Viena evoca para a maioria das pessoas elementos que realmente são a cara da cidade: Mozart e Strauss (sim, tocava valsa até no banheiro do palácio Belvedere), o rio Danúbio (azul ou verde?), palácios e jardins, a Imperatriz Sissi, talvez até salsicha vienense – que não tem nada a ver com a nossa! O que fazer por lá, então, misturando Mozart e salsichas? Neste post, roteiro 1 dos 3 dias que passamos em Viena em setembro.
Vai a Viena e quer dados práticos e rápidos? Leia Viena: Guia para Planejar sua Viagem e os demais relatos desta viagem na página-índice sobre Viena.
O que é que Viena tem? Alguns números
- um boulevards de 5 quilômetros chamado Ringstrasse, construído em 1865 no lugar dos muros da cidade.
- cerca de 120 salas de espetáculo e teatros
- mais de 100 museus
- 50% da cidade é de áreas verdes e há 280 jardins e parques imperiais
- população de 1.7 milhões espalhados em 415 quilômetros quadrados
- 1.716 pontes – quatro vezes mais que Veneza
- o Coral dos Meninos de Viena existe desde 1498
Não se impressionou? Mas vai, ao caminhar pela cidade e perceber o quanto ela é ao mesmo tempo dinâmica e tranquila, cosmopolita e interiorana, suntuosa e acessível.
Se você quiser espiar o planejamento desta viagem, como reserva de hotéis e compra de bilhetes aéreos e de trem, o post é este: O Jogo do Planejamento de uma Viagem Internacional
Chegamos a Viena numa segunda-feira por voltas das 20h, depois de uma conexão longa para visitar Munique, onde passamos a tarde. Caso seu voo tenha conexão em Munique, não deixe de ler as dicas neste post. Como já era noite e nossa primeira vez na capital da Áustria, fiemos um transfer privado (€33), que eu havia reservado online do Brasil e cujo motorista nos aguardava com aquelas plaquinhas no desembarque do aeroporto. Caso você queira reservar, clique aqui para ir ao site deles.
A primeira impressão da cidade foi literalmente monumental, já que os edifícios construídos na Ringstrasse de que falei acima são da época do império austro-húngaro, ou seja, coisa para rei ou imperador nenhum botar defeito.
Nos hospedamos em um apartamento alugado pelo site AirBnB, localizado numa paralela à rua de pedestres Mariahilfer Straße e a duas quadras do Museumsquartier. Ouvimos as instruções do proprietário do apartamento e saímos para comer algo nos arredores mesmo. OK, confesso: sem muita paciência para escolher um restaurante, fomos ao McDonalds. Mas Viena se revelaria pela luz do dia seguinte, eu não queria estragar a surpresa e explorá-la cansada como eu estava. Ah, sobre alugar pelo AirBnB e minha avaliação da experiência, leia AirBnB, como escolher um imóvel para alugar.
E Viena foi se apresentando aos poucos, nas fachadas caprichosas da esmagadora maioria de seus edifícios, na limpeza das ruas, nas ciclovias, nas facilidades de transporte, na gentileza de moradores que se ofereciam para dar informações ao nos verem matutando qual bondinho pegar. E no silêncio. Gente, que cidade silenciosa! O som dos automóveis parece não chegar aos parques e praças que se multiplicaram como Gremlins e, fora das avenidas mais movimentadas, o clima é de tranquilidade se comparado a capitais como Paris, Londres, Roma e Praga. A muvuca fica mesmo na Graben perto da Catedral de Santo Estevão.
Mas vamos lá, eis o que fizemos e que pode sugestionar sua viagem:
Dia 1 – Igreja Mariahilf – Palácio Schonbrunn: jardins e Museu das Carruagens
O café da manhã foi perto do apartamento, e a primeira coisa que reparei foi que os vienenses fumam muito, dentro dos restaurantes e cafés. Um amigo que vive lá me disse que essa farra acabará em 2016. Ponto para Viena! Do café avistamos uma igreja que não estava na lista de coisas para ver e fazer e, apesar de sua fachada simples, a igreja Mariahilf, construída no século XXVII, nos surpreendeu pela beleza dos afrescos, do órgão e de detalhes como os lustres de cristal (afinal, estamos na Áustria!). Restaurada nos anos 1990, teve sua estrutura abalada pela construção do metrô e precisou ser ancorada para que a nave não pendesse. Como talvez você tenha adivinhado, a igreja deu nome ao bairro e à rua de pedestres. Eu explico sobre os bairros de Viena no Guia de Viena.
Então saímos a caminhar pela Mariahilf, rua comercial larga de pedestres, observando os passantes a caminho do trabalho, e percebemos que nosso GPS interno estava buggado! íamos a oeste em vez de leste. E já que isso aconteceu, depois de andar pra caramba e perceber que por ali não havia mais muito para ver, tomamos nosso primeiro bondinho rumo ao Schonbrunn, o palácio imperial de verão e atração mais visitada de Viena. Fotografar a fachada completa do palácio exige que você esteja do outro lado da rua, então faça isso antes de passar pelos portões. À esquerda do portão, fica a bilheteria. Se você for comprar ingresso simples, há máquinas automáticas, com filas mais rápidas. Para bilhetes combinados, use a fila única da bilheteria. Compramos o Sissi Card (€28), que inclui ingresso ao Palácio (Grand Tour) e jardins, ao Museu do Mobiliário e ao Museu da Sissi e da Porcelana.
Não é permitido fotografar os ambientes internos do palácio, por isso nenhuma imagem aqui. E olhe que impressionante: ninguém tentou fotografar, ninguém!
Saímos do palácio já passava da hora do almoço, mas como ainda tinha todo o espaço dos jardins para explorar, escolhemos o café do zoológico que fica nos jardins do palácio. O serviço foi rápido, a comida saborosa e de ótima apresentação e a cerveja Ottakringer boa como sempre. Quanto ao Schonbrunn Zoo, não o visitamos, mas ele é considerado o mais antigo do mundo, fundado em 1752! Para chegar lá, use a linha 4 do metrô e desça na estação Hietzing ou tome um destes bondes: 10,58 e 60.
Pernas relativamente descansadas, subimos a colina entre os caprichados canteiros do jardim do palácio em direção ao Gloriette, uma construção de 1775 utilizada pelo imperador Francisco José I para… tomar o café da manhã. Se quiser brincar de imperatriz, lá tem um café com a vista mais bonita de Viena, pois o salão central é envidraçado. Ou tenha a vista como um plebeu, do lado de fora. Ela é a mesma.
Ah, entre o palácio e Gloriette, há uma fonte encomendada pela imperatriz Maria Thereza, a sogra da Sissi, finalizada em 1780. Netuno é o destaque. Por trás da fonte, uma bela vista do palácio e dos jardins.
Os jardins abrigam ainda outras atrações, como a Casa das Palmeiras, a maior estufa da Europa, com centenas de plantas de diversas partes do planeta, o Labirinto, as Ruínas Romanas (fake!), o Museu Infantil e o Orangery.
Como pra baixo todo santo ajuda, num instante estávamos de volta à fachada do palácio e como o homem casado viaja adora um veículo, resolvemos visitar o Museu das Carruagens Imperiais, que fica num edifício à direita do palácio. É um museu pequeno, bom para fechar uma tarde e, como não é muito visitado, é possível fotografar e ler as plaquinhas (em alemão e inglês) com calma.
Já passava das 17h quando deixamos o Museu das Carruagens e o sono bateu tão forte quanto a dor no meu pé esquerdo, resquício de uma torção mal curada durante o Cruce Andino, 3 meses antes. Tomamos o bondinho 58 e depois o 9 e o 49, que nos deixou perto do Hofburg. Não se assuste com as baldeações de um para outro bonde. Elas têm intervalo de uns 5 minutinhos e por estar na superfície, diferente de metrô, você sempre tem muito a observar, desde o simples cesto de lixo que tem um recipiente para bitucas de cigarro (como os vienenses fumam!) até o horizonte embasbacante do entorno do Hofbug (a residência oficial do império): cúpulas, torres, cavalos, águias, mais torres, mais cúpulas, mais águias e mais cavalos. Andamos a esmo até que não aguentamos mais e perto da Opera entramos em um restaurante onde provamos o prato que é como o nosso arroz feijão para os vienenses: o Schnitzel, um filé (de porco ou frango) bem fininho e empanado. Tomamos o metrô para voltar ao apartamento e a sensação que ficou do meu primeiro dia foi meio estranha. A profusão de torres, cúpulas, fontes, palácios me deixou meio atordoada. Ou teria sido o cansaço? Mas como diria Scarlet O’Hara, “amanhã é outro dia!”. E tome mais cúpulas, palácios, jardins, fontes, torres…
Leia também:
– roteiro do dia 2 em Viena, quando visitamos o Museu do Mobiliário, a Catedral Santo Estevão, passeamos pela Graben, a Peterskirche, provamos docinhos na histórica Confeitaria Demel, e conhecemos o palácio imperial – Hofbug, onde ficam o Museu da Prataria e Museu Sissi) e o Volksgarten. Para fechar a noite, estivemos no Parque de Diversões Prater, onde rolava a Oktoberfest de Vena, a Wiener Wiesn Fest.
– roteiro dia 3 em Viena: visitamos o Museumsquartier, uma região com vários museus, a praça Maria Theresien, conhecemos os museus do Alto e Baixo Belvedere, e passeamos pelo Stadtpark. Neste post também compartilhos os roteiro a pé elaborados pela Secretaria de Turismo de Viena.
Escrever sobre Viena ficou mais fácil com todo o material informativo oferecido pelo Escritório de Turismo de Viena, assim como o Viena Card facilitou nossa locomoção pela cidade.
Vai a Viena? Pesquise pelo site Booking.com, o mesmo que utilizo para reservar hoteis. Leia as avaliações de hóspedes, veja as fotos do quarto e das áreas comuns do hotel, sua localização e faça sua reserva clicando aqui.
O blog também te ajuda com o seguro viagem, que inclui desde problemas de saúde a extravio de bagagem. Temos parceria com a Mondial Assistance, que oferece 15% de desconto para os leitores do Mulher Casada Viaja. É só clicar aqui e fazer seu orçamento para uma viagem tranquila e segura. O código para fazer valer o desconto é atualizado nesta página do blog.
Respostas de 4
Olá, Márcia! muito legal teu relato! estou planejando meu roteiro, vou para Viena em maio agora (2016). Mas me tira uma dúvida, por favor? Quero ir ao Schonbrunn Zoo, e achei que chegando ao Palácio Schonbrunn de bonde, já estaria perto do zoo… então, para chegar ao zoo, eu continuo no bonde além do Palácio??
Obrigada e um abraço!
Júlia
Oi, Júlia, que delícia, espero que goste bastante de Viena. Você está certa, o zoo fica nos jardins do palácio, mas tudo é muito grande. O bonde que tomamos, acho que foi o 58, nos deixou em frente ao Palácio e vc deve descer ali tb para ir ao zoo. Sugiro que dê uma olhada no modo satélite do Google Maps para entender melhor o complexo. Espero que tenha ficado claro, agora. Abraços!