seus filhos ou cães… Prova que a máxima de que praia de paulista é shopping só se justifica se paulista não tiver áreas verdes e espaços públicos. Mais delas em SP, por favor!

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A Paulista não tão muvucada no final da manhã

Tomamos o metrô – o que raramente fazemos pois para quem não sabe o metrô de São Paulo é lindo e maravilhoso mas não chega a muitos bairros da cidade, então não serve para nosso trabalho ou escola – e descemos na estação Paraíso, pertinho da Japan House, num quarteirão com vários outros espaços culturais, como a Casa das Rosas, O Itaú Cultural e o SESC Paulista (que passa por reestruturação e tem reinauguração prometida para o segundo semestre/17).

Chegamos pouco depois da abertura e já havia uma pequena fila formada no pátio cujo chão fora forrado com pequenos seixos brancos (nessa poluição, até quando elas aguentarão assim?), diante de uma escultura de bambus formada por encaixes hipnotizantes (imagem que abre este post), e em frente à fachada lateral que é um jogo de peças retangulares verticais montadas sobre peças horizontais, cujo material não consegui descobrir. Apesar do intricado trabalho, ela acaba ofuscada pela fachada principal, onde se utilizaram seis toneladas de uma madeira extraída da floresta de Hinokis – um tipo de pinheiro nativo do Japão e sagrado na religião xintoísta e por isso muito aplicado em templos. Oscar Niemeyer pintado no edifício ao fundo deve aplaudir o estilo do novo vizinho, mas achar tudo muito complicado.

Japan House como é

Além da fila normal, há uma prioritária (ah, gente, que feio levar a babá com a criança no colo e ainda pegar a fila prioritária!) e no acesso a elas recebemos um ingresso (é gratuito) que entregamos à porta do edifício.
À direita da entrada, no térreo, paredes arredondas de bambu cercam a área onde está sendo exibido trecho da animação de um conto tradicional japonês, 

Filas são maravilhosas pra gente observar o entorno mais atentamente, tenho aprendido. Enquanto esperávamos nossa vez de retirar os sapatos para nos deitar no tatame e assistir à animação desenhada e colorida em aquarela e projetada no teto, percebi os enormes painéis que deslizam em trilhos para formar divisórias e delimitar ambientes. Ou seja, o espaço pode ser transformado de acordo com as exposições, economizando recursos.
Antes de entrar na sala de exibição, o monitor resume o conto clássico, todos são convidados a retirar seus sapatos e entramos por um corredor feito de bambus, gostosos ao tato. A animação apresentada tem um visual muito bonito acompanhado de uma canção em voz feminina. O monitor também informou que o SESC em breve exibirá a animação completa.

Japan House o que fazer

No fundo do espaço, há uma estante com livros de diversos assuntos escritos em Japonês, Português e Inglês e um pequeno jardim com – adivinha? – bambus. O balcão do pequeno café acompanha a estante e monitores se oferecem para responder a perguntas dos visitantes. Na cafeteria, sabores japoneses e brasileiros se encontram, mas nós provamos o bolo de matcha (chá verde) com ganache e mascarpone e a tortinha com frutas frescas no topo, que mais me pareceu francesa do que japonesa, mas não entendo de culinária japa, mesmo… Confira os preços na foto abaixo.

Japan House restaurante

Voltando em direção à entrada, onde fica a escada para os pisos superiores, há algumas vitrines com objetos artesanais ou industrializados feitos em… bambu e uma instalação composta por uma mesa com carvão onde se reproduzem imagens da cerimônia xintoísta de ano novo.

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O primeiro andar tem espaços onde serão realizados workshops e uma lojinha onde são comercializados tradicionais tecidos para embalar diversas coisas, o furoshiki. Não deixe de visitar o banheiro com vasos sanitários hightec: duchas para uma boa higiene frontal ou posterior, ao toque de botões em um painel:

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No terceiro andar fica o restaurante japonês, claro, e guarda o destaque da exposição sobre bambus que inaugura a Japan House, a obra Conexão 2017, de Chikuunsai IV Tanabe. É um trabalho lindo e intrigante, mas um vídeo próximo a ele exibe imagens da montagem das peças, acabando com a pergunta: como é que diabos isso foi montado? Por onde começaram? como é que ficou em pé? Então observe bastante antes de meter os olhos no vídeo!

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São Paulo é a primeira cidade a receber a Japan House – Los Angeles e Londres as próximas -, uma iniciativa do governo japonês para divulgar a arte contemporânea do país e mostrar que o Japão é mais que kimonos, leques, monte Fuji e gueixas.
O acervo decepcionou um pouco, não pela qualidade, mas pela quantidade. Mas é preciso levar em consideração que se trata de um espaço para ser explorado várias vezes, participando dos workshops, fazendo uso dos livros, ou seja, para quem mora ou trabalha ali perto, é um presentão do governo japonês. Arigato!


Endereço: v. Paulista, 52, SP (metrô Paraíso ou Brigadeiro)
Terça a Sábado: das 10h às 22h (restaurante das 12h às 15h e 18h às 22h)
Domingos e feriados: 10h às 18h (restaurante: das 12h às 18h)
Fecha às segundas
Há estacionamento no subsolo que funciona de segunda a sábado das 9h às 23h.
Entrada franca
Quem também visitou O Japan House foi a Luciana do blog Let’s Fly Away, e deixou seu relato em Viaje para o Japão sem Sair de São Paulo.

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Marcia Picorallo

Escrevo o Mulher Casada Viaja com carinho desde 2014, compartilhando minhas impressões dos lugares por onde passei, inspirando e ajudando leitores a planejar suas aventuras.

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Márcia, a viajante

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