Como são as praias do centro de Maceió? Observei aspectos como limpeza, estrutura, beleza e frequência e compartilho aqui também outras dicas de o que fazer, onde ficar e comer na região urbana da capital de Alagoas.
Um início de verão chuvoso e com temperaturas baixas para a época em São Paulo, me tirou do sério e me fez viajar em janeiro, coisa que não curto muito por ser tudo caro e cheio. E assim, de última hora, sugeri irmos ao Nordeste do Brasil, onde sol brilhar é coisa levada a sério por São Pedro, para comemorar o aniversário do maridão e curtir um pouco as férias escolares da Júlia. E decidimos revisitar Alagoas, visitando praias que não tínhamos conhecido, como as dos arredores de Maragogi e o paraíso de São Miguel dos Milagres. Vimos a do Carro Quebrado a partir do mirante, desta vez, e no Sul visitamos a belíssima praia do Gunga.
Maceió
Maceió está convenientemente localizada no centro do litoral alagoano e por ser a capital do estado de Alagoas é natural que tenha mais estrutura para os turistas do que os outros municípios, como maior oferta de hotéis, comércio e restaurantes, mas embora o mar seja lindo, eu não acho legal pegar praia por lá, principalmente nas mais urbanas, como Ponta Verde, Pajuçara e Jatiúca. Foi bom seguir minha intuição: quando voltei e me sentei à frente do PC para escrever este post, pesquisei no site do IMA (Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas) e descobri que Jatiúca e Cruz das Almas estavam impróprias para banho.
As praias de Maceió
O que as praias de Maceió têm em comum, segundo minha observação:
Calçadão: ninguém caminha de sunga ou biquini na orla, nem mesmo só com a parte de cima. Há uma ciclovia que achei pouco usada, as pessoas parecem preferir caminhar ou correr. Talvez se tivesse um sistema de compartilhamento de bikes os turistas poderiam aproveitar mais a estrutura.
Quiosques: são padronizados: redondos e com teto em piaçava, mas em Jatiúca alguns são verdadeiros restaurantes, com um certo luxo despojado, como o Lopana (leia mais abaixo).
Praia e mar: o mar é lindo, acho que o mais belo do litoral brasileiro. A surpresa pra mim foi a iluminação da praia, o que possibilita mergulhar também à noite. Algumas praias têm vários coqueiros, com trechos de areia totalmente sombreados. Outras apresentam os coqueiros ladeados, próximos ao calçadão, mas com intervalo grande.
Se você quiser se esticar por ali, muitos pontos alugam espreguiçadeiras e guarda-sol.
As praias urbanas de Maceió
Cruz das Almas
É a praia mais ao norte de Maceió. A faixa de areia é bem mais larga do que nas outras praias e o mar continua lindão, mas pesquise o site do IMA para ver se está apta a receber banhistas. Os quiosques são mais simples e os edifícios de alto padrão começam a subir, enquanto os vizinhos ainda são construções simples ou terrenos vagos.
Jatiúca
Sua parte mais ao norte, antes de chegar ao resort que interrompe a avenida da orla, mas não o calçadão (abaixo falo sobre o hotel e o porquê dessa interrupção), tem uma praça com vários bancos de alvenaria, mas achei tudo muito árido, por que não plantar coqueiros ou um belo flamboyant no centro para sombrear estes bancos, senhor prefeito?
Em janeiro/18 um projeto bacana estava acontecendo: foi montada uma academia num trecho do calçadão, gratuita, com monitoramento de estagiários.
A orla fica bem movimentada a partir deste ponto e há muitos hotéis e edifícios residenciais, que no final da tarde fazem sombra sobre a areia. ?
Ponta Verde e Pajuçara
Trecho mais turístico e urbano, com a mesma estrutura de ciclovia, calçadão e muitos hotéis, aqui você encontra também:
– Mercado do Peixe – é uma construção na areia, onde os pescadores comercializam peixes frescos. Como passei no final da tarde ali, não consegui observar o movimento.
– o letreiro “Eu Amo Maceió“, claro que fui fazer uma fotinho!
– a feirinha de artesanato é um galpão à beira-mar com várias lojinhas-cubículos com produtos para lembrancinhas. Eita lugar quente! Fui à noite para comprar algo pros meus pais e aquilo estava um forno!
– o já mencionado quiosque/restaurante Lopana. Fui por indicação de uma prima e adorei. Tinha um DJ selecionando músicas agradáveis e de estilos diversos (mas isso também significa pagar couvert artístico). Ficamos nas mesas do lado externo, mas há um espaço fechado por vidros com ar condicionado e banheiros limpos COM AR CONDICIONADO! Quem já esteve em banheiros sem ventilação do Nordeste sabe porque estou gritando comemorando. Mas tem mais motivos para ir, claro: a comida é sensacional! Eu provei o petisco (como eles chamam as porções) número 2: um prato com discos de biju recheados com filé e camarão e gratinados com parmesão ($46). Dos deuses! A casquinha de siri também estava deliciosa ($18) e meu marido aprovou a salada de salmão ($34). Só não curti muito a margarita ($11), pois já bebi melhores.
– as esculturas de Aurélio Buarque de Holanda, vulgo ‘pai dos burros’?, e do escritor Graciliano Ramos. Criadas em comemoração aos 200 anos de Maceió pelo mesmo artista que fez a de Drumond no Rio, Léo Santana.
– Jangadas e piscinas naturais. Minha frustração é não ter fotografado as lindas jangadas que levam às piscinas naturais. Estive nesta parte de Maceió enquanto caminhava e não tinha levado nem o celular, uma pena.
Praia da Avenida e do Sobral
Só passamos de carro por este trecho, mas é a região portuária e embora o mar e as praias continuem lindos, tudo é meio deserto. Fiquei com vontade de ir aos piers para ver a vista de lá, mas estávamos com pressa para ir à praia do Gunga.
É nesta parte que se encontra o bairro Jaraguá e o centro de Maceió, com os edifícios governamentais e casarões antigos, como o Museu Théo Brandão, de Antropologia e Folclore.
Leia também aqui no Mulher Casada Viaja:
– Maceió-Maragogi: como chegar, aluguel de carro, paradas e outras dicas
– Alagoas: melhores praias ao Sul de Maceió e o São Francisco
– Alagoas: praias ao Norte de Maceió – roteiro e dicas
Cuidados ao dirigir em Maceió
Uma coisa engraçada – e que serve de alerta – nos aconteceu quando dirigíamos nesse miolinho do centro: num cruzamento, o farol estava aberto para nós, mas paramos porque ouvimos um apito de trem, que simplesmente cruzou à nossa frente, sem qualquer sinalização de alerta ou barreira! A gente deu uma risada de nervoso e de incredibilidade.
As estradas têm radares de limite de velocidade, mas diferente de SP, por exemplo, não há placas informando, então fique de olho ou mantenha-se no limite.
O asfalto das estradas estava em bom estado, mas pecam em sinalização: algumas não duplicadas (que são a maioria) não têm faixas pintadas e em alguns trechos sinalizam lombadas que não existem. Mas dirigimos à noite do aeroporto a Maragogi e sobrevivemos. Alguns trechos são deliciosos, com coqueirais dos dois lados da estrada, como pouco antes de Maragogi ou da praia do Gunga.
Hotel em Maceió
Ficamos no resort Jatiúca, o tal que interrompe a orla, algo com que eu não me conformava mesmo estando na espreguiçadeira olhando aquele marzão. Pesquisei e descobri que o hotel foi construído em 1979, época em que esta parte de Maceió era considerada periferia, e se hoje ainda existem hotéis pé na areia, imagine naquela época…
Foi um dos primeiros hotéis de Maceió e recentemente recebeu um investimento para ampliar o número de piscinas e modernizar mobiliário. É um resort maravilhoso, com a vantagem de estar perto de tudo, o que poucos resorts proporcionam. Nem vou tentar descrever, vejam as fotos:
O truque pra economizar foi reservar o hotel Jatiuca Suites Resort da rede Slaviero, anexo ao Jatiuca Resort, mas que é 60% mais barato e permite desfrutar de toda a área de lazer e serviços do resort, sem precisar contratar o sistema all inclusive, que acaba ‘amarrando’ as pessoas ao resort e impedindo que conheçam a cidade e os restaurantes.
Confira as sugestões de hotéis e Resorts para se hospedar em Maceió, escritos depois de testarmos alguns deles
Impressões de Maceió
Conhecemos pouco da cidade, mas o passeio foi positivo para nos tirar a impressão ruim que tivemos em nossa primeira vez, quando achamos tudo muito sujo e largado. Prestei bastante atenção e vi as ruas sempre limpas e a praia com um mutirão de funcionários, principalmente porque o mar estava muito agitado por causa da superlua do dia 31 de janeiro.
Não vi motivos para me sentir insegura, mas também não caminhei com câmera ou qualquer outra coisa de valor.
Não espere encontrar uma cidade bonita. Sem contar o mar e a orla, Maceió é o retrato de um dos estados mais pobres do Brasil.
Achei o trânsito bem carregado nas avenidas e ruas não só próximas à orla, mas nas de acesso à periferia. Uma pena uma cidade plana não apostar em ciclovias.
Não usamos transporte público, mas na hora de pico os pontos de ônibus estavam lotados. isso, somado à quantidade de automóveis, mostra que não deve ser lá muito eficiente.
Continuo achando Alagoas o estado de litoral mais lindo do Brasil. Vai por mim, vá pra lá e confira com seus próprios sentidos.
Respostas de 23
adorei o titulo aheuahe eu ainda não fui para essas bandas, mas confesso que quero muito! as praias são lindas demais e sem falar que tem sol! estou sentindo falta disso ai na europa hauehaue
Imagino, Angela, dá frio aqui só de ver!
Ah que delícia Maceió! Estou doida pra conhecer, tomara que consiga esse ano! Realmente é difícil nao ficar hipnotizado com esse mar, mas parece um lugar muito agradável em outros aspectos. Adorei!
Ah, Maceió… prometi tantas vezes a um grande amigo ir visitá-lo, mas ele faleceu e agora terei que ir prestar minha póstuma homenagem nesse paraíso do nordeste brasileiro! Adorei as dicas e já estão anotadas!
Que bom saber que estão cuidando mais de Maceió, com limpeza e etc. Adorei as dicas de hotel e restaurante