Saiba o que esperar da roadtrip entre Anchorage e Seward, na minha opinião a melhor do Alasca, e quais os principais pontos de parada, para você não perder nada desta viagem que não se faz todo dia.
Alasca aconteceu para nós no final do verão deles, agosto, e não me canso de dizer que tivemos muita sorte com o clima porque, apesar de ser verão, chove muito no Alasca mas fomos agraciados com dias claros e ensolarados na maior parte da viagem. Como este é um recorte da viagem, para entender o roteiro completo, dicas práticas e o planejamento, por favor vá até Roteiro de 7 dias no Alasca e planejamento de Viagem, com preços, você vai adorar as dicas!
Como é a roadrip Anchorage-Seward
A roadtrip de 204 quilômetros entre Anchorage e a cidadezinha à beira-mar Seward leva duas horas pela Seward Highway, nomeada em homenagem a Willian Seward, que comprou o Alasca dos russos, mas reserve o dia inteiro porque há muito o que fazer e ver pelo caminho. Se você quiser explorar mais, pegar trilhas, etc., pode fazer bate-volta até Portage e num segundo momento seguir até Seward com menos paradas.
A Seward Highway (AK-1) não é duplicada, mas não senti nenhum perigo, os motoristas respeitaram a velocidade e mostraram-se cautelosos. Como é de se esperar, há muitos motorhomes pela estrada, mas ao contrário do que me foi ‘vendido’, não vi um só animal selvagem pela estrada ou nas encostas das montanhas. Se você tiver tempo para pegar trilhas ao longo da rodovia, talvez tenha mais sorte.
O limite de velocidade fica entre 55 e 65 milhas, ou seja, cerca de 88km/h e 104km/h. Não há pedágios, apenas se você optar pelo desvio até Whittier (leia abaixo). A marcação de milhas começa em Seward, então se você vai de Anchorage a Seward, vai notar que a numeração vai diminuindo. Fique de olho no combustível, por volta da milha 85 fica o último posto antes de chegar a Seward.
Algus trechos não têm sinal para conexão com internet, mas porque só há 3 estradas que cortam a Seward Highway e tudo é bem sinalizado, não tem como se perder.
Quanto às paisagens, não poderia ser melhor: a estrada é um corredor de montanhas, a linha férrea corre paralela à estrada, ora à esquerda, ora à direita; o trecho inicial Turnagain Arm, onde belugas são avistadas no verão, geleiras no Chugach National Forest, onde fica Portage.
Onde parar durante a roadrip Anchorage-Seward
A primeira ‘atração’ do caminho é Potter’s Marsh, que como diz o nome é um pântano e muita gente para ali para caminhar sobre a passarela elevada e observar pássaros; vi principalmente famílias com cães e crianças, mas não paramos – confesso que não me atraiu muito.
Logo em seguida, um mirante com recuo para estacionar dá vista para o Turnagain Arm, um estreito da enseada Cook, de onde se avistam belugas entre julho e agosto.
Um ponto onde eu gostaria de ter parado, mas o tempo não permitiu, é a estação de esqui Alyeska, que tem um restaurante com vista no alto da montanha. Se voce foi, me conta o que eu perdi!
Se você só puder parar em dois lugares ao longo desta roadtrip, provavelmente o Alaska Wildlife Conservation Center será um deles – Portage Valley, o outro. Trata-se de um centro de acolhimento de animais selvagens resgatados por diversos motivos, mas antes que você se pergunte, não tem cara de zoológico. Os animais têm bastante espaço e algumas espécies interagem entre si. As moradas que ainda são pequenas têm projeto de ampliação, como o das raposas.
Quase em frente ao Alaska Wildlife CC fica a estrada para Portage Valley, casa de 6 glaciares e um centro de visitantes estruturado e educativo, o Begich, Boggs.
A região é um parque de diversão para quem curte natureza: trilhas, passeio de barco, pescaria (aparentemente o esporte mais praticado no Alasca). Pegamos uma trilha rápida e fácil, de pouco mais que 1 km, para o Byron Glacier, mas confesso que a trilha é mais legal do que o final dela, pois a geleira é muito pequena em comparação a outras, então se estiver sem tempo, pode riscar do roteiro sem dó.
Ao longo da Portage Glacier Road há indicações dos lugares a visitar, mas é legal passar no centro de visitantes e tomar informações. Ali também vimos bem de pertinho os salmões subindo o rio, na Williwaw FishViewing Plataform.
À esquerda do Begich, Boggs Visitor Center tem uma estrada que leva a um lugar muito peculiar, Whittier, um importante vilarejo portuário por onde só se chega por um túnel de uma só mão, que serve a veículos e a trens. O túnel histórico tem 4 km de extensão, velocidade máxima de 40 km/h e é preciso pagar um pedágio de USD13 e esperar sua vez de passar pelo túnel (a cada 15 minutos). Vale a pena? É uma escolha muito pessoal, mas foi tão rapidinho que não alterou nossos planos. O dia estava lindo e com sol tudo fica melhor, concorda?
Muita gente vai até Whittier para pescar, praticar esportes aquáticos ou fazer um cruzeiro no Prince William Sound, mas como já faríamos um em Seward (veja mais abaixo), nem pensamos nisso. Além da marina e do movimentado porto, Whittier tem apenas umas 6 ruas, um único edifício – onde moram todos os residentes! – e alguns restaurantes e casas – e uma cara russa que só vendo!
De volta à Seward Highway, o caminho fica ainda mais bonito, com montanhas de ambos os lados, e após umas 40 milhas haverá uma bifurcação, com a AK-1 seguindo para Oeste (sentido Homer), e AK-9 para o Sul, até Seward, para onde vamos.
Alguns 10 minutos depois chegamos ao vilarejo Moose Pass, à beira do fotogênico Upper Trail Lake (foto de abertura), de onde partem hidroaviões para passeios pelas geleiras. Vale a pena uma paradinha. Tem cafés e pousadas ali, se precisar reabastecer ou desabastecer. Enquanto eu fotografava, Álvaro aproveitou para tirar um cochilo e repor as energias.
Depois de Moose Pass a estrada segue ao lado do lago Kenai por alguns quilômetros, e na milha 3,5 fica a entrada para a Glacier Road (há indicação em placa turística, a marrom) e próxima parada, o Exit Glacier. Para quem tinha pouco tempo como nós, e já eram umas 16h, a estrada de 9 milhas não acabava nunca. Estacionamos (sempre tudo gratuito) perto do Exit Glacier Nature Center, mas fomos direto para a trilha por causa do pouco tempo, sempre ele a nos oprimir.
A trilha começa plana e asfaltada, acessível para qualquer um, inclusive cadeirantes, e ao longo dela vemos plaquinhas apresentando os anos em que a geleira chegava até aquele ponto, o que é um tanto assustador. Aliás, as placas começam ainda na estrada, nos anos 1800’s.
Depois a trilha fica mais pesada, com pontos íngremes e entre pedras.
Se você tem tempo e disposição, seguindo adiante, na mesma trilha, você chegará ao alto da montanha, onde fica a geleira Harding Icefield, um trajeto mais puxado e íngreme, percurso de 13 quilômetros ida e volta e ganho de 300 metros de elevação.
O sol já estava baixo quando chegamos a Seward. Foi uma surpresa muito boa, achei a cidadezinha encantadora! Fizemos esta roadtrip Anchorage-Seward principalmente para fazer o cruzeiro pelos fiordes Kenai com a Major Marine Tours, mas hoje eu iria a Seward mesmo que não fosse este o fim e ficaria ao menos 2 noites, porque a região é linda, com muitas trilhas e possibilidades de passeios.
Ainda não consegui definir bem esta viagem ao Alasca, e tenho tentado a cada post. Não foi a viagem mais linda ou emocionante que já fiz, mas esta roadtrip entre Anchorage e Seward está na minha lista de preferidas, Não no topo porque é difícil competir com estradas nos Alpes italianos ou as das Montanhas Rochosas canadenses. De qualquer forma, cada uma tem suas peculiaridades e suas belezas.
Se você tem alguma pergunta cuja resposta não está no texto, deixe nos comentários que buscarei informação no material que trouxe do Alasca, que é muito. Abraços e bom Alasca pra você!
Respostas de 16
Morro de vontade de conhecer o Alasca! Lugares lindíssimos! Anotarei as dicas e espero ir em breve. Parabéns pelas fotos, muito bonitas.
Que viagem linda!!!! Cenário deslumbrante. Pena que você não viu animais na estrada e estava com o tempo apertado… tanta coisa para ver!!!
Que experiência!! Cada paisagem mais linda que a outra e um post com todas as dicas.
Muito útil, sem dúvidas!!!
Quero muito conhecer o Alasca e o seu artigo me deixou ainda com mais vontade. Fiquei em pulgas!