Yosemite Park: guia para sua viagem

Não é exagero chamar este post de guia, ele está recheado de dicas do Yosemite Park, parque nacional na Califórnia, cada vez mais visitado por turistas brasileiros, mesmo que seja a meca dos escaladores de montanhas. Confira o que você encontrará aqui:

atualizado em julho de 2020

Eu me juntei aos 4 milhões de pessoas que anualmente visitam o Yosemite Park e trago dicas completas! OK, nada se comparados aos 52 milhões que vão aos parques da Disney em Orlando, mas é um número bem próximo ao de turistas que vão ao Grand Canyon, para termos comparativos, e eu acho que muitos brasileiros já ouviram falar do Grand Canyon mas menos ouviram falar de Yosemite. Uma pena, porque se você se juntasse anualmente a esses 4 milhões, sempre encontraria algo novo para fazer, pois o parque oferece atividades diversas e paisagens que mudam com as estações do ano: além da coloração de árvores e campos e da neve, rios, lagos e cachoeiras se transformam com as estações.

Como este post ficou grandinho, não deixe de ler Roteiro de 2 dias em Yosemite Park com dicas dos passeios que fizemos. E aqui no blog tem um post denomiado Yosemite: O Melhor Motivo para ir à Califórnia, onde conto um pouco sobre a história do parque e sobre o povo que lá vivia antes da chegada do “homem branco”. Lendo os 3, acho que já é um bom começo para seu planejamento.

Impossível dissociar Yosemite de um grande explorador que junto a Ted Roosevelt fundaram a ideia de parque nacional nos Estados Unidos, John Muir:

“Climb the mountains and get their good tidings. Nature’s peace will flow into you as sunshine flows into trees. The winds will blow their own freshness into you, and the storms their energy, while cares will drop away from you like the leaves of Autumn.”
― John Muir, The Mountains of California

Parque Nacional de Yosemite

Yosemite fica numa área protegida de 3 milhões de acres na Sierra Nevada, a centro-leste do estado da Califórnia. A área está dividida entre outros parques nacionais vizinhos: o Stanislaus, o Kings Canyon e o Sequoia. Em turistês, defino Yosemite como um lugar de repouso para a mente, prazer para os sentidos, banquete para fotógrafos e amantes da natureza. 

Apesar de toda conveniência de estradas bem sinalizadas, trilhas acessíveis a cadeirantes, transporte público, lanchonetes, mercados, hotéis, campings, Yosemite é naturalmente o espaço da vida selvagem e há inúmeros avisos sobre a probabilidade de encontrar ursos (infelizmente não vimos), leões da montanha (eu vi um na trilha de Yosemite Falls, 20 anos atrás), coiotes (também vimos), cervos (são tantos que é como ver um cão em SP).

Os avisos impressos no jornal distribuído e em sinalização pelo parque são para sua segurança e para a deles: não os alimente ou poderá ganhar uma multa de $5 mil dólares.

Todos as lixeiras têm uma trava ou são à prova de ursos e você nem pode deixar comida no carro, principalmente à noite, sob risco de acionar o seguro para consertar a lataria ou trocar o vidro. O mapa do parque que você recebe na entrada traz as informações de como se comportar num encontro… animal.    

Centro de Informações Turísticas em Yosemite

Na entrada do parque você recebe um mapa com muitas informações, mas se ainda precisar, seja para pedir informações, qualquer ajuda ou para se inscrever em trilhas, procure um p. Os rangers são muito atenciosos, principlamente os idosos, que trabalham como voluntários. Procure um:

• no Vale de Yosemite
• na entrada Wawona, ao Sul
• em Tuolumne Meadows a Leste
• na entrada Oeste, em Big Oak Flat Road

Yosemite park: dicas de como chegar

Aeroporto mais próximo de Yosemite

O aeroporto de São Francisco é o mais próximo dentre os maiores da Califórnia, mas o de Fresno é que te deixa já sentindo os ares de Yosemite. Outras opções são Oakland, Sacramento, a capital da Califórnia, e San Jose.

De Los Angeles a Yosemite

Qualquer app vai te direcionar como chegar, então deixo dicas mais específicas. Da saída de Los Angeles até entrar na 99, a paisagem é predominantemente árida. Se você quiser fazer uma parada para compras ou para se alimentar, a 78 milhas de Hollywood fica o Outlets at Tejon, pouco antes da bifurcação com a 99, na I-5.

O GPS sugeriu pegar a 99 em vez de continuar pela I-5, por ser mais rápido e lá a paisagem muda e há propriedades rurais e plantações de pêssego e uvas. As estradas são boas e não há pedágios. Quase não se vêem placas de limite de velocidade e muito menos radares, mas mesmo assim as pessoas não abusam da velocidade, permanecendo 15% acima do limite, em média.

No início da cidade de Fresno, pegamos a 41 e logo avistamos o pequeno Shopping River Park, onde paramos para um lanche rápido no Five Guys, uma rede que faz hambúrgueres parecidos com os de padarias brasileiras, e para reabastecer. Fresno é a cidade “grande” mais próxima ao parque, mas ainda a uns 90 minutos do vale de Yosemite.

Dica: Reabasteça nas cidades antes do parque, pois lá o combustível é quase 1 dólar mais caro, o galão.

Depois de Fresno a 41 fica de mão dupla, mas como não há caminhões e os carros têm motores potentes, isso não chega a ser problema. Nas estradas de mão dupla que rodamos na Califórnia, não são permitidas ultrapassagens – e não vimos ninguém ultrapassando.

Logo depois da Entrada Sul de Yosemite, tem uma bifurcação: à esquerda para o Vale Yosemite e à direita para Mariposa Grove, que estava fechada para reformas quando fomos, só reabrindo na primavera/2017. Se estiver aberta quando você for, aproveite para conhecer esta parte do parque pois é lá que estão as gigantes sequoias. Vá, mesmo que você não se amarre em abraçar árvores. É surpreendente.

Seguindo para o Vale de Yosemite, a próxima entrada à direita é para Wawona. Não paramos porque achei que não teríamos tempo de fazer o que havíamos programado para o primeiro dia, mas foi um grande vacilo, pois seria mais fácil voltar ao vale do que a Wawona, então minha dica é você parar em Mariposa e em Wawona, sim.

De Yosemite a São Francisco: dicas das estradas

Saindo do Vale de Yosemite, você encontrará placas para a rodovia 120. Se estiver sem sinal nos arredores do parque (quer dizer, uns 90 minutos depois de sair do Vale), siga indicação das placas para San Francisco, como nos velhos tempos antes da era da Internet.

A princípio você passa por área de floresta de pinheiros, mas que havia sido devastada pelo fogo recentemente, como mostra a foto abaixo, de partir o coração. Mas os caras são tão organizados que te posicionam o tempo todo sobre trânsito, trabalhos na pista e acidentes em painéis eletrônicos, informando até quanto tempo voce se atrasará.

Se você gostar de Velho Oeste, uma boa parada é a cidade de Columbia. Você pega a 49 Norte, sentido Sonora, num desvio na 120. Nós a conhecemos há 20 anos, mas como desta vez tínhamos menos tempo, não fomos. Lá você vai encontrar uma vila onde carros não circulam, apenas carroças. Atendentes de lojas vestidos como no século XIX e você pode visitar o ferreiro local ou o saloon.

Esta road trip é mais cênica que o trecho Los Angeles-Yosemite, pois passamos por uma serra linda, daquelas com tantas curvas, subidas e decidas que mais parece uma montanha russa em velocidade baixa. E depois grandes campos (dourados no final do verão) com celeiros vermelhinhos, céu azul… Aí a gente entende melhor Van Gogh, mesmo estando na América: é fascinante o contraste do dourado com o azul ou é fascinante a vida natural, longe do concreto e do stress das grandes cidades?

Depois da 120, as placas indicarão a I-5 South para São Francisco e logo à frente você pega a saída para a 205, que vira 580. Se estiver com tempo – e dinheiro, aproveite e passe no San Francisco Premium Outlet, na 580, em Livermore, que tem as lojas queridinhas dos brasileiros: Gap, Adidas, Nike… Nós fizemos um pitstop mega rápido para comer na praça de alimentação e só entramos em 4 lojas, pois São Francisco nos esperava!
Pegue a saída 19A na 580 para acessar a 80, já com cara de São Francisco e entrando na linda Bay Bridge.

Escrevi dois posts recheados de dicas para quem vai dirigir, o Dirigindo na Califórnia #1: Pedágios, aluguel de carro, estradas e mais! e o Dirigindo na Califórnia # 2: sinais e regras de trânsito, combustível e estacionamento 

Acessos a Yosemite e Ingresso

O ingresso para entrar nos limites do Yosemite Park pode ser comprado em uma de suas 4 entradas. Compramos o com validade de 7 dias, embora fossemos ficar apenas 2 dias ($30 dólares por veículo). Guarde-o para reapresentar a cada nova entrada.

Yosemite tem 4 entradas, que você vai usar de acordo com sua hospedagem, cidade de origem ou destino.

De Monterey a Yosemite? Arch Rock

Na Rodovia 140, tem uma passagem baixa, formada por pedras enormes logo após a portaria e por isso RVs não circulam por ali. É o caminho para quem vai ou vem de Monterey e aos hoteis em El Portal, onde ficamos (leia review mais abaixo).

De Los Angeles a Yosemite? Entrada Sul

South Entrance, na rodovia 41, é usada para quem vem de ou vai a Los Angeles e é a mais impactante, na minha opinião. Falo dela no item Mirantes.

De São Francisco a Yosemite? Big Oak Flat

Big Oak Flat, pela Rodovia 120, caminho para quem vai a ou vem de São Francisco. É a menos atrativa e partiu meu coração pois as florestas foram duramente castigadas por queimadas neste verão. Muitas árvores estavam marcadas para serem derrubadas e a estrada parcialmente bloqueada para tráfego pois estavam retirando as árvores mortas

De Las Vegas a Yosemite? Tioga Pass

Tioga Pass só é usada nos meses de verão, permanecendo fechada durante os demais meses e é usada para quem vai a ou vem de Las Vegas. É a única que ainda não conheço.

Distâncias de Yosemite a pontos turísticos próximos

Distâncias entre os pontos abaixo e Yosemite Valley:

• San Francisco: 320 Km
• Los Angeles: 449 Km
• Las Vegas: 734 Km
• Lake Tahoe: 309 Km
• Napa Valley: 300 Km

Yosemite Park: dicas de transporte

Para circular dentro do parque Yosemite, o carro é mais prático principalmente para quem tem pouco tempo e vai parando para fotos e para conhecer os principais pontos do parque, pois o shuttle só roda em torno do Yosemite Village. Por outro lado, em feriados de verão há trânsito, fica tudo parado. Chegamos no útlimo dia de um feriado prolongado e ficamos impressionados com a quantidade de turistas, então evite estes dias.

Há duas vias principais de mão única na região de Yosemite Valley: uma na parte norte do Rio Merced, que segue na direção Oeste, e outra a Sul do rio, na direção Leste. As demais são de mão dupla. A sinalização é eficaz: para as estradas, campings, hoteis, vilas, mas o mapinha entregue na portaria vai te orientar, relaxe.

Estacionamento no Yosemite Park

Há bolsões de estacionamento no início de trilhas e nas principais “atrações” do parque, mas pode ser difícil achar vaga na alta temporada ou feriados prolongados.

Ônibus gratuito

O parque dispõe de ônibus gratuitos que circulam nos arredores de Yosemite Village.

As bicicletas também são muito utilizadas e acredito que para quem tem tempo seja a melhor forma de rodar por lá. Não trouxe a sua bike? alugue uma em Yosemite Lodge at the Falls, em Yosemite Village.

Há três estábulos no parque: Yosemite Valley, Wawona e Tuolumne Meadows e os passeios podem ser de 2 horas, meio ou dia inteiro.

Postos de Combustível em Yosemite

Se vai de carro ao Yosemite Park dicas de postos de gasolina são importantes: dentro dos limites do parque só há um posto. Fica entre Mariposa Grove e Wawona. Fora do parque há outros, próximos a suas entradas:

• Na entrada Sul: na 41 há posto em Fish Camp
• Na 120, caminho para ou de São Francisco, há posto em Crane Flat, perto de Tuolumne Grove
• Para quem vem de ou vai para o Leste, em Tioga Road, Tuolumne Meadows Visitor Center também tem um posto, mas este eu não conheci.

Onde Ficar em Yosemite Park

Onde ficar: no Yosemite Park ou fora? Ficar dentro dos limites do parque economiza tempo de deslocamentos e te deixa no clima do parque, mas requer planejamento antecipado (ao menos 6 meses antes da viagem) e uma boa reserva monetária pois exclusividade custa, né? Faça a reserva de hotel ou camping neste site.

Yosemite Park: dicas de cidades próximas para ficar

Da primeira vez, ficamos num Best Western em Sonora, pois iríamos a Sacramento na sequência. Embora a estrada serrana tenha me encantado, foi cansativo ficar a 2 horas de viagem, mas eu não sabia que apenas passar o dia em Yosemite não me bastaria, por isso ficamos tão longe. Mesmo assim retornamos no dia seguinte!

Desta vez eu tinha reservado um quarto em Fish Camp, no Tenaya Lodge, um resort entre floresta de pinheiros com ótima infraestrutura e cabanas confortáveis, mas a 53 km do vale de Yosemite. Ou seja, metade da distância de Sonora, mas ainda inconveniente para duas noites. Se você tem uma só noite e vem de ou vai a Los Angeles, pode ser uma boa opção, pois Fish Camp fica a 55 km de Yosemite.

Como fiz a reserva pelo Booking com a tarifa passível de cancelamento sem custo, efetuei o cancelamento e reservei um quarto no Yosemite View Lodge, hotel mais simples e mais barato, mas acima de tudo a apenas 20 km do vale de Yosemite. 

Fiquei surpresa positivamente com o Yosemite View Lodge hotel, já que evito reservar quartos com nota inferior a 8 no Booking. O hotel é do tipo motel americano, de dois andares com escadas e corredores externos, e você estaciona gratuitamente em frente ao quarto ou onde houver vaga.

Fica entre a rodovia 140 e o rio Merced. Nosso quarto tinha duas camas queen confortáveis, lareira (que não usamos), uma mini cozinha, varandinha com vista para o rio, banheira de hidro dupla e também duas duchas. O café da manhã não estava incluso, mas tínhamos comprado pão integral de forma, cream cheese, frutas e café mocha do Starbucks. Ao lado da recepção do hotel, há uma sala acolhedora com lareira e do outro lado uma loja com artigos “locais”, suvenires e vending machines.

Mas o mais legal é que há uma pizzaria e um restaurante na área do estacionamento do hotel, o que nos salvou de dirigir na escuridão das estradas e voltar tarde para o hotel. O ponto negativo é o wifi, que é pago (se não me engano, $10/dia), mas como tínhamos os cartões SIM americanos da Viaje Conectado, isso não foi problema.

Veja mais detalhes do Yosemite View Lodge no Booking.com.

Atenção às tarifas: algumas possibilitam cancelamento gratuito, outras cobram alguma multa e há terceiras, normalmente as mais baratas, que você paga no cartão de crédito, antes da viagem. Mas há casos em que a mais barata é para ser paga no check out, então há várias opções e todas essas informações estão disponíveis a um clique de distância.

Yosemite Park: dicas de onde comer e compras

A vida acontece em Yosemite Valley: além do museu e da galeira Ansel Adams, você encontra mercados, lojinhas e até lanchonetes em Yosemite Village e Half Dome Village. 

Preços (em dólares em setembro/2016, sem taxas)

• garrafa de água peq: 1,50
• frapuccino mocha Starbucks: 3,49
• achocolatado: 1,49
• refrigerante (copo cheio de gelo no pior estilo americano): 2,90
• cerveja Bud light: 4,75
• 1 banana: 0,50
• 1 maçã: 1,09
• batata lays pequena: 1,50
• cheese burger: 5,50
• salada verde: 4,50
• hot dog: 4,25
• fritas: 3
• copo com frutas picadas: 3
• NY Steak: 25,95 (no The River, em El Portal)
• Fettuccini : 25 (no The River, em El Portal)
• Fish & Chips: 16 (no The River, em El Portal)
• caneca suvenir (para minha coleção, ehehe): 13
• íma de geladeira (coleção, claro!): 5,99

Wi-fi e sinal em Yosemite

Não vivemos mais sem conexão, não é? Engraçado que há 20 anos nós rodamos as estradas da Califórnia e Arizona só com o mapinha de papel e desta vez não foi diferente em Yosemite. Estávamos com cartões SIM de duas companhias diferentes, mas a conexão no parque só funcionou algumas poucas vezes no Vale e o melhor sinal foi em Half Dome Village, inclusive com wifi liberado. Já em El Portal, no hotel, não tivemos problema.

Na ida a São Francisco, a conexão só voltou perto de uma cidade chamada Oakdale, 90 milhas de Yosemite Valley. Por isso, faça um roteiro do que pretende fazer em Yosemite e imprima o mapa ou anote as estradas a pegar. de qualquer forma, não sentimos falta, foi tudo OK, mas somos da geração que cresceu sem conexão.

Melhor época para ir a Yosemite

Ao planejar uma viagem ao Yosemite Park, dicas de quando ir são essenciais, pois a época do ano afetará completamente a experiência de sua viagem. E veja que mesmo num mês há diferenças significativas na temperatura, embora não seja o único fator decisivo.

Mês	Normal	Mais quente que o normal	Mais frio que o normal
Janeiro	3.2°C	11.9°C	-5.6°C
Fevereiro	5.8°C	14.7°C	-3.2°C
Março	8.2°C	17.4°C	-1.0°C
Abril	11.9°C	21.7°C	2.1°C
Maio	16.8°C	27.0°C	6.6°C
Junho	21.6°C	32.5°C	10.7°C
Julho	24.8°C	36.2°C	13.4°C
Agosto	23.7°C	34.9°C	12.3°C
Setembro	19.3°C	30.4°C	8.2°C
Outubro	13.8°C	24.6°C	3.0°C
Novembro	7.3°C	16.9°C	-2.3°C
Dezembro	3.2°C	12.1°C	-5.7°C

Verão – Fomos a Yosemite em julho e no início de setembro. Em julho e agosto é muito quente, nada agradável para quem vai fazer trilhas. Também são os meses mais cheios e com preços mais altos em hospedagem, além da dificuldade de encontrar vagas nos hotéis mais próximos. Por outro lado, os dias são longos, e você consegue aproveitar muuuito o parque. Em setembro senti não ver a força das cachoeiras, quase secas, mas os campos amarelos renderam imagens lindas, e o clima ameno também foi uma vantagem.

Outnono e Inverno – A neve deixa a paisagem linda, mas muitas estradas fecham já no meio do outono, como a que leva a Glacier Point, e isso limita bastante a experiência durante os meses frios (nov-mar). Já no início de outubro, as cores do outono e as temperaturas mais baixas são perfeitas para quem vai fazer trekking.

Primavera – Embora a primavera chegue em março no hemisfério Norte, é só em maio que a neve dá uma trégua. As cachoeiras estão em sua capaciade máxima e o parque ainda não está tão cheio.

Resumindo: Maio e primeira quinzena de junho, final de setembro e início de outubro são os melhores meses para visitar Yosemite.

Yosemite Park: dicas para quem vai com crianças

Momento pró Inglês
Se você acha que escolas bilíngues para crianças na fase pre-escolar são um custo desnecessário, quando viajar para um país anglofônico vai se arrepender. Minha filha começou a aprender Inglês aos 4 anos e em sua primeira viagem aos Estados Unidos, aos 6 anos, conseguiu interagir com as princesas da Disney, entender as brincadeiras e piadinhas das atrações, participar de gincanas no Epcot e no Animal Kingdom, fazer perguntas e ler cardápios e até se virou muito bem quando se perdeu de nós em um playground da Universal Studios.

A educação bilíngue vai muito além disso, mas como aqui estamos falando de viagem, fica a dica: se puder, escolha uma escola bilíngue e faça sua parte em casa também: desenhos na TV em Inglês, leia livros em Inglês antes que estejam alfabetizados. Se não souber Inglês, há vários audio books disponíveis na Amazon. Enfim, quanto maior a exposição e mais significativa, mais chances de seu filho ou filha desenvolverem bem uma segunda língua.

Estou dizendo isso porque você amplia as possibilidades de passeios e interações com outras crianças e atrações. Como só tenho uma filha, achei muito legal quando fomos a uma praia na Flórida e Julia se juntou a meninos de sua idade para pegar peixinhos e brincar. E falo disso aqui porque em Yosemite tem várias atividades para crianças e se elas souberem Inglês com certeza aproveitarão muito mais:

• Fireside Storytelling – contação de histórias em torno de uma fogueira em The Ahwahnee Great Lounge, para hospedes ou visitantes, na primavera e no inverno
• Build a Campfire – um guarda florestal conduz a brincadeira no verão em Yosemite Valley.
• Para crianças de 2 a 5 anos, Wee Wild Ones é um programa de 45 minutos com historias e jogos.
• Little Cub – Para crianças de 3 a 6 anos, é um livreto vendido a $3 nos Centros de Visitantes do parque em que as crianças vão respondendo sobre o que aprendem da natureza em Yosemite e ganham pins.
• Junior Ranger – A mesma ideia do Little Cub, para crianças de 7 a 13 anos.

Não participamos de nenhum destes pois a idade da minha filha já não se encaixa nos programas. Estas são informações retiradas de um dos muitos panfletinhos que trouxe para dar dicas de Yosemite para você.

Mirantes e trilhas em Yosemite

Caminhar entre as montanhas é o grande barato de um parque nacional, mas sem tempo para fazer trilhas mais longas e porque nossa filha ainda não descobriu o prazer de caminhar na natureza, pesquisei opções de trilhas leves de no máximo 2 horas.

Em nossa primeira viagem a Yosemite, fizemos parte da Upper Yosemite Falls, que tem 11 km e uma elevação matadora de 968 metros. Despreparados, fizemos apenas metade, e foi onde vimos um leão da montanha!

As trilhas mais desafiadoras, como a Half Dome, precisam de uma autorização, e são tão concorridas que as inscrições começam em março.

Bridalveil Fall

Trilha curtinha de 200 metros, com pouca elevação, mas que na primavera fica encharcada por causa do grande volume de água da cachoeira. É preciso tomar cuidado também para não sair da trilha, pois a área é cheia de grandes pedras e acidentes com quem se expõe são frequentes.

A foto da esquerda é a de julho de 1996 e a da direita de setembro de 2016. Note a diferença do volume de água.

Mirror Lake

Trilha fácil circular, plana, de 4 km – e sem gracinha, mas o nome do lago, espelho, é sugestivo e eu tinha visto imagens lindas de lá. Pena que a seca fez com que estivesse completamente seco já no final do verão, mas se você vai na primavera, não deixe de fazer.

Outras trilhas

Este site traz descrição e imagens de trilhas de Yosemite de maneira humorada, com comentários do tipo “a trilha só vai estar vazia se o tempo estiver muito ruim ou se tiver caído um meteoro na Terra”. Copiei o quadro abaixo que resume as informações, mas não deixe de visitar o Yosemite National Park, também, mbos em Inglês).

Washburn e Glacier Point

Chegar ao Glacier Point é uma viagem de mais de 1 hora a partir do vale de Yosemite. A estrada é de mão dupla e sinuosa e não tem atrativos além dos pinheiros que a ladeiam. No ponto mais alto, quase a 2 mil metros de altitude, não são permitidos veículos largos como RVs (motorhomes ou traillers) pois a estrada fica ainda mais estreita.

O Glacier Point tem a estrada fechada do começo de novembro até maio, situação que pode variar dependendo da intensidade da neve. Nós o visitamos no horário de pico: o por do sol. Como era final de verão, as aulas já tinham recomeçado e o feriadão nacional do dia do trabalho acabava naquele dia, até que não estava tão cheio como eu havia previsto e conseguimos uma vaga para deixar o carro.

Se o estacionamento estiver cheio, você precisa parar em um ponto mais baixo e aguardar o shuttle para subir (ônibus gratuito). Informe-se sobre quando o sol de põe na época de sua visita e chegue cedo para garantir lugar para estacionar e para percorrer a trilha que corre adjacente ao penhasco. As trilhas são acessíveis para pessoas com mobilidade reduzida e há banheiros e uma lanchonete/lojinha no local onde havia um hotel, o Glacier Point Hotel. Construído em 1917, foi totalmente destruído por um incêndio.

Mas você pode fazer a 4-mile trail, que no novo traçado tem 4.8 milhas, ou 7.700 metros, com mil metros de elevação. Começa no Vale de Yosemite e chega até o Glacier Point, proporcionando vistas dos ícones do parque. Sentinel Rock, Yosemite Fall, Merced River, El Capitan, Half Dome.

Tunnel View

Nome perfeito para uma vista perfeita. Você passará por ele se estiver indo para ou vindo de Los Angeles. Assim que saímos do túnel Wanona, há um mirante de todo o Vale de Yosemite. É como levar um susto bom: você está num túnel cravado em rochas e literalmente vê a luz no fim do túnel, quando é apresentada/o ao vale de Yosemite.

As Montanhas icônicas de Yosemite

Half Dome, El Captain, Three Brothers. Estes nomes podem ser agora, para você, estranhos, mas ao planejar sua visita, vocês se apresentam e depois da viagem viram amigos íntimos. Sabe o logo da North Face, a marca de roupas esportivas de montanha? Foi inspirada no Half Dome.

Fotografar em Yosemite

Yosemite Park é muito fotogênico, então dicas de fotografia são relevantes, sim. Porque se teu assunto estiver na contra-luz, sem um bom editor de imagem você perderá a foto.

O Half Dome, por exemplo, de manhã fica com sua face à sombra, assim como Tunnel View, então programe-se para visitar estes locais à tade.

Em geral, montanhas ficam lindas quando o sol nasce ou se põe, por causa das cores amarelo e laranja que incidem sobre a rocha, então se você só tem um por do sol em Yosemite, escolha seu lugar preferido para estar. Este site (em Inglês) tem algumas dicas legais de um fotógrafo sobre pontos para fotografar, que eu incluí no meu roteiro de 2 dias em Yosemite.

Uma dica legal para Yosemite ou outro lugar, é, antes de viajar, buscar imagens no Google dos lugares que visitará. Por exemplo, eu busquei Yosemite Valley Chapel e como resultado aprendi várias possibilidades de ângulos. Tempo é algo muito raro – e mais raro ainda quando se dorme em dólar – então eu prefiro perder tempo antes aqui buscando ideias do que lá, procurando ângulo ou tendo que ir duas vezes ao mesmo lugar porque tinha uma sombra horrorosa sobre o assunto – o que quase nunca é possível fazer. Veja esta foto da capela com Yosemite Falls ao fundo, que ângulo lindo. Quando fui, no final do verão, nem se via água na cachoeira…

As Sequóias de Yosemite

As sequoias são apenas um dos atrativos de Yosemite, mas é um atrativo de peso se você considerar que existem poucas florestas com essas gigantes. Elas são os seres vivos mais longevos da Terra: a mais velha delas tem 4.650 anos, e elas podem chegar a 115 m de altura e 12 metros de diâmetro. Coisa para tree hugger nenhum botar defeito!

Com toda ciência e tecnologia, ainda não se sabe como nem porquê as sequoias nasceram agrupadas e em apenas algumas partes do mundo, mas sua reprodução ganhou fôlego depois que se descobriu que elas precisam de calor para se reproduzir, muito calor: o calor de um incêndio. Por isso é comum ver em seus troncos marcas escuras deixadas por incêndios controlados.

Guarde este nome: Mariposa Grove,  bosque onde estão algumas das árvores mais antigas do planeta (Bachelor & Three Graces, Tunnel Tree, Grizzly Giant, Fallen Monarch).

Como não pudemos revisitar Mariposa Grove na viagem de 2016, pois a área passava por obras, fomos até Tuolumne Grove, onde há algumas sequoias, embora bem menos impressionantes que as de Mariposa.

Para chegar até Tuolumne, siga as placas para a estrada 120 (há indicações para ela dentro do parque), a mesma que te leva a São Francisco. Entre à direita onde há uma placa para o posto de gasolina de Crane Flat (aproveite para abastecer lá, mas só funciona até as 17h). Se não precisar abastecer, logo depois dessa bifurcação há uma placa indicando Tioga Pass, Tuolumne Meadow.

O caminho de carro até lá é muito bonito (veja na foto à direita o mirante) e já valeria a viagem, mas só recomendo este passeio se você já tiver visitado os pontos principais de Yosemite, pois são 26 km a partir de Yosemite Village.

Existe também o Sequoia National Park, que fica ao Sul de Yosemite. Quem dá dicas sobre ele é a Mari do blog Ideias na Mala.

Na página-índice da Califórnia você encontra os demais posts desta viagem, com Los Anglees, São Francisco, Monterey, e San Diego

Espero que estas dicas de Yosemite Park te ajudem no seu plano de viagem, e para você que curte parques nacionais, não deixe de ler o post da Marcela do blog Caminhos me Levem, que relacionou os parques nacionais americanos! E aqui no Mulher Casada Viaja, tem dicas do Grand Canyon, Glacier Park e Denali.

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