Edifícios governamentais, arquitetura moderna e clássica lado a lado, Catedral, museus e outras atrações de Santiago bem no centro da cidade são destaque deste post, que inicia uma série do roteiro de 5 dias em Santiago do Chile. Você encontrará dicas práticas de como chegar, onde comer e
Chegada a Santiago
Chegamos na hora do almoço, num voo direto de Calama, cidade mais próxima de San Pedro do Atacama. Se você parte do Brasil, há voos diretos partindo de muitas capitais brasileiras.
Como tínhamos comprado o chip no aeroporto de Santiago, durante a conexão de ida, chamamos um Uber (custou 13.188 pesos) cujo motorista era venezuelano, algo que se repetiu noutras vezes que usamos o app. Pobre Venezuela…
Enquanto o carro se arrastava pela Costanera, uma espécie de Marginal Tietê/Pinheiros de SP, eu procurava outras similaridades com minha cidade além do trânsito e da poluição, mas nada me inspirou a fotografar ao longo dos 16 km até o centro… ainda estava maravilhada com o Atacama e levou um tempo até eu gostar de Santiago. Mas eu gostei. Vai lendo…
Fizemos o check in no hotel (Panamericano) – que não indico porque não gostei – e saímos para fazer o câmbio na Rua Agustinas. Há vários pontos de troca, um bem perto do outro, então é fácil comparar valores e taxas. Escolhemos a Laser.
O centro de Santiago é muito movimentado e, para quem como nós estava vindo do deserto, chegou a ser um pouco estressante. No final de semana a região se transformou e ficou bem tranquila, foi um prazer caminhar pelas ruas observando a arquitetura do início do século 20 e moderna lado a lado. Nem usamos o metrô, dá pra ver os principais pontos sempre a pé, porque preferimos caminhar. Nosso limite foi Cerro San Cristobal, mas achei tão pertinho que pensei que aquele era o Santa Lucia, mais centralizado.
Onde Comer em Santiago
Depois buscamos algo rápido para comer e paramos numa lanchonete com mesas altas e sob árvores na calçada, na rua Huérfanos, via de pedestres bem movimentada, com banquinhas de frutas deliciosas, delis e comércio em geral. No final da tarde, vi apresentação de danças típicas em troca de uma moeda no chapéu.
Matamos saudade da cerveja peruana Cusqueña, mas o hambúrguer não agradou muito. Menos ainda agradou a visão de vários cafés do outro lado da rua, os “típicos” cafés com pernas – com pernas, busto e bundas das garçonetes. Quando é que o corpo das mulheres vai deixar de ser um chamariz pra comprar cerveja, carros ou fazer uma refeição no meio do dia?
Leia Dicas de restaurantes em Santiago, Chile, do Destinos por Onde Andei
Mapa com as atrações do centro de Santiago
O mapa abaixo mostra os lugares mais visitados de Santiago. Não os visitamos todos no mesmo dia, mas ao longo de 3. Outros 2 foram usados para bate e voltas. Você pode montar seu roteiro a seu tempo e gosto, ou acompanhar nossos passos lendo os demais posts.
Segurança no centro de Santiago
Basicamente usei minha câmera DSLR em espaços internos ou a tirei da mochila, fiz uma foto rápida e a guardei de novo. A maior parte das fotos externas foram feitas com o celular. No segundo dia, um senhor me viu com a câmera e pediu que eu tivesse cuidado, num lugar aparentemente tranquilo, o parque florestal. Como eu tinha lido vários casos de roubo de celulares e carteiras em Santiago, resolvi não facilitar.
Encontre os demais posts sobre Santiago no menu Chile, recheadinho de outros destinos maravilhosos deste país lindo e rico
- Os pontos em azul do mapa abaixo indicam os pontos turísticos do Centro de Santiago.
- Os pontos em vermelho indicam atrações no centro e fora dele que não visitamos, mas que você pode incluir no seu roteiro, de acordo com sua realidade de tempo e gosto.
- Os pontos amarelos são locais visitados fora do Centro.
Museu de Arte Precolombiano
Com a tarde avançando, fomos ao Museu Chileno de Arte Pré-Colombina, que fica na Bandera 361. Compramos o ingresso na hora (4.500 pesos) e não havia filas. Além da bilheteria, o saguão tem um pequeno café iluminado por luz natural junto à loja do museu.
O acervo é muito interessante, principalmente os itens da exposição Chile antes do Chile, no subsolo, que foi onde mais nos demoramos, lendo atentamente as informações e apreciando os detalhes de objetos do século 15. O ambiente também é gostoso: um equilíbrio entre sombra e luz que mais lembra um espetáculo do que um museu. Se você quiser ir além das informações daqui, veja o site Chile antes do Chile, que explica a maioria das peças.
Observando o objeto abaixo, talvez você também imagine que se trata de algum adorno, mas acredita-se, para minha (e talvez a sua) surpresa que era uma espécie de ábaco, um registro para contabilizar, um tipo de inventário de gado e alimentos.
O expositor abaixo representa múmias da cultura Chinchorro, prática exercida entre 6.000 e 2.000 antes de cristo, no Norte do Chile. Os corpos eram preenchidos com penas, galhos, tiras de couro e outros materiais.
No andar superior você encontra objetos como trajes cerimoniais astecas, têxteis do México, instrumentos musicais andinos e cerâmicas da Amazônia.
Edifícios Governamentais
Saindo do museu, vemos uma praça retangular e com espelhos d’água, onde há vários edifícios governamentais, como o Palácio de Justiça e a Biblioteca do Congresso Nacional.
Continuamos pela Bandera ou sua paralela, a Morandé, e encontramos o belo jardim do antigo Congresso Nacional, na Rua Catedral. O prédio de 1876, construído em estilo neoclássico, que abrigava o Congresso Nacional até ser transferido para Valparaíso, foi o primeiro que me impressionou, mas infelizmente não é aberto a visitação. Fiquei olhando seus jardins e colunas simétricas tal qual cachorro em vitrine de frango assado…
Plaza de Armas
Continuando pela Rua Catedral, chegamos à Plaza de Armas, onde fica a Catedral Metropolitana e o povo se reúne no happy hour. É tanta gente ocupando seus bancos no final do dia, conferindo um clima de interior, apesar dos passantes apressados. Dançarinos se apresentavam no coreto, reforçando essa sensação. Nós a exploramos melhor num domingo de manhã, quando estava mais tranquila e conto em Parques da Quinta Normal e Araucano, e Centro de Santiago.
A Catedral de Santiago foi inaugurada em 1800, mas como é comum a catedrais, não é a primeira construída no local. Seu interior é muito rico, então não se deixe levar pela austeridade externa.
Na mesma praça fica o Museu Histórico Nacional, que infelizmente não visitamos. Seu acervo contém objetos, pinturas e documentos que ajudam a contar a trajetória do país do período precolonial até o final do século 20. Aos Domingos a entrada é gratuita.
Palacio la Moneda
Também no centro de Santiago, na Plaza Ciudadania, fica o Palacio la Moneda, que leva este nome porque em sua inauguração, em 1805, era a Casa da Moeda antes de se tornar o palco de eventos recentes (considerando tempo histórico) conturbados e marcantes e que resultaram em 25 anos de ditadura exercida por Augusto Pinochet.
Não fizemos a visita interna, apenas passamos em frente e, para falar a verdade, não o achei muito imponente, fora o tamanho. Outra coisa que você pode fazer ali é assistir à cerimônia de troca da quarda, que acontece em dias alternados, sempre às 10h.
No subsolo da Plaza de la Ciudadania, La Moneda, fica o Centro Cultural La Moneda, onde sempre tem uma exposição de arte acontecendo. A entrada é gratuita até 12h e paga-se 5.000 pesos depois desse horário.
Voltamos para o hotel antes de escurecer pois o cansaço bateu (havíamos acordado de madrugada para pegar o voo) e jantamos deliciosas frutas chilenas no quarto mesmo. Minha impressão de Santiago ainda não estava definida e fui pra cama sem muita empolgação.
Achei a cidade limpa, mas vi muitas pixações em edifícios e muita fuligem, o que tira o brilho da arquitetura. O pouco que fiquei no centro me lembrou bastante do centro velho de SP de décadas atrás, com edifícios de linhas retas que não causam impacto junto a outros meticulosamente planejados para atrair olhares. A diferença é que hoje o centro de SP está tomado por moradores de rua, imigrantes não regulamentados e abandonado. Santiago me pareceu ter mais motivos para se orgulhar de sua cidade e isso senti em poucas horas, apenas.
A poluição, que piora e muito nos meses quentes (viajamos em março), incomoda um pouco, e como vínhamos do deserto onde redobramos cuidados com hidratação, demos uma relaxada e não usamos soro nas narinas, tanto que as minhas chegaram a sangrar. Por isso, previna-se.
As imagens abaixo são de minhas andanças pelo centro, então olhe sempre para o alto – e olhe para baixo – e veja tudo, você está em outro país, outra cultura, deguste o que te faz mais feliz!
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Respostas de 17
A M E I essas dicas! Santiago tem um charme especial. Seu guia está demais. Vai me ajudar muito quando estiver planejando minha ida a Santiago. Parabéns pelo post!
Obrigada pela visita e feedback, Keul! Hoje publico o roteiro completo do segundo dia em Santiago.