Saiba como é a visita ao Teatro Municipal de SP, ícone da cidade e testemunha de sua história mais recente.
Atualizado em nov/19
O que fazer em São Paulo em dia de chuva? Em geral, quando estamos turistando a primeira opção é visitar um museu, mas sugiro aqui conhecer o Teatro Municipal de SP, com dicas para fazer a visita guiada.
Visita guiada ao Teatro Municipal de SP
Além de conhecer o Teatro Municipal durante um espetáculo, não é possível conhecer o interior do teatro de outra forma, apenas por visita guiada. O bom é que ela é gratuita e pode ser agendada.
Como agendar
Quando fui, só era possível fazer o agendamento presencial, o que ainda é possível e, neste caso, aconselho chegar logo que a bilheteria abre, às 10h (de terça a Sábado), pois no dia em que fomos, o agendamento finalizou por volta das 13h por falta de vagas.
Aproveite para ver as opções de o que fazer no centro, lendo Pontos Turísticos no Centro de São Paulo.
Entre pela porta à esquerda da fachada principal do Teatro, na Praça Ramos de Azevedo (na da direita tem um café/restaurante) e dirija-se ao guichê da direita para deixar seu nome e horário que se encaixe em seu roteiro por São Paulo.
Mais recentemente a visita guiada, que agora é chamada visita educativa, pode ser agendada online pelo site da Eventim, e com isso imagino que seja difícil conseguir vagas indo pessoalmente.
Horário das visitas guiadas/educativas
As visitas são gratuitas e acontecem às terças-feira às 11h, 16h e 17h. De quarta a sexta-feira às 11h, 13h, 15h, 16h e 17h.
Aos Sábados há visitas em libras às 11h e em Inglês às 11h às terças-feira e aos sábados e às 13h de quartas a sextas.
Como é a visita guiada ao Teatro Municipal de SP
Todos aguardam no pequeno saguão da bilheteria e uma fila se forma diante da porta lateral que dá acesso ao saguão nobre, onde os nomes da lista são conferidos. O grupo é separado em uma média de 15 pessoas por guia e cada grupo começa a visita em uma área diferente do teatro. O nosso começou pela plateia, onde nos sentamos e ouvimos as explicações históricas sobre a construção do teatro, influências arquitetônicas, retrato da sociedade da época e depois a guia respondeu a perguntas e abriu espaço para fotos.
De todas as informações, o que mais me marcou foi a divisão de classes: nas poltronas hoje forradas em vermelho (as cadeiras eram soltas e de palhinha, perdendo em acústica) sentavam-se os barões do café e figuras proeminetes, os únicos autorizados a entrar pelo portão central e a usar o salão nobre no segundo andar. No balcão (primeiro e segundo andares) ficavam os profissionais liberais, como advogados, médicos e professores (note que era um lugar para ver e ser visto, pois o guarda corpo é vasado e ricamente adornado). Nos dois superiores, a galeria, que não aparecem na foto, ficavam os comerciantes e imigrantes, ou seja, na galeria, a galera.
Minha impressão: a acústica é excelente e se ouve qualquer ruído vindo de qualquer parte. O palco é muito grande e tem a mesma profundidade que o espaço destinado à platéia (que achei pequeno) e como a cena acontece por trás das colunas, a visibilidade para quem está nas laterais é bem ruim. O teto me decepcionou um bocado. Depois de ficar com torcicolo admirando Chagall na Opera de Paris, fica difícil se entusiasmar com pintura tão inexpressiva. Juro, as nuvens, por exemplo, parecem ter sido feitas por uma criança! E é uma pintura clássica, mitologia grega…
De lá seguimos para o porão, que na reforma de 1980 desaterrou cerca de 1 metro da base (dá pra ver a diferença nas colunas robustas de granito) e hoje é possível ficar em pé. Os arcos de tijolos formam um jogo visual bonito e a guia explicou que se usou apenas areia, conchas trituradas e óleo de baleia como argamassa. O espaço servia apenas como sustentação da estrutura e para ventilação – uma ventilação refrigerada pelas águas do rio do Vale do Anhangabaú cujo funcionamento a guia não soube explicar. Recente licitação para exploração do espaço foi vencida por uma rede de bares de jazz que vai se instalar ali com a desafio de não apenas atrair público para o castigado centro velho, mas instalar um bar num espaço tombado onde não se pode fincar um prego. Apesar dos tubos de ventilação, o cheiro de umidade é bem forte, e esse pode ser outro problema para eles resolverem.
Subimos as escadas e fomos para o saguão nobre, parando diante da escadaria para fotografá-la antes das explicações da guia.
O mármore da escada veio da Itália, assim como as duas figuras femininas (tocheiras). Fiquei impressionada com a manutenção dos degraus, pois em teatros e museus da Europa é comum vê-los bem desgastados por pisadas.
Já no segundo andar, seguimos para o salão nobre, onde eram realizadas festas e eventos para a alta sociedade.
O piso não foi restaurado porque a madeira usada foi extinta, então os irmãos Campana foram convidados a desenvolver este tapete para forrar e proteger o que resta do piso original.
Bem, eu não contei o que a guia explicou para não spoilar sua visita, mas gostei das informações, da organização e da abertura para responder a perguntas.
Visita gratuita de um grande monumento da cidade, só tenho elogios! Mais informações no site oficial do teatro.
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– São Paulo: roteiro pelo bairro da Luz
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Respostas de 12
Nossa, lindíssimo o Teatro Municipal de SP! Um óitmo programa mesmo para um dia de chuva. Obrigada pela dica
Obrigada pela visita e comentário, Marcela.
Visitei o Municipal, na minha última vez em São Paulo, antes da pandemia covid19. Eu sou apaixonada pela arquitetura de época e adoro andar no centro paulista, tanto o novo, quanto o antigo.
Aproveitei para visitar os mirantes de alguns prédios icônicos, perto do Municipal, como o Santander Cultural e a Prefeitura.
Oi, Dani! Em frente ao Santander tem o Martinelli, o primeiro arranha céu de SP. E a visita é gratuita e guiada, programe-se para uma próxima vez.