8 cidades subestimadas da Europa – vizinhas de ‘famosas’

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Fazia tempo que eu queria compartilhar uma listinha de cidades subestimadas da Europa, aquelas que ficam perto de vizinhas mais famosas – e que talvez só por isso não ganham tanto espaço nos roteiros de viagem. Nem sempre as dicas de destinos menos badalados conseguem ser “ouvidas”, mas lanço aqui minha garrafa ao mar: quem sabe algum viajante a recolhe e aproveita a mensagem.

Para quem não tem a chance de viajar para fora do Brasil com tanta frequência, é natural priorizar cidades mais turísticas quando surge a oportunidade. Atire o passaporte quem nunca fez isso no começo da vida de viajante! Mas, depois de conhecer as capitais e destinos mais óbvios, um pouco de pesquisa pode revelar lugares menos conhecidos e igualmente encantadores – e suas vantagens.

Motivos para visitar cidades subestimadas da Europa

Se você já esteve em destinos super turísticos na Europa, principalmente no verão, sabe bem o sufoco – no sentido literal e figurado. A superlotação incomoda moradores e visitantes, encarece a hospedagem, lota restaurantes e transforma museus e atrações em filas sem fim. Além disso, olhar ao redor e ver apenas turistas pode tirar muito da autenticidade da experiência. Viajar, afinal, é mais do que colecionar selfies em frente a monumentos famosos.

O que quero dizer com “cidades subestimadas”

Não estou falando de um vilarejo remoto na Islândia com 50 habitantes. A minha lista traz cidades turísticas, com infraestrutura para receber bem, mas que ainda não foram totalmente invadidas por nós, os piratas do turismo (hehe). Ao mesmo tempo, vejo em listas de “menos visitadas” lugares como Liubliana, a charmosa capital da Eslovênia, ou Pienza, na Toscana. Lindas? Sem dúvida, mas que recebem, sim, muitos visitantes.

Por isso, me esforcei para justificar as escolhas destas 8 cidades. Como diz o título, elas ficam próximas ou no caminho de destinos “famosos”.

Atiro, então, a primeira garrafa ao mar:

1. Skofja Loka, Eslovênia

Skofja Loka é uma das cidades subestimadas da Europa, a primeira em que pensei para encabeçar a lista. Fica a apenas 24 km de Liubliana, no caminho para outro lugar muito turístico do país, o Lago Bled. É uma das cidades medievais mais bem preservadas do país, com aquele charme que parece ter saído de um livro de contos. O centro histórico é compacto e perfeito para caminhar sem pressa: ruelas de pedra, casinhas coloridas com telhados inclinados e praças onde sempre há um café convidando para sentar e observar a vida passar.

Além de um centro histórico, o castelo do século XIII no topo da colina, que hoje abriga um museu, oferece vista panorâmica da cidade e das colinas ao redor. As pontes sobre o rio Sora são muito fotogênicas , como a Ponte de Pedra dos Capuchinhos, de 1350.

Škofja Loka também é conhecida pela encenação da Paixão de Cristo que acontece a cada seis anos, mobilizando praticamente toda a cidade – assim como acontece na alemã Oberammergau.

cidades subestimadas da Europa

Encontre na página-índice Eslovênia os artigos com dicas de Liubliana, Lago Bled, Predjama Postojna e Alpes Julianos

2. Marbella, na Espanha

Embora não seja uma cidade pequena ou livre de turistas, pensei em Marbella como opção para substituir a muito visitada vizinha Málaga, a apenas 58 km. Quando se fala em Marbella, é comum imaginar iates luxuosos, carros importados e festas badaladas. Mas o que me levou à cidade foi a combinação de centro histórico e com o relaxamento do mar.

O Casco Antiguo de Marbella (centro histórico) é uma preciosidade que pouca gente associa ao destino. Um labirinto de ruelas estreitas, casas caiadas de branco enfeitadas com flores e praças encantadoras, como a Plaza de los Naranjos, que já vale a visita pelo perfume dos laranjais e pelas mesas convidativas dos restaurantes. E tudo isso com a tranquilidade que não encontrei em Málaga. Adoramos passar alguns dias lentos e preguiçosos por lá e ir a Málaga em bate e volta, na direção contrária ao mais usual.

Confira nosso roteiro de 10 dias na Andaluzia

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3. Appenzell, Suíça

Ahhhh, eu poderia fazer uma lista de 8 cidades subestimadas da Europa apenas falando da Suíça, como foi difícil escolher uma! Quase falei de Stein am Rhein ou Altstätten, mas Appenzell é tãaaao linda, tão autêntica, tão diferente de tudo, que tinha que ser ela. É o tipo de lugar que não tem uma lista extensa, é um lugar para sentir, não só para ver. Como não tem tantos turistas, há tempo para conversar com os locais, curtir as opções culturais tão bem preservadas, como conhecer o museu de Appenzell, assistir a uma apresentação de música típica e caminhar pela praça onde ainda se vota erguendo a mão. Onde mais tem isso, gente?

Além do charme arquitetônico e das tradições, Appenzell produz o Appenzeller há 700 anos, um dos queijos suíços mais saborosos e a cervejaria Appenzeller pode ser visitada. Tem mais: saia do centro e 250m depois de cruzar o rio tem uma fazenda, no meio da cidade. Acha pouco? 20 minutos de trem e você está aos pés do instagramável abrigo de montanha Aescher e do lago Seealpsee e trilhas com vistas fantásticas da cadeia de montanhas Alpstein.

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Fica a 90 km ou 2 horas de trem de Zurique, totalmente possível até num bate e volta. Mas faça o contrário: fique em Appenzell e visite Zurique. Replico a introdução do meu artigo sobre Appenzell:

“Poucos dias depois de voltar de Appenzell, no trem de Wengen, ouço conversa entre dois americanos. Um deles dizia que não valia a pena ir ao nordeste da Suíça, talvez e no máximo só para conhecer St Gallen. Este pensamento é bem comum, pois as pessoas querem conhecer o que já viram, e a abadia de São Galo é famosa. Appenzell nem tanto. Sorrio ao discordar mentalmente lembrando o quanto há para ver, fazer, viver em Appenzell. Como a paisagem do Vale de Lauterbrunnen passando pela janela, as lembranças recentes de minha estadia de 4 noites no cantão menos populoso da Suíça também passam na velocidade de um trem de cremalheira. Tão lentamente quanto o ritmo de vida em Appenzell.”

Leia o post completo Vá de graça a Appenzell, a Suíça em retrato rural

4. Sibenik, Croácia

Apenas 50 km separam a lotada Trogir da lindinha Sibenik e foi difícil entender porque uma estava tão lotada enquanto Sibenik parecia aberta apenas para nós. Definitivamente é uma das cidades subestimadas da Europa, e tem tantos atrativos quanto outras famosas da Croácia. Há alguns anos, Dubrovnik também era assim, e hoje o governo local tem criado estratégias para literalmente controlar não só o crescente número de turistas, mas também suas ações predatórias. Aproveite e corra para Sibenik antes que a calmaria acabe!

Sibenik é a cidade mais antiga da Croácia, e turisticamente falando tem tesouros como a Catedral de Santiago, patrimônio Mundial da Unesco, e que tem um detalhe muito fofo: as 70 cabeças esculpidas das fachadas: cada uma possui uma feição diferente, e diz-se que os modelos eram moradores da cidade.

Outro motivo para incluir Šibenik no roteiro é sua localização estratégica: a cidade é porta de entrada para o Parque Nacional Krka, famoso por suas cascatas impressionantes, onde é possível caminhar por passarelas de madeira em meio à natureza. Ao voltar, termine o dia assistindo ao pôr do sol no calçadão à beira-mar — daqueles momentos simples que marcam uma viagem.

cidades subestimadas da Europa

Saiba mais em Sibenik: uma Croácia sem multidões

5. Počitelj, Bósnia e Herzegovina

Outro lugar autêntico e vizinho de uma cidade muito turística, Mostar (a 36 km), Počitelj é um vilarejo fortificado e um monumento nacional. Casas com paredes e telhados de pedra construídas na colina, uma fortaleza no alto sobre um rochedo com vista para o rio Neretva, minaretes de mesquitas, herança do domínio do império otomano. População que não fala inglês, zero turistas nos trazem a sensação tão incomum de estar ‘descobrindo’ um lugar, e por isso incluí Počitelj na lista de cidades subestimadas da Europa.

Não é um lugar para trocar por Mostar, que tem boa estrutura de hotéis e restaurantes, mas para esticar numa rápida visita, inclusive fica perto de outro local muito visitado, o monastério dervixe Blagaj Tekke.

Não fiz um post dedicado a Počitelj, mas confira minhas dicas e impressões da Bósnia em Ei, você iria para a Bósnia? Eu fui, e mexeu comigo

6. Rapallo, Itália

Itália é outro país que renderia inúmeros parágrafos com o tema cidades subestimadas da Europa! Difícil eleger um, mas a escolha se deve à minha experiência da última viagem à Bota. Rapallo é uma excelente alternativa às super lotadas Cinque Terre (a 45 km) e a apenas 9 km da classuda Portofino, aonde se chega de balsa.

Longe de ser uma cidade pouco visitada, abro um parênteses para explicar que, comparada às Cinque Terre, Rapallo é uma desconhecida, especialmente do público brasileiro. E os preços de hospedagem e restaurantes costumam ser mais amigáveis do que nas vizinhas famosas.

Um dos destaques da Riviera Italiana, Rapallo apresenta marinas lotadas, belos prédios históricos frente ao mar, e um centro vibrante, com rico comércio e muitas opções de restaurantes. Um castelo-fortaleza do século 16, construído à beira-mar, completa o cenário.

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7. Augsburg, Alemanha

Muitas vezes deixada de lado por quem percorre a Rota Romântica rumo a cidades como Rothenburg ob der Tauber ou Füssen, Augsburgo é uma das cidades mais antigas da Alemanha e carrega uma herança riquíssima do período renascentista. Fundada pelos romanos há mais de 2 mil anos, prosperou no século 16 com a família Fugger, banqueiros influentes que deixaram marcas na arquitetura local. Um bom exemplo é a Fuggerei, considerada o conjunto habitacional social mais antigo do mundo ainda em funcionamento.

Augsburg fica a 80 km de uma das principais cidades da Alemanha, Munique. O centro histórico tem um charme especial, com fontes renascentistas, igrejas belíssimas e o prédio da prefeitura (Rathaus), construído no início do século 17, foi o primeiro edifício do mundo a ter 6 andares e está protegido pela Convenção de Haia em caso de conflito armado. Seu Salão Dourado, um marco do renascimento alemão, já vale a visita à cidade. Caminhar pelas ruas de Augsburgo é também encontrar cafés acolhedores, pequenas lojas e um ambiente menos turístico, onde você consegue sentir a vida cotidiana da Baviera sem a pressa das multidões.

cidades subestimadas da Europa

Não deixe de ler Augsburg – roteiro e dicas para dicas completas

8. Mons, Bélgica

A Bélgica é um país que não está na lista dos preferidos entre os brasileiros, recebendo cerca de 10% do número de brazucas que vão à vizinha França. Que pena, a Bélgica além de cidades lindas tem boa cerveja, aqueles waffles inigualáveis e ruas que cheiram a chocolate, seja em Bruges, seja em Bruxelas.

Mons, cidade ainda menos visitada que Bruxelas, Bruges e Gante, fecha minha lista de cidades subestimadas da Europa. Localizada a 65 km de Bruxelas, tem atrações de sobra para quem fica além de um bate e volta, como Strépy-Thieu, o maior elevador de barcos da Europa, o campanário barroco tombado pela Unesco, um museu dedicado às Primeira e Segundas Guerras, que ajuda a entender a história mais recente da Bélgica. Fãs de Van Goch podem visitar a casa-museu onde viveu. Mas é o festival folclórico Doudou, que acontece no Domingo da Trindade (57 dias após a Páscoa), que atrai mais visitantes a Mons. De procissão religiosa a festa mundana, a batalha entre São Jorge e o Dragão é representada em frente ao Grand Palace anualmente. Tem até um museu dedicado à tradição.

Viajar para cidades subestimadas da Europa é viver experiências autênticas, longe das multidões, descobrindo histórias, sabores e paisagens que muitas vezes passam despercebidas. Explorar esses destinos é um convite para olhar a Europa com outros olhos: apreciar o inesperado, valorizar o local e viver momentos que ficam na memória muito além das fotos tradicionais. Porque viajar é se permitir ser surpreendida. Boa viagem!

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Marcia Picorallo

Escrevo o Mulher Casada Viaja com carinho desde 2014, compartilhando minhas impressões dos lugares por onde passei, inspirando e ajudando leitores a planejar suas aventuras.

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Márcia, a viajante

Bem-vindo a bordo - e nem precisa apertar os cintos! Escrevo o Mulher Casada Viaja com carinho desde 2014, compartilhando minhas impressões dos lugares por onde passei, inspirando e ajudando leitores a planejar suas aventuras.

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