Guiar pelas estradas alemãs é um sonho para quem gosta de acelerar sobre rodas. Dirigindo pela Alemanha numa roadtrip de 14 dias pela Baviera e Baden Württemberg, reuni dicas e compartilho minhas impressões sobre a experiência. Tem informações de aluguel de carro, sinalização, estradas da Alemanha e outras.
Você pode pensar: mas carro, na Europa? Não é melhor usar trem? E eu te respondo: sim, trem é a melhor opção em cidades grandes e entre elas, mas há roteiros pela Europa onde a linha férrea ou não chega, ou exige um novo tipo de transporte até o destino final.
Dirigindo pela Alemanha, você verá paisagens incríveis e poderá fazer paradas inesperadas. No Sul, nestas duas regiões que visitamos, o carro vai economizar tempo e possibilitar uma experiência mais rica do que se você estivesse usando transporte público ou em ônibus de excursões.
Os carros na Alemanha
Você vai ver pelas estradas muitos BMW, Audi e Mercedes, mas há outras marcas como Skoda, Volkswagen e poucos Opel (nossa Chevrolet) e Ford.
Os carros são via de regra de câmbio manual, então se você quiser ou só puder guiar de transmissão automática, precisará especificar isso quando pesquisar o aluguel – e vai te custar mais, também.
Documentação para dirigir na Alemanha
Embora a Alemanha faça parte da Convenção de Viena, que determina que não há obrigatoriedade de PID (permissão internacional para dirigir) para viagens com duração igual ou inferior a 180 dias, eu nunca mais viajei sem a PID. Leia o post completo sobre emissão de PID.
Veja todas as dicas sobre a Rota Romântica.
Aluguel de carro na Alemanha
As grandes e conhecidas empresas de locação estão presentes em terras germânicas: Avis, Hertz, Europcar, Sixt. Nós fizemos a reserva com a Hertz pela rentcars.com, que é um site de busca de preços dessas e outras locadoras. A grande vantagem é escolher pagar antecipadamente, em reais e parceladamente no cartão de crédito, isto é ficando livre do IOF.
Retiramos e devolvemos o carro no aeroporto de Munique, por conveniência, pois não nos hospedamos na cidade. Não foi a locação mais fácil do mundo porque, segundo a funcionária do balcão, em época de Oktoberfest os funcionários desaparecem. Chegamos na fila às 14h15 – nosso carro estava programado para ser retirado às 14h30 – e só entramos nele às 16h! Acabamos tendo que comer no aeroporto – o que nunca é prazeroso ou econômico – e deixamos de passar por uma das cidades da Rota Romântica (Landsberg am Lech) por conta desse atraso. Sim, em 1h30 é possível ‘conhecer’ uma das cidades desta rota, que têm belezas acumuladas em limitados quilômetros quadrados.
Observe no momento da reserva:
- se a quilometragem é livre ou não. Se você vai rodar muitos quilômetros, prefira de quilometragem livre, senão pagará adicional por quilômetro rodado
- as taxas cobradas: devolução em outra cidade ou país, taxa de retirada em aeroporto, impostos locais
- os seguros inclusos. Verifique se seu cartão de crédito oferece como benefício cobertura no aluguel de veículos pois os seguros encarecem bastante o aluguel
- se é cobrada taxa para segundo motorista, ou seja, para que outra pessoa também possa dirigir, além do locatário. E por falar nisso, não se esqueça de fazer a reserva em nome de quem vai dirigir o carro. Em caso de acidente, os prejuízos não serão cobertos pelo seguro se o motorista não for o informado como locatário.
Observe no momento da retirada do carro:
- as locadoras costumam incluir, sem nem ao menos perguntar, os seguros não obrigatórios, então fique atento antes de assinar, mesmo estando louco para pegar o carro e começar a explorar o destino
- não é permitido fumar nos veículos e se você o fizer terá que pagar uma taxa de limpeza. Na nossa locação, o valor informado era de €50
- verifique se os equipamentos de segurança estão mesmo no carro: triângulo, macaco, kit de primeiros socorros e step (a gente só percebeu que no nosso não tinha step no meio da viagem, mas ainda bem que não precisamos dele)
- ligue o carro e veja se não há nenhum alerta no painel, apontando defeitos ou problemas. Logo no início da viagem o carro apontava pneu dianteiro precisando de calibragem, mas o aviso persistiu mesmo depois de termos parado no posto para calibrar
- em outra viagem, na França, na devolução do carro o funcionário apontou antena quebrada, coisa que nem notamos, mas como fizemos aquela cara de “ah, então foi por isso que o rádio não funcionou”, ele deixou pra lá. Sim, eu gosto de ouvir rádio local e acho que playlists limitam um pouco a experiência em outro país.
Cruzando as fronteiras da Alemanha
Em geral, não é permitido usar carro alugado na Alemanha para dirigir para o Leste Europeu. Para a França, não há qualquer impedimento, nem controle de fronteira. Dirigindo da Alemanha para a Áustria, você precisará de um selo para colar no para brisa do carro, o vignette. Para ir até a Highilne 179, uma ponte suspensa a 20 minutos de Fussen, ou seja, pertinho da fronteira, não há controle do vignette, mas como dirigimos até Salzburgo e Hallstatt, precisamos comprá-lo. O selo para 10 dias de viagem custou € 8,90 e pode ser encontrado na maioria dos postos de combustível próximos à fronteira.
Atualização: Desde novembro/2017 pode ser adquirido online.
Combustível na Alemanha
Veja os preços e tipos de combustível na foto abaixo:
Postos de Combustível na Alemanha
Nos postos do Sul da Alemanha (e imagino que seja assim por todo país, pois na França e na Áustria também ocorre o mesmo), seja em estradas ou em cidades, o serviço é de autoatendimento. Você pode usar luvas descartáveis e gratuitas dispostas próximo à bomba, caso respingue combustível ou mesmo para dar aquele trato no para-brisa. Escolha o tipo de combustível que deseja, coloque a mangueira no tanque e acione o gatilho. Coloque a quantidade que desejar e só depois vá até o caixa na loja do posto, informe o número da bomba e pague o valor correspondente. Algo impensável para padrões de honestidade brazucas.
Estradas na Alemanha
Sim, elas são maravilhosas como dizem que são. Não há buracos, degraus, ranhuras nas pistas das autobahn, as estradas federais que não têm pedágios e são praticamente em linha reta. Não posso falar do país todo, mas o Sul (regiões Baviera e Baden-Württemberg) tem uma rede de estradas de causar inveja. Você perde uma entrada e logo tem uma estrada secundária que vai te levar ao mesmo lugar, sem precisar rodar quilômetros infinitos.
O mais incrível é como é fácil dirigir por lá. Todo mundo mantém um mesmo ritmo, muito próximo da velocidade máxima, então o trânsito flui. A faixa da esquerda fica quase sempre livre, sendo usada para quem quer ultrapassar o limite de velocidade. Sim, há limite de velocidade ao contrário da lenda urbana, e em geral é 130km/h, mas em alguns trechos pode ser 120 ou até 80km. Nas estradas secundárias, é preciso dirigir mais devagar, pois não são duplicadas.
Quanto à beleza da paisagem, acho que tudo depende de seu gosto e da estação do ano. No início do outono os campos ainda estavam com plantações e ao mesmo tempo as árvores coloridas de amarelo e laranja.
Na Rota Romântica, as estradas secundárias são mais legais do que as rodovias e se perder entre as fazendas também vale. Como sou apaixonada por montanhas, me derreti nos Alpes, entre picos, vaquinhas pastando, lagos cristalinos.
A região da Floresta Negra também é encantadora. Acho que para resumir o segredo é: pegue as rodovias expressas somente se estiver com pressa.
Sinalização nas estradas e ruas
Nas estradas, as placas seguem um padrão igual ao nosso, fui percebendo conforme ia dirigindo pela Alemanha: as verdes indicam cidades, as marrons, destinos turísticos, e podem ter placas brancas ou azuis para indicar saídas.
Nas cidades, as que mais me confundiram foram as de estacionamento, porque são muitas e às vezes apareciam em branco, também!
As placas indicativas de serviços, como postos de gasolina e restaurante, de limite de velocidade, as de retorno proibido e indicativas de direção a seguir são iguais às nossas.
Agora é sua vez de deixar alguma dica sobre dirigir na Alemanha ou outro país da Europa. Te aguardo nos comentários.
Respostas de 33
Amei o seu post. Vou imprimir e guardar!!!
Também irei no comecinho do outono. Será pego os vilarejos floridos?
Certamente, Carla. Eles capricham tanto no adubo que tinha uma rua com cheiro insuportável ahaha
Parabéns Márcia! Realmente está muito bom o post. Gostaria de saber se indo pela estrada secundária, ela é bem sinalizada. Pois li uns posts que as pessoas diziam que é fácil se perder.
Oi, Paula, obrigada pelo retorno. Não sei a qual estrada secundária você se refere, mas usamos várias sem problemas, porque mesmo que a gente se perca, logo tem uma saída para a autobahn. Se você se refere à Rota Romântica, alguns trechos são mais difíceis para se manter, sim, mas em outros as cidades são bem coladas. Eu não achei as estradas secundárias tão bonitas, então dá pra circular pela rodovia, que tem sempre uma placa marrom grande indicando que a cidade é turística. De qualquer forma, sugiro que você compre um chip para ter acesso à Internet e se localizar.
Parabéns pelo seu blog, Márcia! Planejo viajar pela Alemanha em setembro e intenciono alugar um carro. O site do Itamaraty está recomendando a PID para alugar carro. Você foi cobrada pela Hertz?
http://frankfurt.itamaraty.gov.br/pt-br/carteiras_de_motorista:_informacoes_sobre_a_validade_no_brasil_e_na_alemanha.xml
Oi, Rui, obrigada pela visita e comentário. Olha, eu não tenho a PID, as locadoras dos países para onde já viajei nunca perguntaram a respeito, e sempre apresentei a CNH. Mas legalmente, funciona assim: ‘Pela Convenção de Viena, a Alemanha não obrigada a emissão da PID se a viagem tiver duração inferior a 180 dias.’ Este é trecho de um post aqui do blog, onde explico melhor, dá uma passada lá: https://mulhercasadaviaja.com/2017/08/25/dirigir-no-exterior-alteracoes-na-pid/
Se tiver outas dúvidas, fique à vontade – e bom planejamento!
Estamos nos programando para 15 dias na Baviera. Ótima a sua postagem. Como dica, deixo sobre dirigir na Grécia.
Tirando Santorini, qualquer outra ilha alugue um carro pequeno. Algumas praias são distantes e é necessario subir ao pico da ilha para depois descer ao seu destino, e, afinal, os ventos do Mar Egeu são fortes o ano inteiro…
Obrigada, Augusto. Nossa, nunca pensei em dirigir pela Grécia, é tranquilo?