O que fazer em Casablanca, Marrocos

“Sempre teremos Paris”, disse Rick (Humphrey Bogart) a Ilsa (Ingrid Bergman) no filme Casablanca, um clássico do século passado. Pois Casablanca é também um clássico do Marrocos, e fiz questão de incluí-la em nosso roteiro pelo país, embora seja cortada do roteiro de muita gente. Vou te mostrar o que fazer em Casablanca e como achá-la tão interessante quanto outras cidades do Marrocos. Tem um truque, aliás, dois.

Desembarcamos no aeroporto de Casablanca numa manhã de abril junto com 596254 muçulmanos regressando de Meca. Fosse nossa primeira incursão no mundo árabe, teria sido mais impactante, mas mesmo assim impressionou ver tanta gente concentrada no lobby de desembarque, e todos com trajes típicos, num país mais permeável a culturas estrangeiras, seja pelas marcas da história, seja pela proximidade com a Espanha.

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O motorista que nos levaria ao hotel nos esperava do lado de fora, segurando uma plaquinha com nosso nome. Não era o motorista que nos acompanharia e guiaria por toda a viagem ao Marrocos, e isso me deixou um pouco tensa, mas deu tudo certo, foi apenas falha de comunicação. Mas poderia ser um problema para pessoas com menos experiência em viagem, pois ficamos por nossa conta neste primeiro dia.

Deixamos as malas na recepção do hotel e fomos fazer nossa primeira refeição típica marroquina, bem em frente, no Restaurante Les Fleurs. Nada de especial além do fato de ter sido o primeiro tagine – de muuuitos! não aguentávamos mais no final da viagem.

Onde Ficar em Casablanca

O centro de Casablanca tem áreas bem bonitas e arborizadas, que lembram as alamedas da França, e outras partes bem feinhas, com prédios até que bonitos, mas sem manutenção, o que entristece a visita, mas acho que devemos ver um pouco de tudo quando viajamos. Ficamos no Oum Palace, um hotel simples no centro de Casablanca, muito sinceramente, a pior hospedagem desta viagem ao Marrocos. A localização é boa, no centro, perto da medina e do terminal de cruzeiros, mas acaba aí a vantagem.

Eu sempre recomendo apartamentos e hotéis menores, mas em Casablanca as avaliações de outros tipos de hospedagem são muito ruins. Se puder, invista num hotel na mesma localização, mas com mais estrelas, como o Royal Mansour Casablanca, o Sofitel Casablanca Tour Blanche ou o Marriott.

Se quer ficar numa região moderna e perto do mar, invista no Four Seasons, principalmente se preferir curtir sol-mar-piscina. Aliás, foi uma surpresa encontrar belas casas de veraneio, restaurantes finos como o West 91, e algo próximo de beach clubs nesta região, não esperava ver isso em Casablanca e vi bem poucos lugares ‘prósperos’ no Marrocos. Mas é claro que numa viagem de 10 dias nos deixa apenas impresssões, e posso estar completamente errada a este respeito, pois o modo turista em países ‘exóticos’ nos leva a lugares históricos e exóticos. Por isso achei interessante, no final das contas, este tempo sozinhos em Casablanca para explorar por conta a cidade.

O que fazer em Casablanca

A Medina conta a história

Não nos aventuramos pela medina de Casablanca porque veríamos muitas no Marrocos, e com pouco tempo preferimos explorar outras áreas. Mas caminhar por suas ruelas é uma boa forma de conhecer a Marrocos antes do domínio francês – e Português! Vemos traços, por exemplo, de um forte luso do século 15 no que hoje é o restaurante Scala, antigo bastião que deu início à medina.

Os muros da medina surgiram no domínio marroquino, após os portugueses abandonarem a área devido a um terremoto no século 18. O sultão nomeou a cidade ‘Ad-dar Al Baidaa’, tradução de Casa Branca, que virou Casablanca por influência da Espanha, contribuinte da construção da cidade.

Ja no início do século 20, a colonização francesa ergueu a nova cidade fora dos muros da medina, onde hoje é o centro de Casablanca, aonda vamos passear agora.

Centro de Casablanca

Acho que este é o truque número 1 para gostar de Casablanca: perceber que ela é mais do que a Mesquista Hassan II, ao estar aberto à beleza nas fachadas decadentes dos prédios do centro. Enxergar além da poeira e do barulho e observar as pessoas que circulam entre os pombos da praça Mohammed V (foto abaixo), talvez não com a mesma alegria de outra passa tomada por pombos, como a Piazza San Marco de Veneza, mas feliz por estar conhecendo mais um país e um pouco de sua cultura.

O centro de Casablanca tem seus encantos, como o moderno tram, as fachadas com terraços e, se procurar bastante, até os típicos azulejos numa mistureba de estilos. Este foi o primeiro, comemorado por ser o primeiro. E este o truque número 2 para gostar de Casablanca: fazer dela a primeira cidade visitada no Marrocos!

Parque da Liga Árabe

Depois de um misto de surpresa e identificação ao ver os abandonados belos prédios do centro de Casablanca, caminhamos em direção ao Parc de la Ligue Arabe, uma bem-vinda área verde bem cuidada e cercada de atrativos como a igreja católica Sacre Couer, a Place Mohammed V e o moderníssimo CasArt’ Théâtre de Casablanca.

Depois desse passeio, voltamos ao hotel e nos preparamos para o jantar especial daquela noite…

Rick’s Cafe: um jantar, numa viagem, enquanto o tempo passa

O nome Casablanca não traz à tona apenas o Marrocos, mas o clássico filme homônimo. Esta seria minha única chance de conhecer o Rick’s Cafe, restaurante inspirado no filme.

Localizado no centro de Casablanca, num edifício histórico perto da medina, o ambiente foi cuidadosamente planejado para se assemelhar ao cenário do filme, com decoração elegante e clássica, iluminação suave, cortinas de veludo, espelhos vintage e pisos de mármore. Nas paredes, fotos do filme.

Sobre esta noite especial, eu conto num artigo dedicado ao Rick’s Cafe. Veja também outros posts relacionados na página Marrocos.

E por falar em noite, na segunda noite em Casablanca não demos muita sorte. Procurei um restaurante a respeito do qual eu tinha lido boas avaliações, mas simpelsmente não o encontramos. Então entramos na linda estação de trem – Casa Port – que tem algumas opções de restaurantes simples. Valeu mais pela surpresa de uma estação bonita e moderna do que pela refeição naquele fast food mundialmente conhecido.

A Mesquita Hassan II

Se você já fo ao Vaticano, deve ter ficado impressionadíssimo com as obras de arte, a grandiosidade e a arquitetura. Foi assim que nos sentimos nesta que é a maior mesquita da África e não só pelo tamanho, mas pela beleza, pelos detalhes, pela oportunidade de estar numa mesquita, já que a maior parte delas recebe apenas muçulmanos.

Como o Rick’s cafe mereceu um post próprio, a mesquita Hassan não poderia ser restringida a alguns parágrafos, por favor leia sobre ela encontrando o post na página Marrocos.

Conhecer a Mesquita Hassan seria motivo suficiente para visitar Casablanca, mas eu não me arrependo de ter passado duas noites na cidade (fizemos um bate e volta a Rabat, capital do Marrocos, no segundo dia) e, se você usar meus truques, tenho certeza que gostará, também da cidade. You must remember this!