Este post descreve nosso primeiro dia na Califórnia, quando visitamos La Jolla e San Diego Old Town. icação anterior, em que compartilhei minhas impressões sobre San Diego e também o roteiro de 3 dias na cidade.
O mapa abaixo mostra o que eu tinha planejado para o dia. Você perceberá que há uma discrepância entre o mapa e a descrição do dia e isso é porque deixamos de fazer Sunset Cliffs (havia muitas nuvens baixas no horizonte e a ideia era ir até lá só para ver o por do sol) e colocamos Old Town no lugar. Também não fomos até Pacific Beach, apenas passamos de carro por lá.
Chegando em San Diego
Chegamos a San Diego dirigindo pela Interestadual 5 desde o aeroporto de Los Angeles, onde retiramos o carro que nos levaria por vários pontos da Califórnia em 15 dias. Como nosso hotel ficava no centro, distante 20 km de La Jolla (leia la róia, por favor! eu nem pronunciava essa palavra há 20 anos achando que era La Rôla! rsrs), preferimos fazer uma parada lá para conhecer e almoçar em vez de ter que voltar essa distância toda e com isso perder tempo.
Depois de uma viagem tranquila, sem o bicho papão do trânsito nos arredores de Los Angeles, chegamos a La Jolla Cove, uma enseada cuja praia é estreita, mas tem duas grandes atrações: as falésias e os leões marinhos. Vi algumas pessoas nadando bem pertinho deles, mas a maior parte deles estava mesmo estirada na areia ou nas rochas o tempo todo de nossa visita!
Para crianças, e mesmo para adultos, é uma experiência completamente diferente de vê-los em zoológicos ou aquários: é colocar o lado Animal Planet em ação, estar pertinho delas, em seu habitat natural e sem barreiras (dias depois numa outra praia da Califórnia, havia muitas delas, mas uma passarela com parapeito nos separava), observando seu comportamento e sentindo aquele cheiro horroroso (aff, como fedem! rsrs). Pela TV isso não rola, né?
A pequena praia de La Jolla Cove é mais para contemplação do que uma praia como entendemos no Brasil: para sentar, deitar, relaxar e passar o dia. Achei que as escadarias de concreto ofendem a beleza natural do lugar; poderiam ser de madeira e cordas. O mar tem o tom californiano: uma mistura de tons de verde e azul, mesmo em dias nublados. Para compensar o mau gosto das escadarias, à beira das falésias tem uma praça gramada com algumas poucas mesas para piquenique e árvores lindas retorcidas pelo vento, que eu veria em outros pontos do litoral da Califórnia, principalmente na região de Monterey.
Estacionamento em La Jolla
Encontrar vaga para estacionar não foi a tarefa mais fácil, mas também não foi impossível, talvez porque não era alto verão nem fim de semana. Ao longo da Coast Boulevard (a rua ao lado das falésias), há vagas em 45º com limite de tempo (2 ou 3 horas), mas são gratuitos. Estacionamos por lá para conhecer Ja Jolla Cove e depois em um rua residencial para almoçar.
Ah, ao estacionar em ladeiras é importante girar a roda do carro até que o pneu fique direcionado para a guia caso o freio falhe. Há placas indicativas (foto abaixo, “cramp wheels to curb”) e não fazer isso pode dar multa. Leia outras dicas para quem vai dirigir na Califórnia.
Onde comer em La Jolla Cove
Para o almoço, eu tinha lido várias avaliações do George at the Cove, que é super badalado e tem uma vista linda do mar, mas como o dia estava meio nublado, achei que o custo seria maior que o benefício.
Passando na frente do pequeno e informal Cody’s, restaurante instalado numa casinha simpática na esquina da Girard com a Coast Blvd, não resisti à placa que dizia que cães eram bem-vindos ali. Muita gente torce o nariz, achando que é falta de higiene, eu sei, mas eu não vejo problema desde que estejamos ao ar livre. Comemos um fish and chips OK ($17) e uma salada Caesar ($14). Provamos a cerveja Pacifico (long neck a $7) e o refrigerante servido no pote de geleia foi $3,75. Na conversão, saiu bem caro, mas se nosso real não fosse tão desvalorizado teria sido muito mais barato do que uma refeição em praia em SP.
Depois do almoço caminhamos pela rua principal de La Jolla, a Prospect, onde há lojinhas, restaurantes e galerias de arte. O sol deu as caras no meio da tarde e corri para fotografar a orla, agora com boa luz. Aliás, foi assim durante toda nossa viagem pela costa da Califórnia: o sol só dava as caras depois das 14h ou 15h.
Voltamos ao carro e circulamos pelas ruas residenciais do bairro com casas de madeira bem conservadas, ruas com palmeiras altas… Algumas casas, as chamadas bangalôs, são uma graça: pequenas e vulneráveis, assustam brasileiros acostumados a grades e muros altos. Quase aluguei uma em Los Angeles, mas não consegui superar essa vulnerabilidade.
Como queríamos ver a cidade, guiamos “por dentro”, em vez de pegar a I-5 novamente, que seria mais rápido para chegar à próxima parada: Point Loma.
Caso você vá para Sunset Cliffs, onde a galera se encontra para ver o pôr do sol, o acesso para as falésias é pela Ladera Street e Cornish Drive. Nas minhas pesquisas, li que a cidade tem enfrentado problemas com pessoas que morrem ou ficam seriamente feriadas ao pular no mar de um ponto chamado Arch, então se liga!
Point Loma
Point Loma é uma península cuja principal atração é o Cabrillo National Monument, que marca onde o explorador espanhol Juan Rodriguez Cabrillo chegou em 1542, Está a 30 km de La Jolla Cove e tem uma vista incrível!
Na ida até Cabrillo National Monument, já em Point Loma, demos uma paradinha no Rosecrans, um cemitério militar, como muita coisa em San Diego. Eu não sou do tipo que visita cemitérios, nem mesmo os mais famosos como o Père-Lachaise de Paris, mas como estava por ali quis conferir a vista, que é mesmo deslumbrante.
Dez minutinhos depois estávamos de volta ao carro em direção ao Cabrilo National Monument, mas como este post estava ficando longo demais, escrevi um outro só para contar como foi nossa visita a Point Loma, que além do monumento e da vista tem pequenos museus e piscinas naturais.
Veja na página-índice da Califórnia outros lugares desta viagem à Califórnia, que teve Los Angeles, São Francisco, Carmel, Monterey, a HW 1 (Big Sur e Carmel) e Yosemite Park.
San Diego Old Town
Deixamos Point Loma e depois de algum trânsito por causa da hora de pico chegamos em Old Town, área histórica e bem turística onde os primeiros europeus se fixaram e tradições hispânicas e do “velho Oeste” se encontram. Lojas de artesanato, restaurantes, galerias, música e dança ao vivo (tem mariachis, sim!), pequenos museus históricos, funcionários vestidos a caráter, construções com arquitetura marcadamente mexicana e de faroeste são algumas das atividades do local.
A gente sempre reclama quando um lugar está cheio de turistas, mas estar num ponto turístico sem o povo é muito chato! (eita gente que não sabe o que quer!). Quando visitamos Old Town há 20 anos na alta temporada, o lugar era uma festa e desta vez nos deu sono. Também pudera: tínhamos saído de casa há mais de 24h e tudo o que queríamos era um bom banho e descansar. Além disso, já passava das 17h, os museus e a maior parte das lojas estavam fechados, mas conseguimos 5 minutos no museu da Wells Fargo e na tabacaria com inúmeras peças antigas e curiosas de cachimbos e afins.
Caso você não tenha assistido a muitos filmes de faroeste (nem é desculpa, o diretor Tarantino os ressucitou em seu melhor estilo nos últimos tempos!), antes da chegada das estradas de ferro ao Oeste, as diligências era usadas para transporte não só de pessoas, mas de dinheiro, correspondência e ouro.
A Wells Fargo tinha em 1866 a maior operação de diligências do mundo, com carruagens puxadas por 6 cavalos. Em 1918, o governo federal estatizou todas as operações como medida de segurança devido à Guerra e a empresa reduziu-se ao ramo bancário – com uma única agência em São Francisco. Por isso hoje o nome Wells Fargo é mais associado a banco do que a transporte.
O museu tem duas salas onde estão expostos documentos, imagens e pequenos objetos, além da destacada carruagem vermelha. Outros museus da Wells Fargo estão em Sacramento, São Francisco, Los Angeles, Minneapolis, Alaska, Portland, Philadelphia, Phoenix e Charlotte.
Se você curte o estilo western, que tal ficar hospedado dentro de Old Town, num hotel histórico, o Cosmopolitan? Só conheci o térreo, que é todo decorado no estilo western, mas dei uma espiada nas fotos do site Booking.com e achei os quartos ainda mais legais! E se você gosta de emoção, o quarto 11 é dito assombrado pela filha do primeiro proprietário!
E se você quer uma foto com a placa da histórica 101, tem uma bem acessível ali em Old Town.