Nas águas termais de Budapeste: Hotel Gellert

O saguão de enrtada das Termas de Gellert
O saguão de entrada das Termas de Gellert

Friozinho de outono, dia nublado com possibilidade de chuva, voo que só sai no início da noite são a combinação perfeita para visitar uma das muitas termas de Budapeste, tema deste post.

Cada cidade tem atrações do tipo “must see” e eu como boa viajante-turista-blogueira geralmente incluo a maioria delas nas viagens que faço. Budapeste é também conhecida como a cidade dos spas, e uma das poucas capitais europeias onde se pode relaxar em águas termais. Dentro de minhas possibilidades financeiras, sigo a máxima “faça ao menos uma vez na vida”, e como aprecio arquitetura, escolhi o Hotel Gellert para sentir literalmente na pele o que é passar algumas horas em um spa húngaro. Além disso, minha memória tinha arquivado na caixinha ‘ah, seria bom ir um dia’ a imagem abaixo, da piscina maravilhosa do hotel. Na época eu não sabia que qualquer mortal poderia utilizá-la, pensando ser restrita aos hóspedes. Na época não havia blogs de viagem!!!
Quando ir ao St. Gellért ou a outro spa de Budapeste
Caso seu trem ou voo parta no final da tarde ou à noite, vale a pena fazer o check out no hotel, pedir que guardem suas malas no depósito e se dirigir a uma das termas de Budapeste para morgar em água morna, ainda mais se o dia estiver nubladão e frio, como foi nosso caso. De quebra, você vai viajar de banho tomado e relaxado/a para encarar a viagem. Mas muita gente vai no meio da visita à cidade, mesmo. E se você quer uma balada molhada, não perca a Szecska Sparty, quando as Termas de Szechenyi abrem a noite toda com shows de laser, DJs e bebidas, durante os sábados de verão. Nas demais estações, a festa acontece nas Termas Lukacs.

A piscina principal: só com touca
A piscina principal: só com touca


Termas de St. Gellért

Primeiro, o encantamento com a arquitetura: piso de mosaicos, paredes revestidas de pastilhas, colunas, vitrais, teto, tudo é muito bonito e merece um olhar mais demorado – e fotos, claro.termas St Gellert Budapeste
Detalhe arquitetônico
Detalhe arquitetônico na coluna de uma das piscinas

Além da arquitetura, a quantidade de cabines para massagem também impressiona e é onde você pode desfrutar de massagens variadas, como um simples tratamento nos pés à massagem tailandesa ou com pedras vulcânicas. Há também tratamento de pele à base de chocolate (eu preferiria comer, mesmo), banho de ervas, tudo a um custo adicional, claro.
Um dos salões de cabines de massagem
Um dos salões de cabines de massagem

Há piscinas cobertas com temperaturas que variam de 19º a 38º. Do lado de fora, duas piscinas: uma a 36º e outra, de ondas, a 26º. No total, o spa oferece 8 piscinas, com 1.317m2 de superfície aquosa quentinha, que dá uma preguiça danada, maior que leseira de nordeste brasileiro!
Área externa
Área externa


As termas recebem pacientes para fisioterapia e, como todo complexo de águas minerais, prometem acabar com problemas vertebrais, articulares, circulatórios e respiratórios. Com isso, é muito comum ver carequinhas e cabecinhas brancas e cinzentas por lá. Caso esta informação faça algum sentido para você, estes são os elementos encontrados na água: sódio, cálcio, magnésio, hidrogênio, flúor.

Completam a estrutura lanchonetes, restaurante, loja de artigos de natação, aluguel de tocas, toalhas e até de roupas de banho.
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Cúpula do St. Gellert Spa: status de igreja, biblioteca, edifício governamental…

O que Levar
1. Se você quiser nadar na piscina coberta principal, terá que usar uma touca de cabeça. Uma loja no térreo vende toucas lindas, mas modelos mais simples são vendidos no mesmo ponto onde você aluga as toalhas, roupão e até maiôs e sungas.
A fila do empréstimo de toalhas
A fila do aluguel  de toalhas


2. Sabonete, xampu, condicionador e, se for muito vaidosa, um secador de cabelos, pois os secadores disponibilizados pelo Gellert são muuuito ruins. Ah, não se esqueça de suas havaianas por causa do csúszásveszély. Não entendeu? Magina, húngaro é tão fácil! Esse palavrão significa “piso molhado”.

Área de secadores, no mezanino acima do balcão de aluguel de toalhas
Área de secadores, no mezanino acima do balcão de aluguel de toalhas

3. Biquini ou maiô e sunga e, se não quiser pagar pelo aluguel, toalha.
Toucas e acessórios à venda na lojinha do Spa
Toucas e acessórios à venda na lojinha do Spa

Onde se trocar
Há duas opções para quem visita as termas: cabine ou armário.

Nosso ingresso incluía uma cabine para cada um. Trata-se de um cubículo com banco, espelho, prateleira e cabides, que usei para me trocar e guardar minha bolsa. Você recebe uma pulseirinha codificada que, ao ser aproximada do sensor na fechadura, destrava a porta.

As cabines no térreo
As cabines no térreo

St Gellert Spa Budapeste
A Cabine do St Gellert


No segundo andar ficam os lockers, mais baratos, onde você pode guardar seus pertences. Mas se você levar em conta que o banho é do tipo vestiário, sem portas, não há motivo para a cabine, pois a privacidade acaba lá no banho. Talvez a cabine valha a pena se você não quiser tomar banho. E não há necessidade de comprar um para cada pessoa, dá pra dividir, pois os espaços não são separados por sexo.
E se eu não souber nadar?
Com exceção da piscina principal e da piscina externa de ondas, as demais são de imersão e não são profundas, então não há nenhum problema se você não souber nadar.
Endereço das Termas de Gellert
O spa é anexo ao Hotel Gellert, mas a entrada para não hóspedes é pela Kelenhegyi útca 4. Simplificando: do lado Buda do rio Danúbio, à direita da montanha Gellert, onde fica a Citadela. Aliás, não pule esta atração: a vista da Citadela é ainda mais bonita do que a do Castelo de Buda. Confira horários, preços e outras informações no website oficial do Gellert Spa Budapeste.

Fachada do Hotel Gellert
Fachada do Hotel Gellert


Avaliação da visita
Limpeza e Higiene – Eu estava um pouco receosa por causa da higiene, mas achei tudo bem limpo. Entretanto, preciso levar em consideração que não era temporada e era uma segunda-feira, então estava meio vazio, o que contribui para a manutenção, acho. Mas não é feito nenhum tipo de exame médico do tipo olhar as frieiras, doenças de pele, etc., o que achei uma falha. Apenas uma maquininha espirra um líquido para desinfetar seus pés, mas ninguém por perto garante que todos façam uso.
Gel para higienizar os pés antes de entrar na piscina
Gel para higienizar os pés antes de entrar na  área das piscinas

 
Organização – Acho que algumas coisas poderiam ser mais simples, como oferecer o aluguel de toalha e outros itens já no momento da compra do ingresso. Evitaria ter que fazer outro pagamento em tão pouco tempo. Embora haja placas, achei bem confuso se locomover nos espaços de cabines e para acessar as piscinas. A planta é linda, simétrica e cheia de curvas, mas talvez isso tenha tornado a distribuição dos ambientes confusa.
Piscinas – As internas são bem pequenas – ainda bem que existem várias termas na cidade para distribuir os usuários. A piscina de ondas estava com apenas 1/4 da capacidade de água e o maquinário para fazer as ondas estava desligado, mas as pessoas a usavam mesmo assim.
Eu, a 40 graus!
Eu, a 40 graus!

 
Duchas: refresco depois da sauna finlandesa
Duchas: refresco depois da sauna finlandesa


As termas de Budapeste ao longo do tempo

No século I, romanos já utilizavam 15 termas e em Óbuda ainda é possível ver algumas fundações e paredes remanescentes do período.
O adorado rei Mathias visitava as casas de banho com frequência e havia corredores que ligavam o castelo de Buda à Termas de Rác.
150 anos de ocupação turca também deixaram legado nos banhos de Rudas e Király.
A segunda metade do século XIX marcou a escavação do primeiro poço artesiano de águas quentes de Budapeste, antigos banhos foram renovados e novos surgiram.
O complexo Széchenyi Thermal Baths surgiu em 1913 como o primeiro de Peste e é o maior, mais festivo e mais visitado por turistas (é o que tem balada noturna).
termas Széchenyi Budapest
termas Széchenyi: só vi pela janela

Está prometida para 2016 a construção de um “palácio de natação” nas Termas de Dagály, que sediará o Campeonato Mundial de Natação em 2021.
Como surgem as águas Termais
Fiz minha pesquisa e descobri que a água quente é a mesma que abastece represas, lagos e rios: da chuva. Só que essa água vai até camadas profundas em terrenos mais porosos, esquentando 1º a cada 33 metros de profundidade. O caminho para cima é mais rápido, principalmente se há tubulação de poços profundos, que aceleram a volta, impedindo que a água esfrie.
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1 COMENTÁRIO

  1. Amei a arquitetura desta terma! Nao é baratinho, mas nada impossível (R$65,00 na cotação de hoje rsrsrsrs)!
    Fiquei poucos dias em Budapeste, mas confesso que não quis incluir as termas. Fiquei com receio por causa do Leo (com apenas 1ano e 3 meses), por causa do frio (ok, isso não é desculpa), mas o ponto maior, por causa da higiene! Bom saber que você achou tudo isso muito limpinho e que, em meu retorno, eu decida ir em um dia fraco e com pouca gente

    • Oi, Juliana, desculpe, só vi seu comentário hoje! Acho que nestas termas não haveria problema, porque é tudo fechado, mas eu sou bem desencanada: minha filha foi à Pousada do Rio Quente quando tinha entre 4 e 5 meses, em julho. Obrigada pela visita.

  2. Achei muito interessante o post! Sempre tive curiosidade sobre essas termas.Imaginava todo mundo nadando pelado kkkk agora já sei que tudo o que preciso levar e como aproveitar o passeio ?

  3. Lendo o seu post eu fiquei realmente com muita vontade de estar em cada uma das termas que contou e lindamente fotografou. Dicas anotadas para quando da minha visita por lá.

  4. Visitei este Spa em 2015 e o que mais me atraiu também foi esta piscina maravilhosa, antes só vista por fotos.
    Não pensei em mais nada, só queria conhecê-la. Chegando lá me encantei com os detalhes da arquitetura magnífica e considero um dos lugares mais especiais de Budapeste.
    Cheguei lá a pé e sozinha, vindo da Citadela, desci pela montanha, um caminho também muito bonito em Buda.
    Por sorte peguei tudo funcionando e cheio de pessoas nadando, até a piscina de ondas fazia a alegria dos banhistas e o povo gritava que era uma graça quando as ondas vinham.
    Amei Budapeste e tudo que vi e a Géllert foi uma das maravilhas desta cidade encantadora.
    Seu post me fez retornar àquela viagem fantástica. Parabéns!

    • Oi, Gisele, eu também me apaixonei por Budapeste, tanto que escrevi o post Budapeste ou Paris, qual é a mais Bonita? rsrsrs
      Também fiz esse caminho da Citadela e Buda é uma gracinha, especialmente perto do Bastião e do Castelo. Abraços

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