Imagine-se chegando a um vilarejo encantador na Suíça, com uma montanha ao fundo, casinhas de pedra e um castelo lá em cima. Você chegou ao Castelo de Gruyères! Mas antes de chegar, também tem história e paisagens, então quero te levar comigo nessa viagem, para você se imaginar lá, explorar comigo e já planejar sua visita.

Por que visitar o Castelo de Gruyères
Com tanto para fazer na Suíça (confira os mais de 50 posts na página Suíça), por que ir até Gruyéres? Castelos exercem certo fascínio, talvez pelos contos de fada da infância, ou pelas aulas de História da escola. E eram os nobres e clero que detinham o conhecimento da escrita e leitura, que registravam acontecimentos que chegam até nós hoje. Visitar castelos é uma oportunidade de voltar ao passado e entender como viviam as pessoas naqueles tempos.
O castelo de Gruyères é o segundo castelo mais visitado da Suíça, ficando atrás apenas do Castelo de Chillon, em Montreux. Domina a paisagem do vilarejo no cantão de Friburgo, porção francesa da Suíça. Ergue-se sobre a planície, oferecendo vistas incríveis e, ao mesmo tempo, está na rua mais encantadora de Gruyères, esta com a fonte bem ao centro.

Da fortaleza medieval à residência nobre
No início, século XIII, o castelo era sede dos condes de Gruyère, construído “em forma de carré savoyard” — ou seja, um quadrado fortificado típico da casa de Saboia, uma das mais antigas famílias nobres europeias, presentes desde o século X. Transforou-se em residência entre os séculos 15 e 16, mas em 1554, o último conde, Michel, faliu e o castelo passou para o cantão de Friburgo.
Em 1849, famílias de Genebra compraram o castelo e o transformaram em residência de verão, convidando pintores renomados como Jean‑Baptiste Camille Corot e Barthélemy Menn. Em 1938 o cantão de Friburgo adquiriu o castelo para abri-lo ao público como museu. Bom para nós!
Não esqueça de registrar a moldura do Grand Tour of Switzerland. Quer saber mais sobre esta rota? Leia………….

O que ver no castelo de Gruyères
Na recepção, pegue um folheto gratuito com breve histórico do castelo e mapinha das salas abertas a visitação. O castelo se divide em 3 andares. Você pode conhecer o terraço, a capela, o jardim e caminhar pelas muralhas antes ou depois da visita interna. Eu deixei para o final.

O interior do Castelo de Gruyères
As primeiras salas visitadas são a cozinha de aspecto medieval bem preservado, uma verdadeira cápsula do tempo. Na sala da guarda, além das armaduras está a capa de Borgonha, um tesouro do século 14. Feita em veludo preto, ricamente decorada com fios de ouro e brasões de Felipe, o Bom. Sinceramente, não tenho ideia quem foi.




Uma escada em espiral leva aos segundo e terceiro andares, onde estão as salas mais ricas e decoradas no século XIX.




Uma interessante exposição de cartões postais do final do séulo XIX encerra a visita. Não é um palácio rico como os franceses ou italianos, mas por outro lado a visita é rápida e não cansa, no sentido de ser overwhelming, pelo excesso de pinturas e elementos decorativos em cada centímetro quadrado, como outros que visitei na Itália.
A caminhada pelas muralhas
Ao final da visita interna, explorei o terraço onde fica a capela, que tem um vitral bem reservado, mas infelizmente os afrescos estão bem deteriorados (veja o carrossel de fotos desta parte do castelo, abaixo). Notei que muita gente visita apenas esta parte do jardim, mas o acesso ao lado da capela ao jardim posterior é ainda mais bonita, não perca!
Informações práticas do Castelo de Gruyères
Como chegar
Chegamos a Gruyères de carro. Estávamos hospedados em Kandersteg, vilarejo alpino muito visitado por causa do Oeschinensee, um dos lagos mais lindos da Suíça. Pegamos o caminho mais curto, apenas 88 km de distância, mas mais lento pois depois de Spiez o Trajeto 11 serpenteia vilarejos, pequenas fazendas e o Passo Jaun. Foi daquelas viagens cheias de surpresas a cada curva, uma delas um tradicional fazendeiro com seu diminuto rebanho de vacas, que nos rendeu risadas depois que as curiosas enfiaram a carona dentro do nosso carro! Eu adoro vacas com a mesma intensidade que tenho medo delas ahaha.

Outra surpresa agradável foi o Passo Jaun, um local com picos que lembram as Montanhas Dolomitas, com alguns campings de traillers como eununca tinha visto: eles constroem garagens para abrigá-los! Depois da visita a Gruyères, fizemos o caminho mais rápido, pela estrada 12 até Berna.

Você pode ir ao Castelo de Gruyères a partir de qualquer ponto do lago de Genebra, ou Berna. De trem, desça na estação de Gruyères, que fica na parte ‘moderna’, no vale, e depois caminhe pouco mais de 1 km, mas colina acima! Ou tome o ônibus para economizar pernas e gastá-las nas escadarias do castelo e nas muralhas com vista para o vale. Use o app ou site da SBB, a companhia de transporte público suíço, para organizar esta viagem.
Gruyères em grupo
Para quem prefere o conforto e praticidade de visitas guiadas, confira as opções da Get your Guide. com passeios de 8 horas saindo de Montreux, Lausanne, Berna ou Friburgo, que além do castelo visita as fábricas de queijo e chocolate – veja mais abaixo.
Melhor época para ir, horários e valores
A primavera, verão e começo do outono são ótimos para aproveitar os jardins e vistas.
O castelo abre o ano todo, inclusive nos feriados de natal e ano novo. De abril a outubro: das 9h às 18h; de novembro a março: das 10h às 17h. Última entrada 45 minutos antes. Confira atualizações no site do Castelo de Gruyères.
Adultos pagam CHF 13, mas portadores do Swiss Travel Pass têm entrada gratuita. Há descontos para estudantes, idosos, famílias e crianças.
Há plaquinhas informativas escritas em francês e inglês, para entender melhor as exposições. Na recepção você pode comprar um audio guide com realidade virtual, ao custo adicional de 13 CHF, em inglês, francês e alemão.
O que fazer em Gruyères, perto do Castelo
A rua principal que dá acesso ao castelo tem casinhas charmosas, lojas de souvenir com produtos lindos, cafés para relaxar. Aproveitei e comi o tradicional raclete antes da visita. Escolhemos uma mesa com vista da praça, mas os fundos dos restaurantes também têm vistas lindas!


Ainda no vilarejo medieval, duas atrações inusitadas:
Museu do Tibet
Uma impressionante coleção de arte sacra budista, reunida por Alain Bordier. A coleção de Bordier não apenas celebra a arte, mas convida os visitantes a mergulhar na filosofia budista e na beleza espiritual do Himalaia., com mais de 300 obras. Se tiver tempo e interesse, veja mais informações no site oficial do museu.
Museu “HR Giger”
O museu “HR Giger” é dedicado ao artista suíço que criou o Alien da saga hollywoodiana. Apresenta ilustrações, cenografias, esculturas e objetos decorativos de arrepiar. Há também um bar, onde você pode saborear uma bebida num ambiente que te transportará ao filme!

Queijo e Chocolate
Se tiver tempo, visite a fábrica de queijo (La Maison du Gruyère) e/ou o museu do chocolate Maison Cailler, que fica em Broc, mas pertinho de Gruyères. Não é tão bonito quanto o museu do chocolate da Lyndt, nos arredores de Zurique, mas a entrada é gratuita com o Swiss Travel Pass.
Roteiro Personalizado
Além de viajante experiente, editora do Mulher Casada Viaja, sou agente de viagens regulamentada e certificada pelo órgão de turismo da Suíça. Então, se precisar de ajuda para organizar sua viagem, desenhar o roteiro ou apenas tirar algumas dúvidas, fale comigo!

Agora me conta: você já tinha ouvido falar do Castelo de Gruyères ou esse é um destino novo pra você? A Suíça tem muitos castelos, confira em 14 Castelos na Suíça para voltar ao passado.












