Uma segunda vez em Verona vai dar conta. Não deu. Muita gente vai dizer que um dia é suficiente em Verona e talvez para muitos seja, mesmo, mas eles não se apaixonarão/am, então de que vale a visita? O que fazer em Verona além da Casa da Julieta e da Arena romana da Piazza Bra e outras dicas é o que você encontrará por aqui.
Cheguei a Verona de trem vindo de Trento (€17) com minha colega de viagem, esta a última cidade do rolê de 10 dias pela Itália numa primeira quinzena de junho. O taxi (€12) nos deixou no a passos da Piazza delle Erbe, cujo prédio fica em frente à Loggia del Mangano, na Corte Sgarzerie.
Ali fica a entrada para o sítio arqueológico Corte Sgarzerie, cujas escavações começaram em 1983 e continuaram até 2011. Foram encontradas estruturas de edifícios públicos e de um templo romano dedicado a Juno, Minerva e Júpiter, usado até o século 4, quando foi abandonado devido à massificação do Cristianismo. A forma que possui hoje é medieval e passou por várias construções, tendo sido restaurada recentemente.
Depois de ter explorado a simpática Trento naquele mesmo dia, e apesar do cansaço, saí para fotografar o rio Ádige (de novo, pois ele também banha Trento) e a ponte Pietra. Aqui ele é bem mais bonito do que em Trento, especialmente nos arredores da Pietra porque a colina em frente com seus ciprestes e edifícios centenários fazem um belo pano de fundo.
A Pietra é um dos monumentos mais importantes da cidade por seu valor histórico. A primeira ponte construída ali, em madeira, data de 89 AC. Ao longo dos séculos, há registros de quedas e destruição da ponte, seja em madeira, seja em pedra. A ponte que se vê hoje foi reconstruída em 1959, após ter sido explodida em 1945 pelo exército alemão em retirada. Foram utilizadas pedras originais caídas no rio, mas faltavam muitas, então a completaram com tijolos de demolição de edifícios medievais.
Da Ponte, não é possível ver o teatro Romano, apenas a enorme placa verde que aponta sua localização, como mostra a foto acima. Do Teatro Romano original, construído no século 1 AC, restam apenas os degraus e trechos do muro, mas há espetáculos regulares ainda hoje.
Veja Roteiro de 1 dia em Verona, com as principais atrações desta bela cidade
Pena que não tive tempo para perambular pelas ruas do outro lado do rio, menos turísticas. Minha amiga me esperava para jantarmos – e estava ficando muito ermo por ali e como boa paulistana achei prudente voltar ao centro.
De volta ao centrinho, fiz algumas fotos na Piazza delle Erbe, que em vez do mercado de outros tempos abriga barraquinhas de produtos verochineses. Essas barraquinhas são ótima opção para comprar souvenirs como ímãs, chaveiros, chapéus, camisetas, biju, uma variedade enorme a preços baixos. Por outro lado, elas poluem a praça visualmente e não têm a autenticidade de feirinhas de antiguidade de outras praças na Europa. Na minha opinião, um mercado de frutas, legumes e flores deveria ser mantido ali, quem mais apoia a causa? Se puder, deixe para fotografar a praça no final do dia, quando há menos gente e dá para fotografar e apreciar os muitos monumentos, fontes, terraços, janelas e afrescos das fachadas.
Da imagem acima, podemos falar de dois pontos importantes da praça: a fonte e as Casas Mazantti. A Fonte “Madonna Verona“, tem em sua estátua o elemento mais antigo da praça, datada do século 4, mas a fonte é do século 14. Encantada com tudo, nem percebi que minha filha imitou a cena de La Dolce Vita e se refrescou na fonte, em minha primeira visita a Verona!
As Casas Mazzanti são um conjunto de casas com afrescos remanescentes do período em que esse elemento era tão comum em Verona que os visitantes a apelidaram de urbs picta (cidade pintada). Pertenceram a várias famílias poderosas, como os Scala (séculos 13 a 16) e os Gonzaga, que vendeu à família Mazzanti em 1527.
E se você já esteve em Veneza, deve se lembrar da coluna com leão alado que fica na Praça de São Marcos. Símbolo do poder veneziano, Verona ganhou um leão em 1523, abatido por jacobinos que retomaram o poder em 1797 e recolocado numa grande festa em 25 de abril de 1886, dia de São Marcos. Ainda olhando a foto acima, vê-se atrás da coluna de São Marcos o Palazzo Maffei, de 1668, ques ostenta 6 estátuas de divindades pagãs: Éroles, Júpiter, Vênus, Mercúrio, Apolo e Minerva.
A fonte que aparece na imagem abaixo é anexa à Tribuna ou Berlinda (uma de suas colunas aparece bem à direita), uma espécie de gazebo de pedra onde na Idade Média os ‘prefeitos’ da cidade deveriam prestar seus votos a serviço de Verona. Também servia de padrão para medidas, utilizado pelos comerciantes locais. Quanto à fonte, meu italiano não permitiu entender direito, mas na Idade Média quem blasfemasse contra Deus ou Virgem Maria era mergulhado uma quantidade x de vezes.
Outro monumento da praça, denominado “La Civiltà italica”, é um pouco mais recente e homenageia os mortos num bombardeio austríaco da Primeira Guerra Mundial. Inaugurado em 14 de novembro de 1920 no espaço específico do massacre, Piazzetta XIV Novembre com a Piazza Erbe.
Saber o significado e um pouquinho da história dos elementos da cidade traz um novo olhar para o turista, mas outros sentidos precisam ser atendidos, como o paladar. Escolhemos uma mesa ao ar livre no Caffe Dante, na piazza dei Signori. Já ouvi muito brasileiro dizer que a pizza boa é a brasileira e não a italiana. Bem, pizza boa é pizza boa, não tem nacionalidade, mas confesso que a melhor que comi foi em Nápoles.
O serviço foi um pouco lento porque os atendentes estavam assistindo a uma partida de futebol da Eurocopa, Itália e Bélgica. Como boa brasileira, entendi. Deu Itália (2 X 0) e deu pizza. Todo mundo ficou feliz.
Este post não tem tudo o que fazer em Verona, é apenas uma introdução, como foi para mim nestas primeiras horas por lá. Não deixe de ler Roteiro de 1 dia em Verona.
Respostas de 18
Ahh, a Itália é de uma perfeição que não tem como expressar!!
Meu sonho conhecer cada cantinho desse país <3
Verona, desde Cartas para Julieta, está na minha lista de roteiros e bem no topo!
Perfeição, eu não diria, mas é linda e queria morar lá pra conhecer tudo!
Adorei o blog! Farei um pit stop em Verona e na minha programação meu city tour terminaria no Teatro Romano, mas surgiu a dúvida se é fácil conseguir táxi daí pra estação do trem? Fiz a simulação pelo google maps e vi que não tem opção de ônibus deste local para Porta Nuova e a caminhada de volta será bem cansativa e roubará um tempo precioso.
Oi, Susana, não sei te dizer, porque quando fui a essa região era comecinho da noite e estava bem deserta. Mas se não achar taxi ali, você pode atravessar a ponte e ir até o Duomo, que fica mais movimentado. Uma pena não ter Uber por lá…
Pena mesmo, mas valeu a resposta, já deu uma nova perspectiva. Bjos!