Ultraje ficar dois dias em Paris, pensei. Espremer Paris entre outros destinos, então, parece desrespeitoso. Mas era o que tínhamos. E valeu muito a pena!
Esta senhora, Paris, não merece 2 ou 3 dias de sua vida, apenas, então só siga esse roteiro caso não seja sua estréia. A segunda visita não tem a expectativa da primeira, mas tive um certo medo de perder a paixão por Paris (clique para ler: Paris, Sonhe Comigo). Por outro lado, a segunda vez traz a sensação (irreal – ou surreal?) de que já somos do pedaço (São Francisco de Paula, padroeiro dos turistas, lucidez para esta pessoa, por favor!).
Chegamos de trem (todas as informações aqui), a partir de Amsterdã, desembarcando na Gare du Nord, o que já facilita locomoção e economiza minutos preciosos por estar no meio da cidade. Isso a gente pensa quando está planejando, porque quando chegamos ao destino, o gostoso é jogar o relógio no fundo da mala, comer quando se tem fome e dormir quando o sono bate, flanar pelas ruas…Corta!
Voltando: Três estações depois, descemos na Luxemburgo, a um quarteirão de nosso hotel. Se você nunca esteve em Paris, talvez não saiba que precisará carregar suas malas escadaria acima, pois não há escadas rolantes nas estações de metrô. Talvez também não saiba que é super comum caminhar com a mala de rodinhas pelas ruas. Imagine isso em SP! Caso esteja chegando de avião, também é possível chegar em Paris pelo metrô. Confira as linhas do metrô parisiense aqui.
Mas como foi uma passagem relâmpago, vou escrever em tópicos, que são tão rapidinhos quanto nossa passagem pela cidade! Considere que o roteiro leva em conta a localização do hotel e nossa preferência por caminhar. Só usamos metrô quando chegamos. Fizemos tudo a pé, afinal, caminhar é a melhor atração de Paris.
Paris se divide em distritos numerados, embora também tenham nomes. Quanto menor o número, mais central é sua localização, isto é, mais perto das atrações turísticas você estará!
nosso roteiro de dois dias em Paris
Tarde da chegada – sexta-feira
0. Check in no Hotel Best Western Trianon Rive Gauche, na Rue de Vaugirard, no 6º arrondissement.
1. Algo para enganar o estômago: crepe e baguete nos arredores do hotel, mais pela simpatia do proprietário do que pelo sabor. O cara falava sem parar, num Inglês que eu precisava franzir a testa para entender. Isso sempre me deixou mais com rugas do que com compreensão!
2. Pantheon. O ingresso a 4,50 euros dá direito a conhecer a arquitetura interna desta antiga igreja e a visitar a cripta – Urgh! A história do Pantheon é longa e envolve igreja, realeza e Revolução Francesa, que tirou seu caráter religioso para se tornar mausoléu dos grandes nomes franceses. O folheto recebido (inclusive tem em Português) resume algumas das transformações. O site exibe informações em inglês, espanhol e francês. Estava em restauração desde janeiro/2014. Visite o website oficial clicando aqui.
3. Boulevard St Michel e sua imensa fonte é um dos pontos de encontro mais populares de Paris
4. Postar-se diante da Notre Dame é uma boa pedida não só para admirá-la, mas para observar os turistas que fazem selfies, brincam, fazem picnic por ali. Não entramos pois já a conhecemos em nossa primeira visita a Paris.
5. Passeio pelos arredores de Marais. Passadinha em frente do prédio da Prefeitura, que no final da tarde ganhou um dourado maravilhoso.
6. Jantar no Bistrô Paris Beaubourg, com vista para o Centro Georges Pompidou
7. Mais uma olhada sobre o Sena, esse rio que hipnotiza. Não sei se é ele próprio ou se são os lindos edifícios construídos a suas margens. Você sabia que as margens do Sena são Patrimônio tombado pela UNESCO?
8. Nem Notre Dame, nem Sacre Coeur. Minha igreja parisiense preferida é a Sainte Chapelle e fui prestar reverência a ela. Mas já estava fechada, então fiquei olhando tal qual cachorro em vitrine de frango. Abaixo, fotos que fiz na minha primeira visita à capela real:
9. Fotinhos noturnas em frente à Notre Dame.
Segundo dia – sábado
1. Café da manhã no bistrô Le Comptoir du Pantheon, na Rue Soufflot.
2. Igreja St Etiennen du Mont.
3. Passeio pela feirinha de St. Germain. Abastecidos de cereja e morango.
4. Aquecer sob o sol parisiense no Jardim de Luxemburgo.
5. Igreja St Sulpice. Informe-se sobre as apresentações de coral. Tivemos a sorte de estar por lá durante uma. Inesquecível!
6. Almoço no Rim Café, na Rue St Severin, porque estávamos por ali, mas não recomendo.
7. igreja St Severin
8. Doces deliciosos na Patissier Confiseur, na Rue Saint Jacques
9. Caminhada até a Torre Eiffel, passando pelo Hotel des Invalides e finalmente chegando até Champ de Mars. Caso você prefira usar o metrô, desça na Trocadero e sua primeira vista da Torre será inesquecível! Se preferir gastar sola, siga pelas margens do Louvre, sempre um grande deleite. Nossa rota não tinha grandes atrativos, mas conhecemos partes de Paris mais residenciais e menos turísticas, digamos assim. Mas chegamos e lá estava ela – e centenas de turistas fazendo picnic e esperando a noite para ver a Torre brilhar ainda mais. Os elevadores da Torre ficam abertos até meia noite, mas como estava muito frio, eu preferi não subir, desta vez. Além disso, os ânimos entre mulher casada viaja e homem casado viaja não estavam para romance. Péssima ideia ter briguinhas a caminho de Paris…
10. Caminhada de volta ao hotel às margens do Sena.
Dia 3 – domingo
1. Como o dia começou frio e cinzento, o café da manhã foi no Paul’s da St Michel, que tem uma sobreloja quentinha.
2. Passeio pelo pátio do Louvre e pelo Jardin Des Tuileries.
3. Hora do arrepio: cara a cara com as Ninfeias de Monet, no Museu L’Orangerie. Mais um sonho de viagem realizado!
4. Agora era a vez do Homem Casado Viaja realizar o sonho de dirigir uma Ferrari, alugada na Place de La Concorde.
4. Caminhada pela Champs Elysees – e compra da boneca do Frozen pra filhota! Gosta de decoração? Visite a Zara Home. Coisas lindas!
5. Almoço no L’Entrecote de Paris, na Rue de Marignan, travessa da Champs des Elysées
6. Grand Palais – Exibição dos painéis Guerra e Paz, de Candido Portinari. Além da obra, a exibição trouxe documentários sobre a retirada dos painéis, seu transporte e restauração no Brasil, que desde sua criação estavam na sede na ONU em NY. Se você já esteve no estrangeiro, como diziam antigamente, sabe que a coisa pega quando lá se vê algo que nos represente. Eu fiquei emocionadíssima nessa exibição, mas não cabe aqui detalhar os porquês.
8. Último passeio pelas margens do rio. Aproveitamos o wifi livre entre a ponte Royal e a Passarela Solferino e ficamos apenas sentamos nas escadarias de frente ao Sena, mandando um selfie com nossa cara mais feliz, tendo além do rio, o Museu D’Orsay e o Louvre como paisagem.
9. Passeio pelos jardins da Notre Dame
10. Sobremesa tardia no Le Parvis, na Rue Arcole, na Ile de La Cite.
11. Recordar é viver. Fomos caminhar na região do Quartier Latin onde nos hospedamos em 2009 e passamos em frente ao hotel da Rue Monge. It felt like home…
12. Última foto da Torre, vista da janela que foi minha por 3 noites, em Paris.
Há pouco tempo escrevi Paris, sonhe comigo, em que divagava se continuaria apaixonada por Paris após uma segunda visita. Algumas pessoas disseram que “Paris é Paris, a gente sempre se apaixona”. É verdade. Paris é linda, É grandiosa. É charmosa. Descrever Paris parece tão difícil quanto descrever o amor. Ou explicar porque a gente ama alguém. E mesmo que o clima não estivesse tão bom como da primeira vez; mesmo que as tulipas já houvessem sido substituídas por outras flores menos nobres no Luxemburgo; mesmo que as cerejeiras na Notre Dame não exibissem mais seu rosa-Paris; ainda que não tenhamos elegido um bistrô para chamar de nosso; apesar de a cidade ter estado lotada demais de turistas (como os parisienses aguentam!), sim, eu continuo apaixonada por Paris. E me aguarde que um dia eu volto!
E por falar em se apaixonar, confira a dica do blog Viajar Correndo sobre o muro dos Eu Te Amo de Paris.
Dicas de viagem a Paris
Visto
Não é necessário visto para entrar na França, mas é obrigatória a emissão da Carta Schengen. Confira se seu cartão de crédito a oferece gratuitamente ou contrate um seguro viagem.
Língua
Francês, mon chéri, mas nas regiões turísticas o Inglês é aceito. Vale a velha dica de soltar um bom jour antes de falar Inglês.
Onde Ficar
Em geral, quanto mais central a localização, mais caro será o hotel, mas vale a pena o esforço bancário e ficar em um dos bairros (do número 1 ao 10) onde estão as principais atrações e a partir de onde você pode caminhar – olha eu falando em flanar, de novo!
Você pode escolher a região de acordo com suas preferências: gosta de luxo e elegância? Fique perto da Champs Elysees. Prefere estar perto dos estudantes? Fique ao redor do Jardim de Luxemburgo e da Sorbone, no Quartier Latin. Quer badalar? Marais. Interesses gastronômicos? Madeleine e Opera.
Ficamos no Trianon Rive Gauche, pertinho do Parque de Luxemburgo e do Blvd St Michel. Provavelmente são dois prédios unidos, pois há dois elevadores. O da nossa ala era um elevador minúsculo, em formato triangular, que na concepção parisiense serve a três pessoas, mas isso é bem comum em centros históricos europeus, pois são elevadores adaptados. O quarto era bem espaçoso para os padrões de Paris e o banheiro maravilhoso (adoro aquela luz natural vinda da porta-balcão). Tudo limpinho, novo, cama e travesseiros macios e decoração aconchegante. E quando abri a porta-balcão e vi a Torre Eiffel, adorei o hotel! Tudo bem, a Torre é vista de muitos pontos da cidade, mas era da minha janela! Pelo menos naqueles 2 dias e meio.
O café da manhã não era incluso, mas no último dia comemos lá e gostamos bastante, pois havia grande variedade. Mas não espere um atendimento cordial ou mesmo simpático do pessoal do restaurante. Com exceção da recepcionista filha de portugueses, ninguém mais nos deu um sorriso sequer. A decoração dos espaços sociais é clássica, mas leve, sem excessos
Quantos dias em Paris
Se for a primeira vez, ao menos 5 noites. Se quiser visitar os principais museus – bem, o que é principal, afinal? estou considerando o Louvre e o D’Orsay -, talvez precise de 3 ou 4 dias só para eles. Lendo meu roteiro, dá pra ter uma ideia do tempo, que pode ser reduzido se você pular as caminhadas e usar o metrô – e não ficar babando a cada esquina. Cada viajante tem seu próprio estilo e alguns ficam felizes em passar em frente de um monumento ou igreja estando dentro de um ônibus de excursão. Considere seu tipo, faça a lista das atrações e bon voyage!
Transporte em Paris
Circule, vá em linha reta, perca-se pelas ruas sem “atração turística”. Seus pés serão seu grande meio de transporte. Mas o metrô está sempre por perto quando suas pernas pedirem arrego. E os batoux também são ótima opção para ver a cidade sob outra perspectiva – e para descansar.
Preços (em euros em maio/14)
– Refeição para casal: de 25 a 70
– Café da manhã para casal: 17 a 35
– Aluguel de Ferrari ou Lamborghini por 8 km: 89
– Entrada de Museus: de 13 a 15. No primeiro Domingo de cada mês, alguns museus são gratuitos (não, o Louvre não está na lista, sorry). ao contrário do que esperava, não havia filas gigantescas nos dois museus que visitamos no Domingo. Perdemos 10 minutos na fila do Orangerie. Se você adora museus – e vê tudo passando rápido à frente de seus olhos – compre um passe de 2 dias (49 ), 4 dias (68 ) ou 6 dias (80).
– Moulin Rouge: 112
– Hop on, Hop off bus*: 32
– Hop on, Hop off boat*: 16
– Day trip para Londres: 229
– Day trip para Bruges, na Bélgica (leia dicas sobre essa linda cidade medieval clicando aqui): 214
*hop on significa entre, suba no veículo e hop off, desça. É um sistema de ônibus e barco turísticos conhecidos em várias cidades do mundo, em que você compra um passe de tarifa única, com validade de 24 ou 48 horas e pode subir ou descer em vários pontos da cidade. O trajeto normalmente inclui os principais museus, igrejas, praças, parques e monumentos.
Outras dicas
Paris deve ser caminhada. Se você, como eu, não aguentar andar 15 horas por dia, tire um hora para voltar a seu hotel e dormir. Sem medo nem culpa. Vai se sentir revigorada para aproveitar a noite, que na primavera e no verão só chega depois das 22h. Mas se você preferir, use o metro que chega a todos os pontos turísticos. Guarde o bilhete durante o trajeto, pois é preciso apresentá-lo se solicitado.
Use calçados confortáveis – e mais para velhos do que para novos. Calçados novos e viagem não combinam!
Comprar ingressos pela Internet poupa minutos preciosos em fila de bilheteria, mas se o dia estiver lindo, você não vai querer estar enfiado em um museu! Para algumas coisas, vale a pena decidir no dia anterior, de olho na previsão do tempo.
Não se esqueça de levar o carregador de bateria de sua câmera. Eu fiquei na mão e tive que fotografar com o tablet…
Leia também
Paris e carro é uma combinação furada, mas dirigir pelo interior da França é tudo de bom. Leia as dicas para dirigir na França onde trago informação de aluguel de carro em Paris, estacionamento na cidade e pedágio nas estradas.
Se vai a Giverny, visite antes as dicas que compartilhei depois de conhecer a casa do pintor impressionista Claude Monet.
Castelos no Vale do Loire também estão aqui no blog. Dê um pulinho lá, clicando sobre o título do post: Vale do Loire e seus Castelos.
Respostas de 6
Oi, Márcia! Eu e marido, cada vez que vamos a Europa, mesmo que os destinos sejam outros lugares, novos ou não, damos uma passarinha em Paris! Ele sempre fala que tem impressão que esqueceu algo da vez anterior, e deve resgatar! Rsrs
Amamos a arquitetura e os museus de Paris, por isso, o Retorno constante…
Já estamos com o planejamento deste Ano!
Bjs e acompanho todos seus posts. ?.
Seu marido tem razão, Ana! Algumas cidades merecem ser visitadas várias vezes, assim como Paris. Tem sempre algo para rever, algo velho para descobrir, algo novo para conhecer. Obrigada pelo feedback! Em Junho tem mais Paris no blog!
Oi Márcia! Tudo bem? Adorei o seu blog! Estou morrendo… hahaha… Vou pra Paris em Outubro e ficarei 4 dias e meio (meu vôo chega lá às 12:30) e não sei o que fazer… quero fazer tudo! hahaha
Na verdade minha dúvida é mais pelas atrações que estão fora como Versailles e Giverny. Quanto aos museus, vou fazer o básico… mais pelo tempo curto, porque adoro.
Vou ficar entre Opéra e Madeleine e estarei sozinha. Dicas? Beijoos
Obrigada, Isabelle, seja bem vinda ao blog! Paris em outubro deve ser lindo. Olha, se é sua primeira vez e vc quer fazer bate voltas, vão te sobrar 2 dias e meio, que ainda são suficientes para fazer o básico de Paris. Já leu o roteiro que fiz da Paris básica? (http://mulhercasadaviaja.com/2015/06/02/paris-1-e-pouco-2-e-bom-3-vezes-e-demais-roteiro-com-precos-parte-final/)
Eu compraria ingressos antecipados para não perder tempo em filas, mesmo que isso custe mais, como para subir na Torre. Se for ao Louvre, às quintas ele fica aberto até as 22h e pode ser uma boa para aproveitar esse tempo à noitinha. A dica é ler bastante para escolher o que fazer, respeitando seu gosto e ritmo. Museu é obrigatório se for te fazer feliz, por exemplo. Eu nunca fui a algumas atrações “obrigatórias” se elas não fazem minha cabeça. Eu fui de carro a Giverny, mas como vc estará sozinha, de trem tb é legal. Se gostar de bike, tem passeios que saem da estação até a casa de Monet. Qualquer coisa, estou por aqui. Bom planejamento e uma ótima Paris pra vc.
Amei seu roteiro de dois dias e meio. Tem as melhores dicas! Fiquei com saudades de Paris. Quando for farei esse roteiro! hahah.. Obrigada pelas dicas! =*