As Pontes Cobertas da Nova Inglaterra

As simpáticas, fotogênicas e históricas pontes cobertas da Nova Inglaterra, região de estados como Massachusetts, Vermont e New Hampshire, estavam por toda parte em nosso roteiro de carro no início do colorido outono pelo nordeste norte-americano.

Há quem faça um roteiro só para visitar e fotografar as pontes cobertas da Nova Inglaterra, mas nós conhecemos as que estavam pelo caminho entre a minúscula cidade de Stockbridge, em Massachusetts, e a região da Floresta Nacional White Montains, em New Hampshire. Esta região é repleta de lagos, cachoeiras, trilhas, e no inverno as pistas de esqui é que atraem os turistas. Aproveito para dizer: que lugar lindo e pouco conhecido de nós brasileiros!

Aliás, as pontes cobertas também nos são pouco familiares, uma vez que não são comuns no Brasil. Achei apenas uma numa rápida pesquisa, na cidade de Três Coroas, RS, sobre o Rio Paranhana.

E caso você se pergunte porque são cobertas, lembre-se que os invernos nessa região dos Estados Unidos são rigorosos, e o clima poderia encurtar a vida útil destas pontes de madeira.

As pontes cobertas começaram a ser construídas no século 19, e eram verdadeiros feitos da engenharia da época. Muitas foram destruídas pela ação do tempo ou de tempestades, mas hoje organizações não governamentais e leis estaduais garantem sua preservação.

Para não perder as pontes, depois de traçar as rotas dos lugares que visitaríamos, procurei pelos ícones de pontes no Google Maps e salvei as mais próximas. Veja nosso Roteiro pela Nova Inglaterra: roadtrip por 4 estados em 10 dias, onde explico sobre a região e seus pontos turísticos. Eu sei, é rodar bastante em 10 dias, mas uma roadtrip tem justamente este objetivo, já que as paisagens são o destaque do roteiro.

Ao se aproximar das pontes, diminua bem a velocidade e observe se não há carro vindo na outra direção, pois são todas de mão única. Poucas têm espaço exclusivo para pedestres, então cuidado é sempre bem vindo.

Pontes Cobertas de Vermont

O estado de Vermont tem mais de 100 pontes cobertas, superando qualquer outro estado. Conhecemos apenas algumas delas, mas para falar a verdade, para quem não é especialista, elas são muito parecidas e depois de algumas você meio que enjoa. rsrsrs

1. A Ponte Chiselville foi a primeira que visitamos, na cidade de Sunderland, Vermont. Construída em 1870, 12 metros acima do rio Roaring Branch, sofreu danos apenas em 1971, quando dois caminhões tentaram atravessá-la ao mesmo tempo.

Logo depois de atravessar a ponte, sentido norte, a área para estacionar o carro é maior do que do lado sul da ponte. A placa diz “Multa de 1 dólar para quem dirigir nesta ponte mais rápido do que uma caminhada.” Quem vai querer? É um prazer admirar sua estrutura!

Se você quiser fazer um desvio de apenas 10 km, ou se estiver indo para oeste, terá a chance de visitar outra ponte coberta, a Arlington, uma das mais populares no verão, com lugar para banho no rio Batten Kill e passeios de kayak.

2. Ainda em Vermont, a Ponte Kingsley de 37 metros sobre o rio Mill foi construída em 1836. A ponte estará fechada para reparos no período de 15 de maio de 2023 a 29 de fevereiro de 2024.

3. Achei bem bonito o local onde está a Ponte Lincoln, até desci ao nível do rio Ottauquechee para fotografar. No outono os rios estão com o nível bem baixo e as muitas pedras deixam tudo ainda mais fotogênico.

4. A Ponte do Meio fica bem no centrinho da cidade de Woodstock (que cidade encantadora!), que apesar do nome não é onde aconteceu o famoso festival. Mas olha a coincidência: esta ponte foi construída no mesmo ano do festival, em 1969, substituindo a original de 1889. De um lado apresenta pintura branca, do outro em madeira. Como está no meio da cidade que é mega turística, possui uma passarela para pedestres.

4. Na saída do centro de Woodstock, perto da hidrelétrica, a bela ponte Taftsville, de 1836, foi recentemente restaurada, depois que o furacão Irene de 2011 a danificou.

Pontes Cobertas de New Hampshire

Bem, depois de tantas pontes, eu já não as estava caçando, mas encontrei duas delas nas trilhas de um parque cheio cachoeiras e uma garganta lindíssima, o Flume Gorge, em Lincoln, cidade onde nos hospedamos, na área das White Mountains.

A mais bonita é a Ponte Flume, sobre o rio Pemigewasset, logo no início da trilha. Ela foi construída em 1886, mas como o parque é muito visitado, pedestres têm que usar a passarela construída a seu lado.

A outra ponte do Flume Gorge é apenas para pedestres. A Sentinel Pine fica no meio da trilha depois da Garganta do riacho e leva o nome de um pinheiro centenário de mais de 27 metros de altura que sucumbiu depois de uma tempestade. Sua madeira foi usada para construir a ponte que fica numa localização belíssima do parque!

Quando publiquei este artigo ainda não tinha escrito sobre este passeio em Flume Gorge ou sobre as White Mountains. Por favor vá até a página-índice Nova Inglaterra para encontrar o post.

As próximas pontes cobertas da Nova Inglaterra vimos depois de cruzar uma das melhores estradas para admirar as cores do outono nos Estados Unidos, a Kancamagus Highway, ainda na região das White Mountains.

Pulamos duas pontes lindas, a do rio Saco e do Swift, mas em Jackson visitamos a Ponte Coberta Honeymoon, também conhecida como ponte de Jackson, como aponta a placa. Construída em 1876, tem este apelido porque, como muitas outras pontes cobertas da Nova Inglaterra, era usada para beijos furtivos.

A uma curta caminhada dali fica outra ponte, dentro da área privada do campo de golfe Wentworth, mas eu fui conhecê-la mesmo assim, pois não há nenhum muro ou cerca, só o guardrail da rodovia, mesmo.

Aposto que você se lembrou do filme As Pontes de Madison, filme de 1995 com Clint Eastwood e Meryl Streep, em que ele interpreta um fotógrafo da National Geografic incumbido de clicar as pontes de Iowa. Connectcut, Pennsylvania e outros estados também têm suas pontes cobertas. A primeira que vi foi no Parque Yosemite, na Califórnia.

O que você achou das pontes? Fiquei impressionada com a espessura das toras de madeira que compõem sua estrutura e acho uma viagem no tempo passar por elas, mesmo que estejamos num veículo motorizado e confortável, registrando tudo com um aparelho que cabe na palma da mão.