Quem vai ao Marrocos e inclui a cidade de Casablanca no roteiro tem a oportunidade rara de entrar numa mesquita mesmo sem ser muçulmano. E não apenas uma mesquita, mas numa espetacular, a Hassan II. Embarque agora nesta visita virtual por uma obra fantástica de arquitetura e arte.
A admiração pela Mesquita Hassan II começa onde não a enxergamos, na base: a área onde foi erguida passou por um extenso processo de atero. Inspirado na frase do Alcorão que diz que “o trono de Deus está sobre a água”, o rei Hassan II decidiu que a mesquita deveria ser construída sobre o oceano.
É também imapctante ver o minarete de 210 metros enquanto caminhamos em direção à mesquita, um vão de 500 metros ladeado por edifícios que abrigam museus, biblioteca e salas relacionados à mesquita. O piso é um intricado trabalho de formas geométricas que fica ainda mais bonito observado de cima. Pena que não é permitida a subida no minarete, eu vi mesmo pelo Google Maps.
E como a mesquita foi construída na era da tecnologia avançada, o minarete emite um facho de raio laser em direção a Meca, orientando os fiéis a que lado se voltar na hora da oração. E saber que o piso é aquecido na área de oração. Mas fiquei ainda mais impressionada com o teto retrátil do interior da mesquita, que permite que o salão principal seja aberto para o céu em ocasiões especiais. Gente, não é um zetaflex, dá uma olhada nesse teto:
A Hassam II pode ter perdido o posto de maior mesquita da África, ultrapassada pela Djamaa el Djazaïr, na Argélia, mas continua impressionante. Só os números por si já impressionam: tem apacidade para receber 105.000 fiéis: 25.000 dentro da mesquita e 80.000 no pátio externo – o Maracanã abriga 78.838, para compararmos.
Projetada pelo arquiteto francês Michel Pinseau, sua construção envolveu mais de 10.000 artesãos marroquinos, que esculpiram detalhes em madeira, mármore e cerâmica com precisão artesanal, alternado turnos para que o trabalho não parasse, 24/7. Interessante que todo o material usado é marroquino, com exceção de 57 lustres de Murano e 2 colunas de márnore. Parece não haver um número oficail, mas ouvi um guia dizendo que foram gastos US$800 milhões na construção, que há 30 anos era ainda mais dinheiro!
Muito números para quem gosta de letras, vamos à visita!
Mas antes, te convido a abrir uma nova janela e para ver os demais artigos já publicados sobre nossa viagem ao Marrocos. Sobre Casablanca, escrevi o que fazer e outras dicas práicas, e o jantar no Rick’ Cafe, inspirado no filme Casablanca.
Como é a visita à Hassan II
A gigante área exterior não requer ingresso pago, mas é um desperdício ficar apenas ali, embora haja muitos elementos arquitetônicos incríveis e que rendem belas fotos, fizemos isso depois.
São tantas portas, enormes, impressionantes, mas apenas uma é a entrada dos infiéis, como nós, que vamos apenas para apreciar a arquitetura.
Entramos pelo andar principal, o térreo, e não sabemos para onde olhar, é preciso respirar e conter a ansiedade. Temos tempo, não é uma excursão em que o grupo teria apenas 15 minutos para a visita. Que bom, porque 15 minutos a gente leva só para tentar entender o delicado trabalho de esculpir o cedro.
Para quem gosta de fotografia, a mesquita Hassan II oferece muitas possibilidades, pena que aposentei minha câmera a favor do leve e prático smartphone.
Como em outras mesquitas, há um lugar separado para as mulheres e outro para os homens. Elas ficam ali em cima, meio escondidas, meio guardadas, a escolha da palavra depende de sua crença.
No centro do hall principal, o piso de vidro mostra que temos todo um andar inferior para explorar, que é onde acontece o ritual de ablução. A escadaria que une os dois andares é um espetáculo, também.
Bem, imagine 80.000 pessoas que precisam lavar mãos, o rosto, a cabeça e os pés antes de iniciar a oração: precisam de um espaço grande, mas o rei foi além e mandou fazer um espaço lindo, com várias fontes de mármore, iluminadas por lustres de vidro de Murano.
Eu fiquei enlouquecida com os detalhes, mal sabia que durante esta viagem eu me hospedaria em riads lindos, e que cruzaria o estreito de Gibraltar para continuar por esse mundo árabe ainda presente na Andaluzia, Espanha.
Como se vestir e se comportar
Vista-se de forma modesta, cobrindo ombros e joelhos. Como fazia calor, eu estava com uma roupa decotada para os padrões muçulmanos, então levei um lenço bem grande que cobriria minha cabeça, colo e ombros, mas não precisamos cobrir a cabeça.
Mesmo que não seja sua religião, é a de alguém, e você está num espaço considerado sagrado por ele. A visita a mesquitas acontece fora do horário de culto, mas de qualquer forma, fale baixo.
Filmar e fotografar é permitido, exceto na área do Mihrab, a área voltada para Meca, considerada sagrada. Evite regristros de fiéis, especialmente se estiverem rezando. Deixe isso para a National Geografic ehehe.
Ingressos e tours
As visitas guiadas ocorrem diariamente, exceto às sextas-feiras, e são conduzidas em vários idiomas. Nós ouvimos uma coisa ou outra, e preferimos ficar livres, porque no final, eu sempre pesquiso para escrever aqui no Mulher Casada Viaja.
Se preferir, pode comprar um tour comercializado por nossa parceira Get your Guide, sugiro 3 a seguir. Leia o que inclui, a descrição e as avaliações. ,
Quem foi Hassan II?
O Marrocos é atualmente governado pelo rei Mohammed VI, filho de Hassan II, que assumiu o trono após a independência do Marrocos da França e da Espanha, em 1961. Seu reinado foi marcado por centralização do poder, modernização econômica, expansão territorial e repressão política. Seu legado é um misto de progresso e autoritarismo, mas ele é lembrado como um líder que consolidou o Marrocos moderno. E com certeza, eternizado pela Mesquita Hassan II.
A escolha de Casablanca como localização da mesquita
Casablanca é a maior e mais dinâmica cidade do Marrocos, sendo o principal polo financeiro e comercial. Apesar de moderna e talvez por isso, não tinha um grande símbolo islâmico como Fez ou Marrakech. Construir a mesquita Hassan II lá reforçaria sua importância não só como centro econômico, mas também espiritual – e turístico. Acho que deu certo!
Esta viagem aconteceu em abril de 2024, mas foi a blogagem coletiva de minhas amigas queridas do 8on8 que propiciou meu retorno virtual a Casablanca ao escrever aqui. Espero que te ajude no planejamento de viagem a Marrocos, ou para colocar o país na sua lista de lugares para conhecer, vale muito esta viagem.
Se tiver dúvidas, fale comigo. Faço roteiros personalizados, sou agente de viagens e posso indicar o mesmo motorista que nos conduziu durante toda a viagem ao Marrocos, de forma privativa.
Outros destinos e lugares tradicionais
Confira outros destinos tradicionais, com dicas compratilhadas pelas queridas do 8on8:
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Uma resposta
Impresionante esta visita à Mesquita Hassan II, que fotos lindas e cheias de magia e encantamento. Amei de paixão, quero ver de perto esta mesquita que parece ser magnífica. Parabéns pelos belos registros e pela visita, Márcia.