Neste post sugiro o que fazer em Lisboa durante uma conexão longa e como chegar do aeroporto do centro.
Atualizado em agosto/2019
Vez ou outra publico na página do Mulher Casada Viaja do FB mensagens engraçadas, do tipo: “Você trabalha com que? Trabalho com vontade de viajar” ou “Dinheiro não traz felicidade, mas te leva pra sofrer em Praga”, (compilei várias frases engracadas para quem adora viajar), coisa de gente que mal retorna de uma viagem já está pensando na próxima.
Eu estava de volta a SP, onde moro, há apenas 20 dias, já com nova viagem dali a 60 dias e não resisti a uma promoção da TAP, comprando um voo para Milão datado 11 meses adiante, sem saber exatamente para onde iria, seguindo a lógica de que estando no Norte da Itália muitos lugares podem ser alcançados de trem.
Acontece que tinha uma Lisboa no caminho. No caminho, tinha uma Lisboa, cidade que eu ainda não conhecia, e então escolhi o voo com a conexão diurna em Lisboa mais longa, para dar uma voltinha em solo lusitano.
Aproveitar conexões longas para conhecer ou revisitar uma cidade é vantajoso porque você não paga nada a mais por isso. Resumindo em poucas palavras, não há uma só receita: 5 horas de conexão em uma determinada cidade podem ser suficientes para ver os principais pontos turísticos, enquanto 10 horas de conexão em Nova Iorque, por exemplo, não valem o esforço de sair do aeroporto por causa de filas na imigração, trânsito e distância do centro ao aeroporto.
Por isso, antes de comprar sua passagem aérea, pesquise em blogs e fóruns de viagem se compensa usar o tempo de conexão na cidade em questão. Não conheci a cidades nesta conexão em Lisboa de intervalo de 10 horas entre os voos, mas senti um gostinho de quero mais.
Já escrevi sobre quando aproveitar uma conexão longa e quando isso é uma furada, com sugestões de o que fazer nas cidades nestas poucas horas, como chegar ao centro e outras:
– Roteiro de Munique e dicas para uma conexão longa
– Buenos Aires em Conexão no Aeroparque
– O que Fazer durante conexão longa na Cidade do México
Como Chegar do Aeroporto ao Centro de Lisboa
O aeroporto de Lisboa fica dentro da cidade, a 7 km do centro, o que rende pontos positivos para aproveitar a conexão, e há duas opções de transporte público: metrô ou ônibus.
Metrô do aeroporto ao centro de Lisboa
O metrô que serve o aeroporto é da linha vermelha e dependendo do seu destino será preciso fazer conexão para outra linha, mas leva cerca de 45 minutos para estar nos pontos turísticos.
Ônibus do aeroporto ao centro de Lisboa
Eu preferi pegar o Aerobus, que fica logo na saída do desembarque, e acho que levou tempo similar ao metrô, não me preocupei em marcar o tempo, pois fui sentindo a cidade da janela como quem come um lanche de fast food, porque não teria muito tempo para saborear suas delícias. Ao pé da letra, rolou bacalhau e pastel de clara, claro.
Os preços você pode ver na foto acima. Eu comprei o bilhete ida e volta, mas me arrependi porque fiquei bem uns 25 minutos esperando no ponto do Rossio para voltar ao aeroporto.
Vi pela janela praças e grandes alamedas arborizadas e calçadas com pedras ‘portuguesas’ fazendo mosaicos em arabescos. Vi casas lindas que provavelmente pertenceram a famílias abastadas de outras épocas, mas que hoje precisam de restauro. Diferente de outras capitais europeías, o novo e o antigo se misturam, mas da janelinha do ônibus não consegui descobrir se isso foi bom ou ruim para Lisboa.
Transfer do aeroporto ao centro de Lisboa
Em agosto/19, meus pais estiveram em Portugal, e como são idosos, preferi agendar para eles um serviço de transfer. Fiz pesquisa e vi boas avaliações de transfers da Civitatis. Eles aprovaram o serviço.
Taxi do aeroporto ao centro de Lisboa
Depois de pesquisar custo e principalmente de obter a informação de que a honestidade de alguns taxistas em Lisboa é duvidosa, excluí esta possibilidade para meus pais. Se você preferir usar o taxi, mais caro que o transporte público, mais barato que o transfer, antes de entrar no carro pergunte o custo da corrida até seu destino. Se for próximo do que você pesquisou, não há o que temer.
O que Fazer em Lisboa em poucas horas
Saltamos do ônibus no Rossio, a região da Lisboa planejada pós-terremoto de 1775, e fomos direto para um restaurante com mesas na calçada na Praça D. Pedro IV/Rossio, onde fiquei observando as semelhanças nas feições dos portugueses com os brasileiros. Mas depois vi que eram tantos brasileiros em Lisboa que achei o jogo uma perda de tempo. Identificação maior encontrei no calçamento de pedras – portuguesas, ora pois – estilo Copacabana ali na praça do Rossio.
Depois do almoço sem pressa, caminhamos pela Rua do Carmo, que tem lojas locais e de redes como H&M e Zara, em direção ao Elevador Santa Justa. E aí começou meu estranhamento, quer dizer, a confirmação de minhas impressões de Lisboa. Não havia uma bilheteria para comprar ingressos, apenas uma placa informando preços e horários. O acesso ao elevador tinha as paredes descascadas e sujas e mais lembrava um corredor de penitenciária do que de uma atração turística e histórica. Veja com seus olhos:
Uma fila formada na calçada indicava que era só esperar, eu achei. Então apareceu a funcionária e a fila andou e descobri que era só pagar para ela. A funcionária recebe o dinheiro, dá o troco, orienta os turistas, destranca a porta para o elevador, coloca todos pra dentro, tranca a porta e opera o elevador e tudo isso significa filas e espera maiores…
O elevador foi inaugurado no início do século 20. Construído em ferro todo trabalhado, é uma bela obra e a vista que se tem é melhor ainda! Vê-se as camadas de verde do rio Tejo, o Castelo de São Jorge, o Rossio e a Igreja do Convento do Carmo, que fica no mesmo nível do alto do elevador. Nós não fomos e me arrependi, mas vale aproveitar a proximidade e visitar o Convento, que marca o terrível terremoto de 1755 que destruiu quase toda a cidade. Os arcos da igreja não sustentam o teto, mas são molduras para o céu, ótimo para fotos!
Caminhamos em direção à Praça do Comércio, que estava parcialmente “interditada” com uma grande área cercada com telão para assistir aos jogos da Eurocopa 2016. A praça é uma das maiores da Europa e sediava o palácio real até que o terremoto levou tudo ao chão.
O Arco da Rua Augusta que fica ali, todos os edifícios, assim como a estátua de D. José I, foram construídos depois do terremoto e subsequentes tsunami e incêncios (era dia de todos os santos e velas acesas não faltavam, o que agravou o quadro), junto com toda a reurbanização de Lisboa no projeto do Marquês de Pombal, com rede de esgoto, ruas largas e quarteirões paralelos. No Museu de Lisboa, que fica ali na praça, você pode aprender mais sobre a cidade antes do terremoto histórico e devastador.
Assisti a um vídeo no Youtube sobre o terremoto de Lisboa bem educativo e divertido onde soube que a reconstrução só começou 3 anos depois do acontecimento e deu origem a barracos de madeira – olha a favela aí, gente! O Brasil foi o grande financiador da reconstrução – Olha o nosso ouro aí, gente!
Hoje, ministérios e outros edifícios governamentais ladeiam a praça do Comércio com vista para o Tejo e dá pra imaginar as grandes embarcações aportando ali nos séculos passados. À direita do Arco da Rua Augusta, fica o bar mais antigo da cidade e que era frequentado por Fernando Pessoa, o Martinho da Arcada.
Dali tomamos o 28, bonde de linha mas que passa por vários pontos turísticos de Lisboa – e estava completamente lotado! O ingresso você paga para o próprio condutor. O ideal é pegá-lo no ponto final, na Praça Martin Moniz, mas é claro que eu não sabia disso… Aliás, minha ida a Lisboa foi a prova do quanto se perde se não se planeja.
Além do 28, há bondes turísticos da empresa Yellow Bus, que também oferecem passeios de barco e nos ônibus de dois andares. Preços a partir de € 19 (período de 24 horas) com acesso gratuito ao Elevador Santa Justa, Aerobus e bondes de linha.
Depois do Miradouro das Portas do Sol, o bonde esvaziou. Eu estava tão cansada que não tive energia para descer em nenhum ponto e finalmente sentei-me e pude observar as casas azulejadas da janelinha, desejando estar a pé – e com energia para subir as ladeiras – para fotografar os lindos detalhes das luminárias, janelas e fachadas.
Quando o bonde chegou ao ponto final, não tínhamos a menor ideia de onde estávamos e depois de nos informarmos soubemos que estávamos perto do Rossio, de novo! Caminhamos até a Praça da Figueira para comer pastel de nata na tradicional Confeitaria Nacional.
Depois disso, minha amiga, mais cansada do que eu, foi pra seu hotel. Eu vaguei pelas ruas, entrando nas lojinhas de suvenires (baratíssimos perto dos preços de outras cidades europeias), mas o cansaço venceu e fui pro aeroporto. Minha eurotrip 2016 chegava ao fim e deixei Lisboa com a certeza de que uma conexão é muito pouco e que preciso de outra chance para conhecê-la melhor.
Quem teve chance de provar as delícias de Lisboa foi a Cris, do Viajante Comum, que escreveu o Tour Gastronômico em Lisboa, então bom apetite! E a Katarina do Outro Blog compartilhou o planejamento da roadtrip por Lisboa, Óbidos, Cascais, Évora e Sul de Portugal, que pode te ajudar a planejar sua viagem também.
Belém
Alternativamente, você pode ir direto do aeroporto à região da Torre de Belém. De netrô, leva cerca de 1 hora de viagem, então a melhor opção é Uber (25 minutos estimados).
Este roteiro de 3,5 km leva cerca de 2 horas, se não entrar nos museus ou monumentos. Se tiver mais tempo, compre ingressos antecipadamente, para evitar filas.
O Mosteiro dos Jerônimos leva ao menos 2 horas para a visita interna, veja ingressos na Tiqets. A Torre de Belém é um marco e um belo monumento. Os ingressos da Tiqets saem a €9.
Depois vá até o Padrão dos Descobrimentos para algumas fotos e, se sobrar tempo, sugiro o Museu Nacional dos Coches e o MAAT, que fica a 1,5 km do Padrão. O prédio é lindo e o mirante rende boas fotos da Ponte 25 de Abril.
Atrações em Lisboa para quem tem mais tempo
Se você não tem apenas uma conexão longa em Lisboa e dispõe de mais tempo, deixo sugestões para visitar outros blogs:
- uma opção legal para quem está com crianças ou curte bichos e/ou vida marinha é conhecer o Oceanário de Lisboa, eleito como o melhor do mundo. Quem visitou e deixa dicas práticas e imagens lindas é a Ana Carolina do blog Vamos por Aí.
- Michele do blog Embarque 40 Mais fez um relato completinho do museu Lisboa Story Center, ótimo para viajar pela historia da cidade.
- a charmosa Sintra fica a apenas 25 km de Lisboa e é um dos principais pontos turísticos de Portugal. Confira O que Fazer em Sintra pelas dicas do Vamos por Aí.
- e se quiser uma viagem entre Lisboa e Porto, a Polliana do Across the Universe é quem traz as dicas.
Seguro Viagem para Portugal e Europa
Lembre-se de que é obrigatória – e aconselhável – a contratação de assistência de viagem com cobertura mínima de 30 mil euros para entrar na Europa. Além de eventuais coberturas relacionadas à sua saúde, escolha o plano que oferece cobertura para cancelamento de voos, extravio de malas, etc. O Mulher Casada Viaja oferece desconto para leitores que comprarem seguindo o link da Seguros Promo, que lista várias seguradas e planos, confira.
E você, vai a Lisboa por poucas horas durante conexão ou por vários dias? Seja como for, resolva toda sua viagem aqui: ingressos e tours, reserva de carro, hotel, pousada ou apartamento, chip de celular e seguro viagem. A passagem aérea, aposto que você já comprou!
Onde Ficar em Lisboa
Como não passei a noite em Lisboa, deixo aqui a sugestão da Fernanda do blog Preciso Viajar (quem mais precisa? ehehe): Onde Ficar em Lisboa.
A Mariana do Quase Nômade traz uma visão importante sobre Onde (não) ficar em Lisboa, apontando os efeitos dos AirBnB na cidade e sugerindo as melhores regiões da capital portuguesa para ficar.
E você que conhece bem Lisboa, o que tem a dizer? Ou vai aproveitar Lisboa em conexão? É só seguir as dicas!
Respostas de 13
Muito triste saber que você não se se apaixonou por Lisboa……
Quem só passa dez horas nessa cidade linda???? Pois eu passei dois anos da primeira vez e trinta e quatro dias da última…. e não perdi meu encanto por ela… sonho com ela… e vou revê-la assim que possível…
Cilene de Santis
Paixão não se explica nem se justifica, né Cilene? Algumas cidades só precisam de 10 minutos pra que você queira ficar pra sempre. Foi assim comigo em Trento, na Itália… acho que nossos genes andam tramando essas paixões! Abraços
Achei bem mal explicado essa conexão,não falou sobre entrar e sair se alfandega demora se eu quiser ir de táxi se é mais rápido, realmente estava muito cansada .
Oi, Marcos, este é um blog que tem, sim, como objetivo ajudar as pessoas em suas viagens, mas é resultado de minhas experiências e não tomei taxi e por isso não tenho essa informação para compartilhar. Taxi sempre é mais rápido do que ônibus – e mais caro. Quanto à alfândega, nunca enfrentei filas longas ou demora nos países europeus, comparando com EU e México.
Usando suas palavras “achei bem mal” educado esse seu comentário. Que tal perguntar sua dúvida da próxima vez com mais simpatia?
Estou a ver que essa escala ainda deu para aproveitar. No entanto sugiro qu visites novamente a capital portuguesa pois tem muitos locais de interesse para ver e muitas actividades para fazer.
Um abraço.
Oi, Pedro, desculpe, só vi seu comentário hoje! Não tenho dúvidas de que preciso voltar e conhecer melhor a cidade. Obrigada pela visita. Abraços