Castelo de Matsumoto e sua charmosa cidade

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Apesar de o Castelo de Matsumoto ser um dos mais importantes do Japão, o motivo real da escolha por Matsumoto, dentre tantos lugares para visitar no Japão, foi a proximidade com a Rota Alpina e Kamikochi, destinos de natureza nos chamados Alpes Japoneses. Como atividades que envolvem vistas de montanha e trilhas dependem do clima, estar por perto ficando de olho na previsão do tempo foi o que incluiu Matsumoto nesta viagem ao Japão.

Localizada na província de Nagano, Matsumoto foi a primeira cidade que visitamos no Japão, o que acabou sendo uma boa escolha, por não ser uma metrópole e nos permitir uma experiência autêntica no Japão. Chegamos no meio da tarde a partir de Tóquio, já sabendo que o roteiro do dia estava prejudicado, mas a maturidade e os anos de viagem me ensinaram que nem tudo sai como planejado, ainda mais numa cultura totalmente diferente, muitos perrengues à espera.

Ao menos o hotel ficava em frente a uma das saídas da estação de trem, então com isso não perdemos tempo – ou com nosso almoço: nem rebati a sugestão de minha filha de comer no McDonalds, pensando que seria rápido para escolher, pedir, comer e pagar, pois o Castelo de Matsumoto fecharia em breve. Cerca de 15 minutos de caminhada depois, avistamos a entrada do castelo.

O que fazer em Matsumoto

Castelo de Matsumoto

O grande destaque de Matsumoto é, sem dúvida, seu castelo, um dos mais completos e belos do Japão e um dos 4 considerados tesouro nacional – os outros 3 estão em Inuyama, Himeji e Hikone. Apelidado de “Castelo do Corvo” devido à sua fachada preta, foi construído no século XVI, uma era marcada por guerras e disputas territoriais no Japão.

Durante o período Edo (1603-1868), o Castelo de Matsumoto tornou-se residência de diferentes senhores feudais que governaram a região. Após a Restauração Meiji no século 19, muitos castelos no Japão foram abandonados ou demolidos como parte de uma política para modernizar o país e eliminar símbolos do regime feudal. O Castelo de Matsumoto sobreviveu por força da comunidade local. Imagino o orgulho que ainda hoje devem ter de seu feito, afinal, além do valor histórico, o castelo atrai muitos turistas, fazendo girar a roda da economia local.

castelo Matsumoto

Vimos os portões para visita interna se fechando. Mantive minha promessa de não estressar, já era a segunda atividade furada no roteiro do dia (a primeira foi não comer num restaurante tradicional). Também não tivemos a chance de ver a apresentação do grupo representando figuras históricas de Matsumoto, que acontece até as 16h no pátio do castelo.

De qualquer forma, eu tinha lido que o castelo tem 6 andares, ligados por degraus de 40 cm de altura e estreitos, e que apenas algumas salas são mobiliadas, o que me ajudou a não ficar lá tão chateada, porque não sei se eu estava a fim de encarar isso.

O jardim do castelo é menor do que eu esperava e não é preciso pagar ingresso. Se visitá-lo na primavera, contará com cerejeiras em flor em suas fotos!

Visita interna ao Castelo de Matsumoto: ¥700. Abre das 8h às 17h e tem festivais de primavera, com cerejeiras iluminadas à noite, e no outono festival de soba.

Nawate Dori

A primeira ruazinha comercial de casas tradicionais que conhecemos no Japão foi a Nawate Dori. Além de lojas de artesanto, comidinhas e antiguidades, e do templo xintoísta Yohashira-jinja, a Nawate é fofa pela temática dos sapos, palavra que em japonês tem o mesmo significado de “voltar para casa”. A rua fica paralela a um rio, onde existiam muitos sapos. Hoje eles estão nas bujigangas das lojas e também na escultura no início da rua.

castelo Matsumoto

o anoitecer, tudo fecha, um pena, pois a rua fica um charme com as luzes das lanternas.

Templo Yohashira-jinja

Visitei muitos templos no Japão, mas o fator ‘primeiro’ numa viagem é sempre mais marcante. E diferente de outros templos com multidões, em Matsumoto o Yohashira estava tão tranquilo que passei um bom tempo observando os costumes de quem o visitou.

Matsumoto castelo e templo

Compondo o cenário dessa visita, as cores do outono estavam pinceladas em algumas árvores, as tradicionais plaquinhas de madeira (Ema) me emocionaram enquanto eu lia os desejos e agradecimentos ao som das palmas dos fiéis diante do altar. No banco à frente do Tori do templo, uma pelúcia repousava em homenagem a alguém querido falecido, segundo me informou o Google tradutor.

templo perto castelo Matsumoto

Confira, no Instagram, nos destaques dos stories “Japão Matsumoto” os vídeos que fiz da cidade e de outras

Entramos em poucos museus nesta viagem de 18 dias pelo Japão, e com pouco tempo em Matsumoto, preferimos caminhar pelas ruas, observando vitrines e ruas residenciais e coisas como malas deixadas na calçada, enquanto seus donos tomavam o café da manhã ou bicicletas estacionadas sem cadeados.

Mas destaco dois museus: o Museu da Cidade de Matsumoto, que fica na avenida que leva ao castelo de Matsumoto, e conta a história da cidade em objetos e documentos. Não sei se as bolinhas coloridas da fachada são uma referência à artista plástica Yayoi Kusama, que nasceu em Matsumoto e é famosa por obras com este formato. A 4 km do centro de Matsumoto, o Museu Japonês de Ukiyo-e tem uma das maiores coleções de gravuras tradicionais do mundo.

castelo Matsumoto
Museu de Matsumoto

Também aproveitamos para conhecer o comércio entre o Castelo de Matsumoto e sua estação de trem. Visitamos o Alpico Plaza e lojas de souvenirs lindos, como estas da foto abaixo. Achei os produtos japoneses de muito boa qualidade, e vi casacos lindos, bem ao estilo oriental, mas com corte largo, que só fica bem nos corpos magrinhos e pequenos das japonesas.

Para além disso, entre Matsumoto e Takayama fica o parque Kamikochi, nos chamados Alpes Japoneses, uma boa opção de bate e volta ou continuação de viagem.

castelo Matsumoto bate e volta

A 15 minutos do Castelo de Matsumoto fica o Asama Onsen. Se você estiver começando a ler sobre o Japão, talvez não saiba que onsen é um elemento cultural muito forte e presente no país. Como há muitos vulcões, há também muitas termas, e desde sempre o povo se acostumou a tomar banhos quentes relaxantes ao ar livre. Pelados, separados por sexo, afinal, se tem até vagão de trem só para mulheres, seria ainda mais prudente piscias naturais exclusivas.

Veja na página Japão os posts publicados sobre esta viagem, que incluiu lugares da chamada rota dourada: Osaka, Kyoto e Tóquio, além de Kawaguchi lago da região do Monte Fuji

Onde Ficar em Matsumoto

Porque a ideia original era fazer a Rota Alpina, escolhi um hotel bem em frente à estação de trem e ao lado da estação de ônibus de Matsumoto. Mas nem precisaria, é tudo plano em Matsumoto, e as calçadas bem feitas com guias rebaixadas, poderíamos ter ficado em qualquer outra parte da cidade que não teríamos problema arrastando malas.

Não posso dizer que gostei do Premiere Hotel Cabin Matsumoto , além de sua localização prática, com mercado, farmácia, tudo coladinho. Eles não têm quartos não fumantes e tivemos que aguentar o cheiro, pois as janelas não se abriam, mas tinha um purificador de ar. De resto, o quarto era compacto e simples como a maior parte dos hotéis japoneses em que ficamos. Ainda bem que na cidade segiunte, Takayama, reservamos um casa inteira! Um ponto legal era o café da manhã, num andar alto com uma bela vista. E o vaso sanitário, maravilhoso como em todo o Japão. rsrsrs

castelo Matsumoto
castelo Matsumoto
A vista do restaurante do hotel era fantástica

Estranhamente, não há hotéis com vista para o Castelo de Matsumoto, que fica a 1 km da estação de trem, e seria uma boa localização para se hospedar.

Onde comer em Matsumoto

Se você gosta de experimentar pratos exóticos, experimente o basashi (sashimi de cavalo), uma iguaria que reflete as tradições únicas da região. Algo menos radical é o macarrão soba de trigo sarraceno, servido frio com molho de mergulho ou em um caldo quente. Combine com um saquê local para uma experiência gastronômica autêntica. Era esta minha ideia para comer no primeiro dia, mas o Castelo de Matsumoto foi mais importante.

castelo Matsumoto

Eu raramente dou dicas de restaurantes, mas adorei este café inusitadamente inglesinho, o café Abe, onde tomamos café da manhã. Fiquei encantada pelas fofuras da decoração, da louça, da fachada. O serviço é rápido, que pena. Naquela manhã friazinha, foi como receber um abraço.

O lugar parece um brechó chique ou museu, e a gente não sabe se come ou se fica olhando tudo. Servem o leite ou chá de maneira dramática, como os marroquinos, e o atendimento é rápido, mas sem perder a atenção. Meu marido é alto e tinha se sentado numa mesa apertada, e o funcionário fez questão de sugerir uma troca.

castelo Matsumoto

Para o almoço, avaliações do Google Maps me indicaram um restaurante onde se falava inglês, o Tatsumitei. Os pratos são meio engraçados, mas conseguimos uma comida bem parecida com a brasileira para o almoço. Por favor, não me julguem, meu entusiasmo por provar comida original japonesa foi se dissipando com o passar das horas. Mas foi ali que entendi o costume de ter sempre à mesa uma toalhinha para higienizar as mãos, a bandeja para receber o dinheiro ou cartão no hora do pagamento, e a dificuldade de entender os cardápios. Ainda bem que existe também o costume de fazer modelos de pratos e exibi-los na vitrine de do restaurante.

castelo Matsumoto

À noite fomos ao pub CELTS, que por causa de um grupo grande de britânicos de meia idade parecia ser o lugar mais barulhento de nossas vidas! O fish and chips era diferente de qualquer outro que eu já tinha provado, por causa da textura do peixe, muito bom, o que prova que um prato tradicional de um país ode ser muito melhor em um outro.

Como Chegar a Matsumoto e seu castelo

Matsumoto fica a 2h40 de trem da estação Shinjuku de Tóquio, o modo que usamos. Quem visita Quioto ou Osaka vai precisar ir até Nagoia, a 2 horas de Matsumoto. Da cidade de Nagano, são apenas 50 minutos. Compramos os bilhetes na hora da viagem. Da estação de ônibus ou trem, é uma caminhada de 1 km até o Castelo de Matsumoto. Tenho certeza que você estará conectado e usando um app de localização.

castelo Matsumoto
a estação de trem de Matsumoto

O Castelo de Matsumoto pode ter sido um dos notivos para visitar a cidade, mas o que me marcou foi todo o ineditismo vivido lá: das ruelas estreitas e bagunçadas aos restaurantes com modelos de pratos. Do artesanato caprichado à gentileza do povo. Dos produtos nas prateleiras de lojas de conveniência, como vinho italiano em embalagem Tetra Pak,ou no copo de vidro estilo geleia, à poluição visual e sonora do comércio. Da limpeza à segurança que para nos brasileiros beira o surreal. E do Japenglish. Prazer em te conhecer, Japão.

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Marcia Picorallo

Escrevo o Mulher Casada Viaja com carinho desde 2014, compartilhando minhas impressões dos lugares por onde passei, inspirando e ajudando leitores a planejar suas aventuras.

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Márcia, a viajante

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