Um roteiro de viagem ao Japão pela primeira vez dificilmente não incluirá as cidades do chamado triângulo dourado: Tóquio, Kyoto, Osaka. Com o privilégio de poder passar 18 dias no Japão, conseguimos visitar, além dessas cidades, os Alpes do Norte e 1 dos lagos do Fuji, conhecendo então cidades menores e belas paisagens florestais e lacustres.
Caso você esteja planejando sua viagem ao Japão, não pense que o Shinkansen (trem bala) vai te ajudar a economizar tempo a ponto de incluir um monte de lugares numa mesma viagem. O Japão não é tão grande, é verdade, mas cada região tem muitas atrações. E o trem bala não cobre todo o território, então você precisará usar trens comuns e ônibus entre algumas cidades.
Ao final do artigo, deixo minha avaliação do meu roteiro pelo Japão e sugiro alterações, além de compartilhar os hotéis e apartamentos em que ficamos.
Se precisar de ajuda para montar seu roteiro ou mesmo a viagem completa pelo Japão, entre em contato, pois o Mulher Casada Viaja é também uma agência de viagens e posso te ajudar em todas as etapas do planejamento. Visite a página da agência Mulher Casada Viaja te Leva e use o código QR para falar comigo pelo Whatsapp.

Dia da Chegada em Tóquio
Chegamos ao Japão pelo aeroporto Haneda, em voo desde Doha, Catar, onde passamos 3 noites para nos acostumar ao fuso. Como imaginei que ao chegar a Tóquio estaríamos cansados o suficiente para não nos importar tanto com o colchão, e porque ficaríamos muito pouco no hotel, e porque eu queria ter a experiência, DORMIMOS NUMA CÁPSULA!

Veja como foi a experiência no post em que conto a respeito, em detalhes, como funciona este tipo de hotel. Só adianto que gostei.
Atenção! Caso você ainda não tenha comprado seu voo para o Japão, prefira voos que cheguem mais cedo, para não ter quebra de orçamento com táxi, como aconteceu conosco, já que o transporte público pára pouco depois da meia noite. E outros motivos mais que eu conto em Dicas de Viagem ao Japão.
Dia 1: de Tóquio a Matsumoto
Após o check-out no hotel cápsula, seguimos para a estação de metrô Akihabara para tomar o trem a Matsumoto, Nagano. Fizemos o check-in, comemos um lanche e chegamos ao Castelo de Matsumoto, um dos quatro castelos considerados tesouros nacionais no Japão. Antes de anoitecer passeamos um pouco pelo centro da cidade.

Leia sobre dicas de Matsumoto e seu castelo na página-índice Japão
Dia 2: Matsumoto
Se tivéssemos chegado mais cedo no dia anterior, teríamos feito um bate e volta a Kamikochi, mas decidimos passar um dia calmo em Matsumoto, e não me arrependi. Matsumoto foi uma boa introdução à cultura japonesa, um lugar com menos turistas e mais locais.

Dia 3: de Matsumoto a Takayama
Tomamos o ônibus para Takayama logo cedo, deixamos as malas no locker da estação e caminhamos pelas ruas típicas menos movimentadas, passando por templos, mercado histórico às margens de um rio com carpas, casas típicas preservadas e museus, mas sem as grandes massas de turistas que veríamos em Kyoto, Tóquio e Osaka. Visitamos um lindo templo xintoísta, o galpão onde ficam as expostas os carros alegóricos dos festivais de Takayama, uma tradição secular. Nestas ruas típicas, almoçamos num lugar que defino como boteco japonês rsrs e a sobremesa também foi em uma das casas de madeira típicas de telhado baixo, com jardim japonês, onde comemos de meias.





Voltamos à estação para buscar as malas e fizemos check in na casa que reservamos num bairro residencial de Takayama, uma casa tipicamente japonesa, e esta foi uma das experiências de viagem mais legais que tivemos no Japão, recomendo!

Dia 4: bate e volta a Kamikochi , as montanhas no roteiro pelo Japão
Madrugamos para chegar cedo a Kamikochi, um parque nacional nos Alpes Japoneses. A viagem de ônibus repetiu as paisagens de floresta no outono que vimos na viagem de Matsumoto a Takayama. O parque também estava muito bonito nesta época do ano, fiquei satisfeita em ter trocado esta visita em vez de fazer a Rota Alpina, um passeio caro e em que ficamos muito tempo em transporte e túneis.

Depois de uma trilha prazerosa por lagos e floresta, e de um almoço-marmitinha típico com vista para a ponte de Kamikochi, voltamos a Takayama e curtimos o final do dia em Hida Takayama. Visitamos outro museu, uma espécie de sede governamental do período Edo, e curtimos um um pôr do sol digno de cinema que me fez sentir num sonho!
Aproveite para ver as imagens do feed e dos destaques dos Stories para ver ‘ao vivo’ esta viagem.
Dia 5: Takayama e Shirakawa-go
Como não encontramos passagem de ônibus para Shirakawa-go pela manhã, compramos para as 13h e voltamos para as ruas históricas de Takayama, onde zanzamos por muitas lojinhas. Após almoço, seguimos para Shirakawa-go, vila histórica patrimônio da Unesco, vila rural com casas de telhado de palha e muitos, muitos turistas.

Encontre na página-índice Japão os relatos e as dicas sobre
Takayama, Shirakawa-go e Kamikochi
Dia 6: De Takayama a Osaka
De Takayama viajamos de ônibus até Nagoya, vendo a paisagem de montanha perder espaço para zonas urbanas. Em Nagoya tomamos o Shinkansen até Osaka. Não estava muito animada para conhecer Osaka, mas como gostei! É uma cidade com várias possibilidades de passeios, compras e muita agitação noturna e diversão em Namba, onde nos hospedamos. No final do dia curtimos as galeiras de comércio de Namba e a loucura que é Dotonbori, com os estímulos visuais e sonoros, gente sem fim pelas galerias comerciais.

Dia 7: Osaka
Começamos o dia no Castelo de Osaka e almoçamos no shopping Tempozan, ao lado do incrível Aquário de Osaka, onde passamos a tarde. Depois seguimos para a rua Mido-suji, não para compras de luxo, mas para levar a filha ser feliz no Pokemon Center DX, no shopping Dalmaru.




Dia 8: bate e volta a Nara
Nara fica perto tanto de Osaka qanto de Kyoto, e o trem é regional, mais fácil do que ir de um ponto a outro de SP. Os destaques da cidade são um templo budista e outro xintoísta, além dos muitos veados que circulam livremente em parte da cidade e são educados a fazer reverência para ganhar biscoitos. Valeu o dia em Nara!


Dia 9: Osaka
Era dia de Halloween e saímos super animadas, eu e filha, para um dia no parque da Universal Studios, mas fomos barradas no baile: ingressos esgotados na bilheteria. Curtimos um pouco as lojas da Universal Citywalk e voltamos a Osaka. Mas nosso Halloween acabou sendo divertido em Dotonbori.

Dia 10: Universal Studios e viagem a Kyoto
O dia amanheceu com previsão de chuva, mesmo assim seguimos para a Universal Studios, que é uma mistura dos 2 parques de Orlando e ainda tem áreas inéditas, como a dos Minions, da Hello Kitty e Snoopy e a Nintendo. Voltamos ao hotel antes do anoitecer, pegamos as malas que havíamos deixado lá e tomamos trem para Kyoto.

O relato desses dias em Osaka e Kyoto e as dicas de onde ficar e comer estão na página-índice Japão
Dia 11: Kyoto, a mais tradicional deste roteiro pelo Japão
Mais um dia chuvoso e com o cansaço de já 2 semanas no modo turista, nos entregamos e ficamos no hotel descansando boa parte do dia. À tarde a chuva deu uma trégua e visitamos o templo budista Sanjūsangen-dō, famoso pelas 1001 estátuas em tamanho real. Ao anoitecer, estávamos no bairro histórico de Kyoto, fotografando a pagoda de 5 andares de Hokanji.


Dia 12: Kyoto
Acordamos cedo para visitar o templo xintoísta Inari dos milhares de toris e centenas de turistas. Depois visitamos os jardins do Pavilhão Dourado e o Castelo de Nijjo. Para contentar nossa filha, visitamos mais um Pokemón Center.



Dia 13: de Kyoto a Kawaguchiko
Dia de ver o Fuji, um dos pontos altos de um roteiro pelo Japão. Depois do trem de Kyoto até Mishima, pegamos um ônibus para Kawaguchiko (sente-se no lado esquerdo). No caminho, avistamos o Fuji várias vezes – e ainda bem, porque quando finalmente chegamos à pagoda Chureito, as nuvens já o tinham encoberto completamente. Voltamos à estação de Kawaguchiko, retiramos as malas dos lockers e seguimos para o hotel tradicional japonês em frente ao lago e com vista do Fuji – quando as nuvens permitiram.

Dia 14: Kawaguchiko
Acordei com vista para o Fuji, da janela do quarto. Tomamos um café (ou parte dele) tipicamente japonês e subimos o teleférico Mt Fuji Panoramic Ropeway. Depois tomamos um taxi até o lado oposto do lago Kawaguchi, no Oishi Park, que tem jardins lindos com vista para o Fuji e onde ficamos até o final da tarde. À noite, relaxamos num banho de imersão privado, já que não tivemos coragem de usar o coletivo em que não se pode usar roupas…
Dia 15: De Kawaguchiko a Tóquio, parte final do roteiro pelo Japão
Chegamos a Tóquio de ônibus, pois assim evitaríamos baldeações. Apesar de ser a capital, eu não estava tão interessa nesta parte do roteiro pelo Japão, pois gosto mais de natureza e de cidades menores. Mas não é que Tóquio supreende nesse quesito? Mas isso eu só descobriria no dia seguinte, porque na chegada ficamos no agitado, iluminado e barulhento Kabuchiko em Shinjuku, conhecido como bairro da luz vermelha.



Dia 16: Tóquio
Dia de visitar Shibuya, começando pelo famoso cruzamento conhecido como o mais movimentado do mundo – e ninguém tromba com ninguém, incrível! Peguei a filinha para registrar a foto com o Hachiko, o akita que esperou pelo retorno do falecido dono na estação até sua morte. Depois seguimos pela Koen Dori, rua de comércio onde fica uma loja da Disney o o shopping Parco, que tem um andar dedicado a lojas para entusiastas de animes, colecionáveis e games. Mais um Pokemón Center visitado.



Após almoço, caminhamos pelo parque Yoyogi, vizinho ao templo Meiji, cujo caminho é um belo bosque. Terminamos o dia na Takeshita St, famosa por lojas de roupas e calçados diferenciados e cafés temáticos (leia-se lugares para acariciar porquinhos, cães, gatos, e outros pets). Preferimos um café diferente: o Peanuts, com tema do Snoopy!





Dia 17: Tóquio
Tiramos o dia para fazer as últimas compras e tentativa de comprar eletrônicos. Em vez de ir até Akihabara, fizemos isso em Shinjuko, mesmo, onde nos hospedamos.



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DIA 18: Tóquio – e voo a Doha após meia noite
Começamos a manhã de sábado ensolarado nos jardins externos do Palácio Imperial e antes do almoço estávamos diante do templo Sendo-ji. E o que parecia ser toda a população do Japão, também. Seguimos pela Rua Nakamise olhando lojinhas, mulheres vestidas com kimonos e procurando um doce para comer, sem sucesso. Depois de tirar a sorte e fotografar a pagoda e o templo, passeamos pelas ruas de comércio e ao entardecer avistamos a Tokyo Sky Tree e as pontes iluminadas sobre o rio Sumida. Voltamos à estação de Tóquio, onde havíamos deixados nossas malas, e seguimos para o aeroporto Haneda.


Resumo do Roteiro e hospedagem
- 1 noite em Tóquio – hotel cápsula Glansit, em Akihabara
- 2 noites em Matsumoto – hotel simples perto da estação, Premier Hotel Cabin Matsumoto
- 3 noites em Takayama – casa típica com jardim, Sakura Aburaya
- 4 noites em Osaka – hotel ocidental Fairfield Marriott, em Namba
- 3 noites em Kyoto – hotel moderninho Hotel Androoms (assim mesmo, escrito tudo junto)
- 2 noites em Kawaguchiko-Fuji – Hotel 3 estrelas típico, Kasuitei OOya
- 3 noites e 1 dia em Tóquio – apartamento simples em Shinjuku, Hosoya Manor
O que eu mudaria no meu roteiro do Japão
Foi um roteiro bem estudado e com folgas para descanso, como eu previa que precisaríamos. Como raramente acontece, eu não alteraria a ordem, os lugares ou a quantidade de dias do roteiro original do Japão. O que não conseguimos fazer tem mais a ver com os dias de chuva em que aproveitamos para descansar, pela falha de não comprar o ingresso da Universal Studios com antecedência, e pelo cansaço que os cinquentões sentem numa viagem longa e longínqua como esta. Se você é mais jovem, pode copiar o roteiro que vai explorar mais do que nós conseguimos em cada cidade em que montamos base.
E o que não conseguimos fazer nesses 18 dias?
Perdemos um dia em Kyoto colocando a Universal Studios no lugar, e com isso deixamos de passear no bairro histórico durante o dia, tendo visitado-o rapidamente à noite. A chuva também atrapalhou um pouco o passeio em Kyoto, e mais uma vez descansamos parte do dia. Por outro lado, acho que eu teria visto muitos templos, o que talvez teria sido repetitivo e enfadonho. A Floresta de Bambus, saiba que é de apenas 100 metros e muuuito lotada. Se não madrugar não conseguirá boas fotos. E você vai ao Japão para fotos ou para curtir o país e viver momentos inesquecíveis?
Também preferimos fazer tudo com calma em vez de conhecer um monte de lugares. Daria, por exemplo, para ir à cidade de Nagano enquanto em Matsumoto, ou fazer o bate e volta a Nikko a partir de Tóquio. Outra opção seria Hiroshima, a partir de Osaka. Ficam as sugestões caso queira customizar meu roteiro pelo Japão.
Respostas de 12
Adorei acompanhar a sua viagem ao Japão, Marcia! Acho que vc equilibrou bem os passeios, mas confesso que as paisagens rurais japonesas têm mais apelo comigo que as cidades – nem sabia que havia Alpes japoneses! As cidades me parecem muito caóticas e essa muvuca toda não me atrai. Seu post ficou perfeito, resumido na medida para ajudar quem estiver planejando um roteiro semelhante.
Meu filho caçula é louco para ir ao Japão, quem sabe eu mesma não copio esse roteiro um dia?
Seu roteiro pelo Japão me parece muito completo. Dos lugares que citou, acho que me encantaria por Kyoto e Takayama. Deve ser uma perdição caminhar por essas lojinhas de Tokio, né?!?
Gente! Eu nunca ouvi falar de Alpes japoneses! Que demais essa viagem! Adorei os detalhes! Sempre faço viagens assim, conhecendo várias cidades daquele local, além das mais tradicionais! É onde a gente mais se encanta!
Oi Marcia, meu sonho é ir pro Japão. Fico babando nos posts que vejo na internet! Adorei suas fotos de Kyoto. Lindo demais. Acho que quando for planejar essa viagem tentarei ficar pelo menos uns 20 dias, já que o deslocamento é longo né?
Gostei de ler sobre a sua experiência, pois me inspirou ainda mais!
Bjs
Esse roteiro do Japão caiu do céu, principalmente por alternar dias intensos e dias livres, de descanso.
Eu ainda não cheguei aos 50, mas meu corpo de 35 já não aguenta o batidão de anós atrás. Se coloco dias ininterruptos de passeio, não aproveito tanto quanto fazendo as coisas com calma.
Adorei, Márcia! E quando for, quero ficar em algum hotel capsula também!
Gisele, olha, nem foi por mim, viu? Eu ainda tô cheia de gás e por mim seria tudo intenso ahaha A jovem filha é que não aguenta, vai entender!
Um belo roteiro, Márcia! O Japão é um sonho, ainda vou por lá e vou pegar todas as suas dicas!
Jogando pro universo, Sonia, que não demore! Abraços
Parabéns pelo trabalho apresentado, cheio de informações e dicas importantes. Ficou uma dúvida: em que época do ano vcs estiveram no Japão? Sempre li que a escolha da estação em que se viaja ao Japão influi demais nos passeios a serem fetos e cidades a serem visitadas. Isso de fato é determinante?
Oi, Alexandre, obrigada pelo comentário. Estivemos no Japão entre o final de outubro e início de novembro. Viajar é bom em qualquer época, mas se a gente puder escolher o mês ideal, melhor ainda, em qualquer destino. Que eu saiba, apenas o verão não é muito legal no Japão, por ser muito quente. Primavera é muito bom, mas altíssima temporada por causa das cerejeiras. PRecisa pesar sempre os pros e contras.
Que roteiro legal, irei em agosto e so tenho 1 semana, melhor 5 dias rs, oque não posso deixar de fazer ? quero muito ir na disney.
Oi, Carolina, se você tem apenas 5 dias, pode ficar só em Tóquio (+Diseny) e fazer um bate e volta a escolher, como Kyoto, Osaka, depende muito do teu gosto.