Conheça a história do Museu d’Orsay, em Paris, de estação de trem a um dos melhores museus do mundo. Também trago dicas práticas para sua visita.
Difícil acreditar que já se cogitou demolir a estação ferroviária que hoje é a linda casa do Museu D’Orsay. Um projeto de hotel chegou a ser apresentado nos anos 1970, mas o bom senso prevaleceu e o edifício de linhas retas não saiu do papel. Em vez disso, decidiu-se restaurar a estação e adaptá-la a um museu para receber pinturas e esculturas do período artisticamente fértil de 1848 a 1914. Leia nesta primeira parte do post sobre a história do museu d’Orsay. Depois encontre informações práticas para sua visita.
A História do Museu d’Orsay
Assim como a Torre Eiffel, erguida em 1889 para a Exposição Universal, a estação de trem também foi construída para receber visitantes da Exposição de 1900 provenientes do sudoeste de Paris. O projeto ficou sob responsabilidade do arquiteto Victor Laloux. Se você já passou por antigas estações de trem, deve ter reparado que são cobertas, mas têm aberturas para que a fumaça das então locomotivas a vapor fosse expelida. Com a modernização dos trens e o fim dessas locomotivas, foi possível conceber uma estação de teto envidraçado, sem aberturas, e com detalhes decorativos como as rosáceas do teto, que hoje servem como saída de ar condicionado. Além da estação, projetou-se um hotel de luxo cujo restaurante ainda pode ser visitado. Leia mais abaixo.
O século 20 foi de rápidos avanços tecnológicos e a estação logo se tornou obsoleta, pois os trens estavam cada vez mais longos, e as plataformas da Estação Orsay curtas demais para recebê-los. Assim, 39 anos depois de sua inauguração, seriva apenas trens provenientes do interior.
A estação acabou tendo outros usos, como centro de recolhimento de prisioneiros e deportados após o final da Segunda Guerra Mundial, espaço para tenda de circo e até estacionamento de veículos. (!)
Finalmente, o museu
No início dos anos 70 tornou-se Monumento Histórico. Protegida, seu uso passou a ser mais cultural, abrigando a tenda de circo da companhia de teatro Renaud/Barrault. Em 1978 é organizado o concurso de arquitetura e em 1986 o Presidente da República François Mitterrand inaugura o Museu D’Orsay.
Entre 2009 e 2011, o Orsay passa por nova modernização envolvendo a cor das paredes, a distribuição e organização das obras e a iluminação. Em 2011, o Brasil é representado pelos irmãos Campana, que tiveram o privilégio de decorar o café do Museu. Eu ainda não conheci o novo café, mas pela foto ficou lindo, embora o relógio pareça ter perdido o destaque, que na minha opinião era o charme do café. Em 2013 as salas do térreo é que passaram por uma repaginada.
Hoje o D’Orsay recebe milhões de visitantes de todo o mundo. Nem que não fosse um museu, a beleza de sua arquitetura já valeria uma visita. Ah, embora a estrutura seja toda em metal, as fachadas receberam pedras para não destoar da arquitetura dos vizinhos, como o Louvre, do outro lado do rio Sena.
Como é a visita ao Museu d’Orsay
Térreo (nível 0) – Depois de passar pela segurança, você pode começar a visita pelas esculturas. O site do Museu traz um mapinha interativo que você pode usar antes da visita para se familiarizar com as obras – ou durante a visita (e economiza o audio guide eheehe).
Primeiro andar (nível 2) – Foi lá que eu vi meus primeiros Van Goghs – e fiquei tão emocionada que precisei sair para o terraço. Nos níveis 3 e 4 (Pavillon Amont) estão artes decorativas. No nivel 5 estão aquelas obras que você viu em reproduções ou telas eletrônicas e de repente são tão familiares como uma fotografia de um parente ou amigo… Renoir, Degas, Cezanne, Monet. Se tiver pouco tempo, sugiro que vá direto pra lá.
Comendo com Arte
Se bater a fome ou se você quiser ter uma refeição inesquecível dentro do museu, há 3 opções: 2 cafés e um restaurante.
The Café Campana
Além de decorar, os designers batizam o restaurante que traz no cardápio saladas, massas, clássicos como o quiche lorraine, sobremesas e comidinhas. Abre das 10h30 às 17h e às quintas das 11h às 21h.
Restaurante
Que tal comer no restaurante que pertencia ao Hotel d’Orsay, de 1900? Apenas o mobiliário foi modernizado, mas paredes, teto, candelabros são os originais restaurados. Abre de terça a Domingo das 11h45 às 17h30 e às quintas das 11h45 às 14h45 e das 19h às 21h30.
Café de l’ours
Mais informal, este café oferece sanduíches, saladas, bolos e tortas. Abre de Terça a Domingo das 9h30 às 4h45 e às quintas-feiras até as 19h45.
Veja os cardápios de cada um – e os preços – aqui.
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Ingressos para o D’Orsay
Como tudo em Paris, há filas, e no D’Orsay há duas. A entrada A é pra quem vai comprar o bilhete na hora. A entrada C é para quem comprou online ou tem o Paris Pass. As entradas B e D são reservadas a grupos.
O ingresso simples custa 15,40 comprando no site oficial do Museu d’Orsay. Você pode comprar um guia auditivo com comentários sobre mais de 300 obras (e tem em Português). Também é possível comprar o ingresso combinado para o Museu Orangerie, por 19,40. O museu é bem pequeno e fica no Jardim das Tulerias, mas guarda uma das obras mais mais de Monet, As Ninféias. Vale a pena!
No primeiro domingo de cada mês o acesso ao D’Orsay é gratuito.
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Atenção: no primeiro domingo de cada mês o acesso ao D’Orsay é gratuito.
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Como Chegar ao Museu d’Orsay
Paris é um convite para caminhadas, mas a linha C do trem RER tem uma estação bem ao lado do museu, a Musée d’Orsay. Se preferir ônibus, use as linhas 24, 63, 68, 69, 73, 83, 84, 94.
Eu conto como é andar de ônibus em: Paris: 1 é pouco, 2 é bom, 3 é demais? Roteiro com preços
Dias em que o museu d’Orsay fecha e horário de funcionamento
O Orsay abre das 9h30 às 18h às terças, quartas, sextas-feiras, sábado e domingo. Nas quintas, abre das 9h30 às 21h45.
Fecha às segundas-feiras e nos dias 1 de maio e 25 de dezembro. Por isso consegui esta foto dele com as entradas vazias no 1 de maio:
Primeira vez em Paris? Leia Paris: Guia Prático de Viagem
Todo mundo que vai a Paris pela primeira vez e escolhe apenas um museu para visitar acaba elegendo o Louvre, e isso é compreensível. Eu fiz questão de conhecer também o d’Orsay e ainda gosto mais dele do que dos outros museus que visitei em Paris. Tenho certeza que a arquitetura e história do D’Orsay têm muito a ver com isso.
Respostas de 4
Maravilhoso! Um dia vou lá pra ver!
Vá, sim, Raphael. Querer ė o primeiro passo.