Então, vale a pena visitar o Museu da Mercedes-Benz em Stuttgart, mesmo que o tema carros não seja sua praia? Como sempre, só indo pra saber, mas a gente dá uma ajudinha e conta como é a visita neste post – e aí você decide.
Oh, Lord, won’t you buy me a Mercedes Benz?, gravou Janis Joplin, um dos símbolos da cultura hippie apenas 2 dias antes de sua morte, pregando que bens materiais não trazem felicidade. Como se sabe, álcool, drogas e fama também não (e viagem, traz?). Mas naquele dia a viagem a Stuttgart estava me fazendo muito feliz, principalmente por ver a empolgação do maridão durante nossa visita ao Museu da Mercedes Benz. E olhe que ele não é de se empolgar muito com as coisas, então considere isso como algo grande!
Stuttgart é a capital da região de Baden-Württemberg, no Sul da Alemanha, e entrou em nosso roteiro porque estava no caminho entre a última cidade que visitamos da Rota Romântica, Würzburg, e Estrasburgo, região francesa da Alsácia. Por isso nossa passagem pela cidade foi rápida e só tivemos tempo de conhecer o Museu da Mercedes-Benz e de curtir a Cannstatter, a Oktoberfest deles (por mais horas do que havíamos antecipado). Mas se você tiver mais tempo e gostar de museus de carros, Stuttgart tem também o museu da Porsche (e Munique, o da BMW) e apresentando o ingresso da Mercedes no Museu da Porsche, você ganhará 25% de desconto.
Confesso que se eu estivesse viajando sozinha eu não teria entrado neste museu, porque adoro andar pelas ruas das cidades, mas sabe que no fim acabei curtindo? Primeiro porque o edifício é lindo – e adoro arquitetura – segundo porque o acervo impressiona pela variedade, organização e beleza; sim, não falta bom gosto por aqui.
O Museu da Mercedes-Benz
Em 2018 o Museu da Mercedes-Benz completou 12 anos de atividade e recebeu em 2017, quando fomos, 876.109 visitantes. O espaço interno do museu foi concebido para facilitar a circulação dos visitantes e rampas unem os andares, permitindo que se volte à coleção anterior sem problemas.
O desenho do elevador é limpo e parece algo futurístico saído da prancheta de algum designer nos anos 1960 para uma série de TV, tipo Perdidos no Espaço. Além disso, ele projeta nas parede oposta imagens históricas.
Ao caminhar pelas rampas, encontramos painéis (em alemão e inglês) que situam o momento histórico da Alemanha e do mundo, traçando um paralelo com as necessidades e a tecnologia da época da coleção prestes a ser visitada. Estava curiosa para saber como seria tratada a época da Segunda Guerra Mundial, quando as indústrias da Alemanha e de suas aliadas passaram a fabricar materiais bélicos. Sim, eles mencionam a postura da Mercedes-Benz naqueles anos terríveis para a humanidade, confessando que usaram trabalho escravo ou, nas palavras deles, ‘trabalhadores forçados’, e que Daimler-Benz admitiram o envolvimento no Terceiro Reich, desculpando-se e oferecendo ajuda financeira a causas dos direitos humanos.
Como é a visita ao Museu da Mercedes-Benz
Depois de comprar os ingressos no lobby no térreo e de pegar os audio guides, somos direcionados para o elevador até o nível 8, onde começa o tour, e a partir de lá vamos descendo pelas rampas aos andares inferiores.
Ah, à direita da bilheteria, você encontra um corredor e onde tem um balcão para retirar a chave para um locker, assim você pode deixar bolsa, mochila, casaco, e curtir o museu mais leve.
O acervo está dividido em dois tipos: Mitos (legend rooms), que narra cronologicamente a história da montadora, e Coleções (collection rooms), onde os modelos estão agrupados em temas. Nós fizemos o percurso intercalando um ou outro, mas pode ser uma boa ideia conferir a exposição Mitos e só depois a Coleção. E é fácil identificá-las: ‘mitos’ fica em ambiente com luz artificial, enquanto o acervo de ‘coleção’ é banhado pela luz natural, e uma boa chance para ver o entorno – inclusive o parque onde rola a Oktoberfest e outros festivais.
O nível 8 (legend 1) cobre o período de 1886 a 1900, os primórdios dos veículos motorizados.
No nível 7 (Legend 2) começa a historia da Mercedes (1900-1914) e também a primeira sala de exibição das coleções, em nível intermediário.
Mercedes era a filha do cônsul da Áustria em Nice (França), Emil Jelinek, o qual revendia os carros da Daimler fabricados em Stuttgart e também os utilizava em corridas. Em 1901 encomendou um carro especial que deveria se chamar Daimler-Mercedes para homenagear a filha. O sucesso de vendas foi tão grande que o nome foi mantido comercialmente e registrado em 1902. Somente em 1926 as fábricas Daimler e Benz se uniram, com a marca que conhecemos até hoje.
O tema da primeira coleção é Viajantes (isso muito me interessa, ahaha). Em 1895, Carls Benz apresentou o ônibus que foi o primeiro meio de transporte público em veículo motorizado. Abaixo, o Mercedes-Benz 320, sedan produzido de 1937 a 1942.
No nível 6 (legend 3), estão os veículos movidos a diesel e os superchargers, que segundo o maridão são carros com um dispositivo acoplado ao motor que gera maior potência, no período de 1914 a 1945.
O nível 5 (legend 4) tem o tema Forma e Diversidade, compreende o período de 1945 a 1960 e na sala onde estão exibidas as coleções, há veículos desenhados para o trabalho, como tratores, carros policiais, bombeiro, etc.
As coleções continuam nos níveis inferiores, com destaque para a Galeria de Celebridades, onde tem até um papa-móvel.
Nível 2 (legend 7) – Não sei se é a melhor exposição do museu, mas pode ser a mais divertida: são os carros de corrida e que bateram recordes e a forma como foram organizados é muito legal: em uma plataforma elevada e em curva imitando uma pista de corrida.
Também estão expostos ali o troféus, capacetes e macacões usados por corredores.
Simulador
E se você se inspirou com a velocidade, por €4 você entra num simulador e ‘dirige’ os principais carros de corrida produzidos pela Mercedes-Benz ao longo das décadas, é bem divertido, pena que seja tão rápido e um pouco frustrante porque você não tem controle algum sobre o volante (ou será que isso é bom?). No início, com os carros mais antigos, é um sacolejo só e no final já sentimos a loucura que e guiar em Mônaco, por exemplo.
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Outras informações para sua visita ao Museu da Mercedes-Benz
Onde ficar em Stuttgart
Como era época de Oktoberfest, os hotéis da cidade estavam cheios, então ficamos a 14 km de distância do Museu, perto do aeroporto, num bairro lindo, e falei sobre ele no post Onde Ficar em Stuttgart
Ingressos, horário de funcionamento, estacionamento
O museu fica na Mercedesstraße 100, e abre de terça a domingo, das 9h às 18h.
Compramos os ingressos na bilheteria (€10), que dá direito a um guia gravado (audio guide) que traz zilhões de informações sobre as exposições. Eu usei em Inglês e meu marido em Espanhol, não tinha em Português. Eles também te entregam um folhetinho explicativo onde se encontram as exposições.
Confira se haverá jogo ou show nos estádios próximos, a Porsche Arena e a Mercedes-Benz Arena,o que pode dificultar encontrar vaga para estacionar, pois os três são muito próximos. Nós paramos quase em frente ao museu, gratuitamente.
Reserve ao menos 2 horas para conhecer o museu.
Compras e onde comer no Museu da Mercedes-Benz
No museu há uma lanchonete e um restaurante, além da loja de produtos licenciados pela Mercedes-Benz, tudo com o bom gosto e qualidade da marca, mas acho que só compra um souvenir ali quem pode bancar um Mercedes ahaha, caraca, que produtos caros! Sem contar que se eu comprar um boné deles vou sair fazendo propaganda, então devia ser mais barato pra incluir a comissão?
Nossa, não foi fácil escrever sobre este museu, até tentei passar a bola pro maridão, mas não teve jeito. Tenho certeza que você que acompanha o blog percebeu a falta de empatia com o assunto e percebeu a falta de paixão, tão presentes nos destinos que abordo, mas acredite, visitar o Museu da Mercedes-Benz merece estar no roteiro de Stuttgart.
Respostas de 13
Acho que não curtiria muito, mas meu marido com certeza iria ficar o dia todo e amaria conhecer todos os carros!!!
Nossa, fiquei feliz de ver os olhinhos do meu marido brilhando, igual a criança!
Sou doida para conhecer esse museus. Adoro carros e embarcar pela história deles é tudo de bom!
Que legal, Ana, geralmente as mulheres preferem ‘pular’ museus de carro.