Sem grana ou tempo pra viajar? Que tal mergulhar em outra cultura enquanto aprende uma língua? Fiz duas grandes viagens (leia-se caras) logo no começo deste ano e estou no período entre viagens, ou seja, fase de abstinência, sofrendo cold turkey (esta veio direto do túnel do tempo, do livro Christiane F, quem lembra?), então tive a ideia de compartilhar como tenho mantido a sanidade (aff, Marcia, que exagero digno de uma canceriana!): aprendendo italiano.
Sempre quis aprender a língua de Dante, mas um diabinho soprava no meu ouvido “pra que aprender italiano se você não vai usá-lo com frequência? vai acabar esquecendo…”. Não me julgue mal por não ter estudado antes, achando que a voz foi a única razão.
Antes da Internet e das redes sociais era difícil manter viva uma língua estrangeira e o único recurso que tínhamos era assistir a um filme na língua original – o que também não vinha ao toque dos dedos em uma tela, como hoje, mas em VHS, tendo que tampar a legenda com papelão grudado na tela e tentando achar o ponto para ouvir o mesmo diálogo mais de uma vez, dando rewind toda hora. Arrumar um penpal, um nativo que estivesse disposto a se corresponder com você, também não era fácil. Mas o que mais me desestimulou foi a dupla pouco tempo + pouco dinheiro.
Sem tempo para se dedicar aos estudos, o processo de aquisição de uma língua se torna, além de longo, enfadonho e passivo. Como nas mais importantes decisões de nossas vidas, quando nos transformamos em agentes de qualquer ação, seja planejando uma viagem ou aprendendo uma língua, vivenciamos mais, aprendemos mais, questionamos mais, enfim, vivemos mais intensamente o processo.
Quanto ao dinheiro, hoje, mesmo sem grana, há inúmeras vídeo-aulas no Youtube. O áudio do meu livro inteiro está disponível online, assim como os vídeos complementares. Consigo páginas e páginas de exercícios para responder online ou imprimir e resolver. A professora particular ajuda nas dúvidas e na melhora da fluência.
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Outro dia tive meu primeiro sonho em italiano – o que em aquisição de língua é como ganhar um selo “parabéns, você está fluente na língua X a ponto de ela estar em seu subconsciente”. Sei que não foi verdade no meu caso. Sonhei porque enquanto fazia minhas unhas pouco antes do cochilo (essa é uma das coisas que faço para economizar para viajar. Leia as outras 57) , usei um canal do YouTube para praticar a conjugação de verbos irregulares e ouvi frases repetidas vezes. As unhas ficaram bonitas e o sonho ganhou um diálogo curtinho que representava o pouco que consigo falar em italiano. Mas é um começo!
Como você provavelmente sabe, conhecer, entender e respeitar a cultura de um país ajuda a evitar gafes, perrengues e permite uma integração maior com os locais, mesmo que sua viagem seja de apenas uma semana. Já fui à Itália 3 vezes e gostaria de ir muitas vezes mais – inclusive para estudar quando estiver mais adiantada -, então aprender italiano, além de ser a realização de um desejo antigo, vai permitir uma experiência mais intensa na próxima visita à terra de meus antepassados. E quando eu for, vou deixar o Inglês trancado numa salinha confortável do meu cérebro, porque, afinal, ele é que tem me ajudado nas viagens e merece reconhecimento de sua importância – e um breve descanso.
Enquanto isso não acontece, vou revendo nos livros, vídeos e audios do Nuovo Progetto Italiano, coleção das mais clássicas do aprendizado da língua, os lugares que já visitei, aprendendo sobre a vida cotidiana, sobre gestos, culinária, Arte, geografia… Me diga se não é uma forma de viajar?
E você, qual sua experiência no aprendizado de línguas e seu uso em viagens? Deixe aí nos comentários. Se precisar de dicas de fontes para aprender italiano na Internet, é só perguntar.
Grazie per la visita e tuo commento.
Respostas de 17
meu esposo estuda italiano pelo duolingo, e eu fico tentando entender do lado haha tentei também estudar frances por lá e deu certo por um tempo, ai a correria foi pegando e desisti 🙁 preciso voltar…
Ah, mas tendo um ao outro rola mais fácil. Escolham a mesma língua e se apoie nisso! Aqui em casa o povo não quer saber!
aprender uma língua é um hábito constante, eu também sou dessa época das fitas vhs e dos programas na tv a cabo, eu fiz francês quando nova e aprendi espanhol vendo canal de música, manter a língua é uma questão de hábito, quanto mais você pratica mais ela fica guardada! Ainda quero aprender alemão e russo, mas a preguiça não deixa hahaha beijos
VHS é muito velho, e olha que nas primeiras escolas em que trabalhei era esse o material de que dispunhamos para ensinar! No CCAA tinha projetor de slides ahaha
Que ótima escolha, Marcia.. italiano é uma língua muito apaixonante, né? Eu tenho aprender sozinha e vou me virando com as ferramentas que a internet oferece. Hoje em dia é realmente muito mais fácil pra aprender um idioma do que antes, tem muito conteúdo bom gratuíto pra aprender online. E super te entendo pq tb fico sofrendo quando não vou viajar.. e estudar um novo idioma é com certeza uma forma da gente viajar sem sair do lugar, quando se aprende a lingua de um país vc mergulha ainda mais naquela cultura, é muito maravilhoso. Por isso eu amo aprender línguas novas e to sempre procurando aprender pelo menos o básico de línguas dos países que visito! Boa sorte com os estudos, Márcia! 🙂
Menina, nem fale, só blogueiro de viagem pra entender que essa abstinência é química, não é frescura! kkkk Obrigada pela visita e comentário, bjs
Super me identifiquei com voce, Marcia! Também comecei a estudar italiano, por nenhum motivo aparente exceto o meu gosto por estudar línguas! Ja dei umas rabiscadas no francês, mas não vou mentir que foi o italiano que ganhou meu coração ate agora! <3