Pela França de Carro: aluguel, pedágio, combustível

Atualizado em Março/19

Dicas para dirigir na França sem perrengue: aluguel de carro, pedágio nas estradas, como abastecer e com que tipo de combustível, além de preços. Falo também sobre estacionamento em Paris e como são as estradas em três regiões da França: a Normandia, o Vale do Rio Loire, e a Alsácia.

Todas as fontes dizem que é loucura dirigir em Paris e parece se consenso que alugar um carro para circular por Paris é uma grande besteira pois o melhor é caminhar ou usar o metrô, que chega a todo canto, e o trem para bate-voltas (aliás, já leu o post 15 bate-voltas e viagens curtas a partir de Paris?). Mas para aproveitar o máximo de alguns roteiros, a melhor opção é alugar um carro e dirigir na França, como para conhecer os Castelos do Vale do Rio Loire e os vilarejos medievais e cinematográficos da Alsácia.

Documentos para dirigir na França como turista

Não se esqueça de levar sua Carteira Nacional de Habilitação válida, mesmo que você tenha emitido a Permissão Internacional para dirigir, pois as duas podem ser solicitadas no momento da retirada do veículo na locadora. Caso seja parado pela polícia, precisará apresentar também o passaporte, então vale sempre aquela dica de usar a doleira (moneybelt) para guardar dinheiro vivo e passaporte.

Confira o post Como Emitir a Permissão Internacional para Dirigir (PID)

Aluguel de Carro na França

Na Europa os carros disponíveis nas locadoras em geral não são automáticos, então você precisará selecionar esta opção caso prefira apenas automáticos – e deve custar um pouco mais também. Os estacionamentos em geral não são na própria locadora, mas no mesmo quarteirão. Em Paris, por exemplo, escolhi a loja da Hertz mais próxima do hotel em que estávamos, perto dos Jardins de Luxemburgo, para retirá-lo e optei por devolvê-lo no aeroporto, para então pegarmos nosso voo de volta a SP. Detalhe importante para evitar arrastar malas por muito tempo, verifique esta informação antes de alugar.

Quando você sai com o carro do aeroporto, tem a vantagem das escadas rolantes e dos elevadores para auxiliar com a bagagem, mas em cidades grandes como Paris e Estrasburgo o carro fica em um estacionamento público próximo à loja – e não na própria loja como nos Estados Unidos. Em Paris, por exemplo, tivemos que arrastar as malas escada abaixo e só depois do primeiro lance de escada, que sai da superfície, tem um elevador de 7 andares, ou seja, são 8 andares abaixo da superfície parisiense.

Eu sempre alugo carro pelo site de busca de preços e reservas Rentcars, e dependendo da tarifa consigo pagamento antecipado, parcelado e livre de IOF. Nas últimas duas viagens de carro pela França, usamos os serviços da Hertz.

Custo do aluguel de carro

Fique atento aos seguros oferecidos na locadora na hora da retirada. Preste atenção no momento da locação aos tipos de seguro que a tarifa inclui, e no momento da retirada certifique-se de que não esteja comprando algo de que não precisa, pois o valor pode dobrar.

Estacionamento

Estacionamento da locadora em Paris

Para retirar o carro em Paris, além da documentação do carro, recebemos na loja o bilhete do estacionamento já pago pela locadora e a informação do número do box em que o carro está estacionado. Não há funcionários no estacionamento-edifício subterrâneo, então é preciso verificar se o carro tem amassados ou arranhões, a fim de se isentar de possíveis danos anteriormente causados ao veículo.

Estacionamento na Alsácia

Em 2017 voltamos a dirigir na França e voltei aqui para adicionar esta informação. Nas cidades grandes, como Estrasburgo e Colmar, além de não ser permitido circular no centro histórico, estacionar também é mais difícil, por isso escolha um hotel próximo a um estacionamento público ou um pouco mais afastado do centro histórico.

Em Estrasburgo ficamos às margens do Rio Ill, e havia um edifício-estacionamento em frente ao Hotel Roses, bem conveniente. Em Colmar, o flat em que ficamos ficava a uma caminhada de uns 10 ou 15 minutos do centro e conseguimos estacionar gratuitamente na rua, mesmo. Nos vilarejos, como Riquewihr, Ribeuavillè e Kaysersberg, há bolsões de estacionamento com acesso fácil ao centrinho histórico – pagos. Por favor veja detalhes em posts específicos de cada cidade.

Estacionamento em Giverny, na Casa de Monet, e no Vale do Loire

O estacionamento próximo à casa de Monet é gratuito, assim como os dos castelos do Loire que visitamos. Nas cidades, como em Tours, é preciso pagar para estacionar no centro, através de parquímetros. Em Amboise, onde nos hospedamos, o carro ficou na rua do B&B que apesar de ser atrás do castelo não tinha cobrança.

Postos de Combustível na França

Seu carro já virá com o tanque cheio, e você pode optar por devolvê-lo com o combustível restante e pagar por isso diretamente à locadora (nunca faço isso pois costuma ser bem caro) ou parar em um posto e reabastecê-lo pouco antes da devolução.

A maior parte dos postos são sefl-service, mas em cidades pequenas é possível que você receba alguma ajuda, como aconteceu neste posto do Vale do Loire, onde se lia “Ne pas se servir”, que é algo como “não é self service”).

Nos postos em cidades maiores, com equipamento moderno, a gente mesmo abastece (tem luvas descartáveis disponíveis na bomba) e depois se dirige à loja de conveniência para pagar. Adorei! Confiança em cidade grande – a gente vê por ali! Mas eu tinha lido que você deve primeiro pagar, informando o valor desejado, e só depois abastecer, como acontece nos Estados Unidos ou Canadá.

Consumo

O diesel rende bastante e ainda pegamos um carro com o recurso start/stop. Rodamos mais de 800 km e além do tanque cheio usamos mais um, ou seja, gastamos cerca de 50 euros com combustível. Mas nos perdemos bastante, então você que faz sua lição de casa e usa direitinho o GPS não vai se perder!

Estradas na França

As estradas são muito boas e existem dois tipos: as que se iniciam com a letra A, que são autoestradas pedagiadas, e as D, que são estradas regionais, não pedagiadas, que na França muitas vezes são bem estreitas, no meio da cidade, e por isso mais lentas.

O limite de velocidade nas autoestradas é 130 km/h, mas poucos obedecem essa marca, pelo que vi. Nas saídas o limite cai para até 50km/h. As rodovias secundparias têm limite de 80 km/h, mas em regiões urbanas pode ser menor, fique atento à sinalização.

Saindo de Paris de carro

Paris tem um anel circundando-a e vários acessos (portes) para entrar e sair da cidade. O trânsito é bastante intenso nesses trechos.

Pedágio na França

Quando você passa pela primeira praça de pedágio, retira da máquina um bilhete parecido com um ticket de estacionamento de shopping – e não paga nada nesse momento. Ele será utilizado ao deixar a estrada, quando então lhe será cobrado o pedágio de acordo com a quilometragem rodada, por isso, guarde-o!

Tivemos um problema danado na primeira experiência ao dirigir na França, pois eu não achava o bilhete e então nos foi cobrado o valor total de €64! Pedi explicação para a monitora através de um comunicador da máquina do pedágio, mas nossa comunicação foi meio completamente difícil. Uma fila de motoristas buzinantes foi se formando, então acabamos pagando o valor total com choro, mas sem vela.

Na volta, como já sabíamos como funcionava, foi mais simples. De Blois a Paris, o pedágio foi de 16 euros, tendo rodado 148 km na estrada pedagiada. Pague sempre em dinheiro, pois seu cartão de crédito brasileiro não é aceito. Por isso, não entre na faixa que só aceita cartão.

Atualização 2017: segundo o leitor Ben-Hur, agora já são aceitos cartões de crédito estrangeiros. Mas eu ainda prefiro pagar cash.

Cruzando a fronteira de carro

Quando viajamos ao Sul da Alemanha, aproveitamos para conhecer a Alsácia, cruzando a fronteira em Estrasburgo. Como ambos países fazem parte da CE e do Tratado Schengen, não há controle de passaportes e apenas uma placa discreta anuncia, depois de cruzar o rio Reno, que estamos em território francês.

Caso você vá cruzar a fronteira da França para a Suíça ou esticar até a Áustria, precisará do vignette, um adesivo que é vendido em postos de combustível antes da fronteira. Ele servirá para comprovar o pagamento do pedágio.

Espero que estas dicas te ajudem a dirigir na França sem problemas – a mim teria ajudado, principalmente quanto ao pedágio.