Este post faz parte da série que relata e dá dicas de nossa viagem a Lima, Cusco, Águas Calientes e Machu Picchu, realizada em abril de 2013.
Se você acha que para chegar a Machu Picchu terá que obrigatoriamente fazer alguma trilha, saiba que há uma prazerosa viagem de trem com duração de 4 horas entre Cusco e Águas Calientes, vilarejo aos pés das montanhas sagradas. Também é possível partir de Ollantaytambo (2 horas de viagem) ou Urubamba (3 horas de viagem). Quem leva é a Peru Rail, e você pode escolher o tipo de trem de acordo com a classe (a classe do seu bolso).
Nós usamos o Vistadome, saindo de Cusco, e é sobre ele que falarei. De janeiro ao final de maio, por motivos de segurança, a parte inicial do trajeto é feita de ônibus (venda combinada pelo site), o que torna a viagem mais longa, mas oferece uma paisagem menos turística, passando por bairros carentes de Cusco. Infelizmente, a operadora que vendeu o pacote não nos deu essa informação, nem os funcionários da Peru Rail, então foi uma surpresa a monótona viagem de ônibus.
Vistadome, o trem para Machu Picchu
Como diz meu marido: “Coma a vista!” Eu adoro encher os olhos e a paisagem me alimenta de um nutriente que me mantém feliz e maravilhada por meses (só que quanto mais eu viajo, menor tem sido o prazo de encantamento!). Se você também é assim, este é o trem para você! Não se trata das Rochosas Canadenses ou dos Alpes, mas é um nutriente diet, digamos. Os assentos são confortáveis, com uma mesa entre o seu assento e de seu vizinho frontal, as aberturas nas laterais e no teto dos vagões são camaradas, e a paisagem invade o vagão. Além disso, tem mimos, como toalha de mesa no padrão andino, lanche caprichado, atração a bordo, com danças típicas e desfile de artigos de alpaca (para compra, se quiser gastar seus soles ou dolares).
O trajeto oferece paisagem de montanhas com picos nevados e ora cobertas de mata, ora nuas, com paredões verticais utilizados para escalada para os aventureiros-atléticos-malucos (é preciso ser um pouco maluco para dormir numa plataforma a mais de 2 mil metros de altitude por opção!). Ao som de flautas peruanas, você vai observando a paisagem se modificar, de árida a tropical, até que chega a Águas Calientes.
Quando chegamos à estação de Águas Calientes, nem tive tempo de pensar “nossa, estou aos pés de Machu Picchu” e curtir o momento, fui enfiada num ônibus junto com as hordas de outros turistas. OK, sendo menos ranzinza, tive tempo de um pitstop no baño e de descobrir que nossas malas seriam enviadas diretamente ao nosso hotel (esta parte de viajar de pacote é legal). Por falar em mala, deixe suas malas no hotel em Cusco e siga para Águas Calientes apenas com o que utilizar por lá. Trens dispõem de pouco espaço para bagagem e Águas Calientes não é exatamente a cidade em que você vai querer arrastar sua mala.
Em 15 minutos o ônibus passava sobre o rio Urubamba e subia a estrada estreita até o topo da montanha sagrada.
A Chegada a Machu Picchu
Depois da emoção de ser transportada num ônibus por uma serra estreita e cheia de curvas como são as serras, estamos mais perto da cidade inca. Lá no alto, há um pequeno espaço reservado para o embarque e desembarque dos passageiros, um hotel e restaurante (Sanctuary Lodge), e um segundo restaurante. Há banheiros e guarda-volumes.
E começa mais uma subidinha, que no ar rarefeito cansa. Mas para que a pressa, admire a paisagem…
Poetas, me ajudem! A primeira visão (foto abaixo) não é aquela de cartão postal, mas emociona.
Sem inspiração dos poetas, deixo fotos. Mas é preciso estar lá. Fotos não têm cheiro, vento no rosto, arrepio na pele, energia…
Dicas para aproveitar Machu Picchu
– compre seu ingresso a Machu Picchu com antecedência pela Internet ou nas agências turísticas de Cusco. O meu estava incluso no pacote, mas o boleto de acesso registrava o custo de 128 soles.
– se tiver intenção, disposição, coragem de subir a majestosa Huayana Picchu, compre o ingresso com antecedência, também, pois o número é limitado. Mas informe-se antes, leia bastante dicas de quem já fez a trilha, assista a vídeos.
A vista pode ser linda, a aventura rende ótimas histórias, mas não há segurança alguma e um passo em falso pode te levar a conhecer o vale de uma forma não muito saudável..
– além da Huayana Picchu, você pode também subir a montanha do outro lado, a Machu Picchu. Quem viveu esta aventura foi o Péricles, do blog 7 Continents, 1 passport. Além dessa aventura, ele também tem outros posts sobre a cidade inca, faça-lhe uma visita.
– passando pela cancela na entrada de Machu Picchu, carimbe seu passaporte (eu não levei o meu, snif!).
– óculos de sol, boné, protetor solar (no inverno também), uma capa de chuva leve vai bem, pois dizem que o tempo lá é imprevisível.
– Não se esqueça de contratar um guia, que te explicará com detalhes tudo o que você vê e o que não está mais ali para ver e responderá a suas perguntas – acredite, você terá muitas. Em geral, leva 2 horas e meia a visita guiada, depois você está livre para fotografar (eles não esperam sua busca por um bom ângulo) e rever os lugares visitados se ainda tiver fôlego para isso.
– Pode-se permanecer na cidade o quanto se queira, mas lembre-se que só há banheiros na entrada e você perderá bastante tempo e energia para descer e subir (leia atualização mais abaixo).
ATUALIZAÇÃO
Desde julho de 2017 estão valendo novas regras para entrada e permanência em Machu Picchu, sendo os visitantes divididos em 2 grupos (manhã ou tarde) e podendo ficar apenas 4 horas. Quem dá as dicas completinhas é a Aline do blog Uma Sul Americana.
Onde comer em Machu Picchu
Leve com você biscoitos e salgadinhos, uva passa (sempre bom para repor a necessidade de açúcar). Não é permitido, mas ninguém vistoria a mochila a esse ponto, então desde que você carregue o lixo que gerar, não vejo mal. No meu pacote estava inclusa a refeição no restaurante Sanctuary Lodge, mas o preço é salgado para o serviço prestado e a qualidade da comida. Prefira se alimentar em Águas Calientes.
Quando vi que meu pacote incluía almoço lá, desconfiei, mas logo entendi a diferença. O restaurante para os hóspedes fica em outra área, longe da agitação e com vista para a cidade Inca. O serviço para os menos privilegiados, tipo eu, é de buffet, a comida ruim, o serviço idem, mas totalmente compreensível diante da multidão que faz fila à porta. Tem música típica ao vivo que concorre com o barulho dos turistas. Mas sorria, saboreie uma Inka cola, suspire. Afinal, você esteve em Machu Picchu!
Onde ficar em Machu Picchu
Se você puder, fique no Sanctuary Lodge. Soube deste hotel pelo programa Mil Lugares para Conhecer antes de Morrer e fiquei encantada, mas claro que não era para meu bico (cerca de mil dólares a noite!!!).
Post Relacionados (clique sobre o título)
- Machu Picchu, Cusco, Lima – Parte 1: 10 motivos para ir ao Peru
- Machu Picchu, Cusco, Lima – Parte 2: Lima
- Machu Picchu, Cusco, Lima – Parte 3: Cusco
- Machu Picchu, Cusco, Lima – parte 5: Águas Calientes
Quer uma opção mais econômica para chegar a Machu Picchu e que envolva caminhar 10 km? A Ana do blog Aonde não Estou conta sua historia.
Respostas de 7
Tenho muita vontade de conhecer esse lugar! Está em minha lista de Lugares para Conhecer com certeza! Adorei as dicas, os detalhes ajudam muito 😉 Post 10+++
Obrigada, Lilian. É uma viagem fascinante!
Adorei a viagem e os passeios, é uma sensação única quando chegamos no alto, indescritível sob o olhar de cada pessoa.
É daqueles momentos que guardamos para sempre e só quem já viveu compreende.
pode me passar os valores gastos pra 7 dias saindo de sampa??
Oi, Rosana, eu não tenho o registro de quanto gastei, mas como disse em um dos posts, comprei um pacote que incluía o transporte aéreo e terrestre e a hospedagem, e você encontra essa informação em agências e operadoras de viagens. Se quiser ir por conta, aí o planejamento exigirá mais tempo de você. Como você pretende viajar: empacotada ou desempacotada?