Colinas verdejantes iguais às de Appenzell, não vi em outro lugar da Suíça. Tradições como as desse cantão, muito menos. A Suíça tem destinos maravilhosos, que entram num roteiro por seus picos, lagos, aldeias alpinas, ou pela popularização nas redes sociais. Mas dê uma chance a Appenzell, que proporciona uma visita enriquecedora culturalmente. E melhor ainda: de graça!
Além do fator cultural, Appenzell é a porta de entrada da cordilheira Alpstein, que abriga o Berggasthaus Aescher, a impressionante Saxer Lücke, Lagos Seealpsee e Fählensee, entre outros.
Poucos dias depois de voltar de Appenzell, no trem de Wengen, ouço conversa entre dois americanos. Um deles dizia que não valia a pena ir ao nordeste da Suíça, talvez e no máximo só para conhecer St Gallen. Este pensamento é bem comum, pois as pessoas querem conhecer o que já viram, e a abadia de São Galo é famosa.
Sorrio ao discordar mentalmente lembrando o quanto há para ver, fazer, viver em Appenzell. Como a paisagem do Vale de Lauterbrunnen passando pela janela, as lembranças recentes de minha estadia de 4 noites no cantão menos populoso da Suíça também passam na velocidade de um trem de cremalheira. Tão lentamente quanto o ritmo de vida em Appenzell.
Te convido a embarcar nestas memórias e com isso saber o que fazer em Appenzell e região, e sobre esta promoção de ir de graça para lá.
Como Chegar a Appenzell
Desembarquei no aeroporto Malpensa, na Itália, às 10h. Depois de comer um panino do Carrefour Express, tomei o trem da Trenord para Lugano. Desembarcar em Zurique teria sido muito mais rápido, mas meu roteiro à Suíça foi definido depois da compra do aéreo. Apesar disso, lembre-se de que viajar de trem pela Suíça é sempre turístico, então não me importei de passar a tarde inteira viajando sobre trilhos. Tive a “sorte” de o túnel Gotthard (57 km!) estar fechado devido a um descarrilhamento ocorrido em agosto de 2023, então a viagem foi ainda mais longa, porém com ganho paisagístico.
No trecho entre Arth-Goldau e St Gallen, a idosa sentada a meu lado com quem puxei conversa, moradora de algum lugar cujo nome mal compreendi, parece satisfeita em brincar de guia turística. Aponta orgulhosa a ponte pedonal de madeira sobre o Obersee, que anuncia nossa chegada ao cantão de São Galo. Tem alguma dificuldade em lembrar algumas palavras em inglês, tanto quanto eu tenho em compreender seu sotaque carregado.
Enquanto avisto Alpes pré-alpinos, ela me diz que prefere as colinas às montanhas. Embora eu não concorde com ela, percebo a beleza desses campos. Nunca tinha visto uma paisagem como dos campos de Appenzell. Era final de tarde de um dia claro, que deixa tudo ainda mais fotogênico. Não achei melhor forma pra te explicar como é a paisagem ali do que o cenário da série britânica infantil Teletubbies. Mas em vez dos coloridos bonequinhos, vacas pontuavam o verde. Muitas vacas.
Chego na pequena estação de Appenzell às 19h30 junto com meia dúzia de gatos pingados e aparentemente sou a única turista. O céu de setembro tem aquele tom violeta, e enquanto o trem vermelho deixa a plataforma, olho em volta e vejo casinhas coloridas, uma fonte e muito silêncio. Caminho direto para o hotel Lowen, depois de uma primeira impressão que confirma o caráter rural e tranquilo, no melhor estilo “parado no tempo”, o que em nada me incomoda.
Check in feito, mala largada no quarto, me apresso para achar onde comer, pois aprendi que em cidades pequenas o horário do jantar é respeitado e as portas fecham cedo. Confiro a previsão do tempo para o dia seguinte, satisfeita que farei minha primeira trilha em um dia quente, seco e ensolarado.
Dia 1: o que fazer em Appenzell – Aescher e Seealpsee
Entre o hotel e a estação de trem de Appenzell, aproveito para registrar os lindos prédios coloridos, com telhados de formas diversas,placas metálicas decorativas comuns nas culturas germânicas (tafeen) e um sotaque enxaimel. Maravilho-me com as bicicletas deixadas sem cadeados diante da estação, sinal de segurança absoluta. 20 minutos de trem depois, estou na estação Wasserauen, e observo do outro lado da rua o teleférico que leva à montanha onde fica o instagramável restaurante Aescher.
Não precisei pagar pelo bilhete ou pelo teleférico – e se você for a Appenzell também não precisará, afinal não é só a chegada e saída que Appenzell está patrocinando.
Abrigo e restaurante Aescher
O restaurante Aescher é muito popular, mas a trilha que leva da estação de montanha até ele tem outros atrativos: passa por uma caverna, uma capelinha e um caminho bem na borda do penhasco. Às 10h eu já estava sentadinha tomando uma cerveja local neste lugar tão especial, e pronta para descer a montanha até o lago Seealpsee.
Trilha para o (lago) Seealpsee
Seguindo na direção contrária da que vim, armo meus bastões de caminhada e começo a descida com diferença de 427 metros de altitude. A trilha Seealpsee tem quase 8 km no total.
Encontre o relato e as dicas completas do Aescher e do Seealpsee na página Suíça, onde estão todos os artigos já publicados
Dia 2: o que fazer em Appenzell: Kronberg e cidade
Ora, ora, a trilha a Seealpsee deixou marcas profundas. Tenho bolhas nos calcanhares, na sola e região preferida das joanetes. Mesmo com chuva, com montanhas encobertas, com dores e bolhas, decido ir a Kronberg.
Kronberg
Se você viaja com crianças, esta é a melhor montanha de Appenzell para visitar, pois na estação do teleférico, tem um playground muito legal, com zipline, trenozinho, pula pula, e outros atrativos.
Como tenho acesso gratuito a Kronberg por causa do Appenzell Holiday Card, subo apesar do tempo fechado. Valeu a pena! Em 8 minutos o teleférico sobrevoa casas e aqueles campos-verde-Teletubbies cheios de vaquinhas.
No topo, penso em almoçar na esperança de o tempo abrir, mas não me animo com o cardápio do restaurante. Saio no terraço, que em dias claros deve ser uma opção maravilhosa. Com chuva, dou apenas alguns passos para fora do terraço e avisto de um lado o vale de Appenzell e de outro Alpstein. Desço de teleférico e faço o caminho de volta a Appenzell.
O centro histórico de Appenzell
O centro de Appenzell é pequeno, plano e fácil de entender. Não há calçadas nas ruas onde passam carros, mas são poucos que transitam no centro histórico. A zona pedonal concentra-se em torno da rua Hauptgasse.
Eu não segui a rota acima, mas vou numerar os lugares que cito conforme o mapa. Mas sugiro que explore outras ruas, a gente sempre acha tesouros não valorizados nesses mapas oficiais, como estas casas em frente ao corpo de bombeiros…
…e estes jardins com antigos maquinários. Provavelmente são casas das famílias desses artesãos. Nunca vi tanta bigorna reunida! O ferreiro doou suas ferramentas para o Museu de Appenzell, uma semana antes de morrer.
O comércio é bem variado, e há lojas locais de vestuário, de objetos folclóricos, adegas e produtos locais, como o queijo de Appenzell, um dos melhores da Suíça. Para comprar presentes e souvenirs, vá até o Bazar Hersche, na Poststrasse.
O escritório de turismo de Appenzellerland está instalado no mesmo prédio do Museu Appenzell, entre a Prefeitura (11) e a igreja São Maurício (1), tudo na Hauptgasse.
O museu de Appenzell é pequeno, mas um bom apanhado da sociedade de Appenzell. A mostra permanente é um bom retrato da sociedade de Appenzell, e há informações sobre a curiosa e inusitada assembléia, sobre artesões de cobre, madeira, e ferro, além de salas com mobiliário típico, e atividades manuais como bordado e instrumentos usados para fazer queijo.
Segundo informação do museu, por ser rural e não possuir nobres, não havia mobiliário fino como da sala abaixo, que recebeu teto, móveis e portas de um outro lugar.
Na mesma calçada, a farmácia Lowen (10) tem um interior dos boticários antigos, e sua fachada é histórica, pois foi a primeira a ser colorida, iniciando uma tradição e deixando a cidade mais alegre.
O Cantão de Appenzell é dividido em Appenzell Innerhoden e Ausserrhoden desde a reforma no século 16, assim como a igreja católica St Maurício (1) e a protestante de Appenzell são separadas pelo cemitério. Raramente visito cemitérios, mas o de Appenzell parece mais um jardim!
O castelo de Appenzell (3) está bem no centro histórico, mas é propriedade privada desde 1780 e não está aberto ao público. Ao lado do castelo fica o Mosteiro de Maria dos Anjos, da década de 1780. O mosteiro foi fechado em 2008 e agora serve como albergue para peregrinos.
Caminhando na direção contrária ao rio, vamos encontrar a capela Santa Cruz (9), reconstruída após incêndio devastador da vila Appenzell em 1560.
Chegamos à Landsgemeindeplatz (8), onde acontecem as eleições de Appenzell. Ela é menor do que eu esperava, e é ocupada por um estacionamento quando não há assembleias. Não tem como errar, esta é a praça, tem uma estátua masculina de braço erguido.
Seguindo pela Hauptgasse, que não aparece no mapa acima, você verá o Mosteiro capuchinho. A capela é simples, mas foi lá que tive a oportunidade de assistir a um show de música tradicional de Appenzell. De junho a meados de outubro, sempre às quintas-feiras, com entrada gratuita, mas gorjetas aceitas.
Voltando pela Hauptgasse, atravessando o rio você chega à Brauerei Locher, a cervejaria local. Eu só passei na frente, mas há tours com degustação.
Caminhei um pouco por ali e achei muito engraçado encontrar, a 250m do centro histórico, uma fazenda!!! Fica na Gaiserstrasse 11.
Dia 3 em Appenzell: Altstatten e Hoher Kasten
O tempo continua fechado e tenho vontade e chorar, porque é meu último dia em Appenzell e eu queria muuuuito fazer a trilha Saxer Lücke. Não tão valorizada quanto outras trilhas de cume, é igualmente linda, e a estrutura de Hoher Kasten, com plataforma de observação, jardim alpino e restaurante giratório é ótima opção para quem não faz trilhas, também. Esta montanha tem vistas lindas dos Alpstein e em dias claros se vê até o rio Reno. É sem dúvida uma das atrações imperdíveis de Appenzell.
Encontre o post sobre a trilha que fiz em Hoher Kasten , o almoço no restaurante giratório e a vista que não vi, na página-índice Suíça
Mas às vezes mesmo quando tudo dá errado, dá certo! Naquela manhã, saí preparada pra trilha, vai que o tempo muda, me iludi. Então segui uma dica de tomar o teleférico em Stauber, que fica do outro lado da cordilheira. A viagem era longa, mas com chuva eu não tinha pressa, e estaria seca dentro dos trens. Que viagem peculiar!
Gais
A primeira parada foi na cidade Gais, porque tive que trocar de trem com uma conexão de 20 minutos. Então caminhei pela rua principal da cidadezinha que fica no cantão Appenzell Ausserrhoden (externo). Igreja com sino escandaloso que deve acordar até quem está em Zermatt rsrsrs. Prédios com floreiras nas janelas, antiquários, restaurantes charmosos. Valeu.
De Gais a Altstatt a viagem acontece num trem de apenas 2 vagões rsrsrs, que é muito lento. Parte do caminho segue apenas comigo e o condutor e a paisagem rural de Appenzell fica ainda mais rural e só vejo fazendas everywehre!
Quando desembarco na minúscula estação de trem de Altstatt, avisto um prédio de pedras janelas vermelhas. Olho para o ônibus que eu deveria tomar e penso em dar uma voltinha na cidade e tomar o próximo, afinal, a trilha Saxer Lücke não ia rolar, mesmo.
Não sabia que Altstatt era uma das cidades históricas mais lindas do Leste Suíço! Vou deixar só uma fotinho aqui:
Veja na página-índice Suíça o post dedicado a esta cidade de fachadas pintadas, que muito me lembrou Stein am Rhein e Schaffhausen, perto de Zurique.
Viaje de graça até Appenzell
É verdade, eu fiz isso! Claro que não a partir do Brasil, mas de qualquer ponto da Suíça. O governo do cantão oferece o Appenzeller Holiday Card, desde que você se hospede no mínimo 3 noites em Appenzell Innerrhoden, em um hotel ou B&B credenciado. Viajei de Lugano a Appenzell e depois até Interlaken assim.
Falei sobre isso também no artigo Passes Regionais na Suíça para economizar.
Depois de confirmar que a oferta estaria válida durante minha viagem (e estava também quando escrevi este post), fiz a reserva no hotel Lowen e enviei um email para o escritório de turismo de Appenzell, informando datas e trechos de trem que usaria na chegada e saída de Appenzell, anexando a reserva do hotel. Recebi os bilhetes de trem por email e não tive nenhum problema, simples assim!
Além dos bilhetes de trem, com o Appenzeller Holiday Card você tem direito a:
- teleféricos de Ebenalp, Kronberg, e Hoher Kasten
- entrada gratuita nos museus de Appenzell, de Stein e Urnasch
- aluguel de bicicleta no verão e de iceskates no inverno
- Appenzell Card, cartão de transporte em 15 regiões, mais uma economia!
- brindes em lojas, cervejarias
Veja a lista completa de benefícios no site oficial de Appenzell
Onde Ficar em Appenzell
Em qualquer lugar da cidade você estará bem instalado, mas fora do centro não há iluminação pública, e apesar de ser muito seguro, é ruim caminhar assim, né?
Os hotéis que selecionei são todos na mesma faixa de preço e pontuação: Adler Hotel , Hotel Hecht e o hotel Lowen, onde fiquei. Um pouco mais caro é o Romantik Hotel Santis, que fica na praça da assembléia.
O meu quarto no Lowen era bem espaçoso, o banheiro maravilhoso, com ótima pressão de água, produtos de higiene e secador de cabelos de qualidade. O café da manhã era muito bem servido, ficaria de novo lá e indico para você!
O hostel Alte Metzed (esse amarelo abaixo) tem tarifas mais em conta, mas não inclui café da manhã. Fica do outro lado do rio, onde é escurinho. Veja informação de mercados e cafés abaixo.
As tradições de Appenzell
Na Suíça, vacas não são sagradas como na Índia, mas são um dos muitos símbolos do país, de herança rural. Estão por quase toda a parte, e seu leite é essencial para produtos tipicamente suíços, como o queijo e o chocolate. É natural que haja festas em que as vacas e outro tipo de gado sejam a estrela, como no início da primavera e final de verão, quando são levadas e trazidas de altitudes.
O cantão de Appenzell tem uma das cerimônias de descida do gado mais tradicionais e peculiares. Os fazendeiros vestem calças de couro amarelas, meias brancas até os joelhos e colete vermelho bordado sobre uma camisa branca. Meninos e homens usam um brinco longo com uma concha na ponta. Tudo ao som do tradicional yodelling. Vacas são enfeitadas e
Não estive nesse evento porque deixei Appenzell no dia da festa em Urnäsch, mas assisti a uma apresentação de músicas tradicionais no centro de Appenzell, na igreja Kapuzinerkloster Mariä Lichtmess. O jovem quarteto se apresenta com trajes típicos, todas quintas-feiras, no mosteiro, como comentei acima.
Outra tradição folclórica suíça e iniciada nesta região é o Talerschwingen, Da janela do meu quarto, ouvia turistas aprendendo a girar uma moeda de 5 CHF em uma tigela de barro, produzindo um som harmonioso com o yodelling. Aplausos e risos seguiam.
A vida em Appenzell parece não ter sido afetada pelo politicamente correto – ou se foi eles parecem se importar menos com isso e mais com suas tradições. Recebi da Secretaria de Turismo local um brinde: uma caixa de chocolates em forma de cigarros e – se você tem perto dos 50 anos ou mais, talvez se lembre da presença, na sua infância, da embalagem com estampa de um menino segurando o chocolate-cigarro.
Eu contei esta história de meninos fumantes de Appenzell direto do meu quarto, e postei no Instagram, quando também conto que Appenzell Innerrhoden foi o último cantão a ter mulheres votando – pasme, apenas em 1990 e por força de um processo na Suprema Corte Federal que obrigou o cantão a permitir o voto feminino. Não odeie Appenzell por isso, apenas em 1971 o voto feminino foi permitido na Suíça.
Appenzell tem outras festas e tradições, como a procissão de Corpus Christi, quando mulheres exibem joias e elaborados arranjos de renda nas cabeças, vestidos negros e pesados. Seguram pinturas retratando os 15 mistérios do rosário. Como católica não praticante, não tenho ideia do que se trate.
Além da paisagem bucólica, Appenzell mantém uma tradição inusitada: as eleições locais não contam com urnas eletrônicas ou votos em papel. A população se reúne na Landsgemeindeplatz e cerca de 400 pessoas votam levantando as mãos. Se você estiver por lá no último domingo de abril poderá presenciar a eleição ou reeleição dos 7 membros do parlamento cantonal e do judiciário.
Sabe quando você viaja e todo lugar parece igual, tem sempre um McDonald ou Starbucks, uma Zara ou Gap. Appenzell me trouxe de volta a sensação de viajar e estar num lugar completamente diferente, mesmo estando na Europa central. E eu acho que só isso já vale a viagem até lá!
Onde comer em Appenzell
De manhã eu fazia jus ao pagamento da taxa de café da manhã do hotel e só saía de lá depois de ter comido um pouco de quase tudo do buffet do hotel Lowen.
Na hora do almoço eu estava sempre em algum passeio, então só tenho sugestões de restaurantes onde jantei, 4 noites, 4 jantares. Mas na tarde em que fiquei no centro, parei na Drei Könige, confeitaria, padaria e café localizada na rua Hauptgasse, operada pela mesma família desde 1839.
Se você quiser economizar, sabe que é melhor ir ao mercado Migros ou Coop, a 450 metros do centro histórico. Presentes em todos os cantos – e cantões – da Suíça, é sempre boa opção para comprar pratos prontos e lanches. A cerveja local Quöllfrisch de 500ml no Coop de Appenzell saiu por CHF1,85. Comprei 300 gr de castanha e caju por CHF 5,80.
Little Italy – Weissbadstrasse 2
Além de ser mais acessível por servir massa, o ambiente do Little Italy é bem legal, com mesas do lado de fora onde são servidos sorvetes e no interior, os pratos quentes. O serviço é mais informal e acolhedor. Comi gnocchi (CHF13) na noite em que cheguei e tomei um Hugo (CHF10). Na última noite, dividi uma pizza (CHF16,50) e chopp (CHF6,50 cada) com uma brasileira que vive em Appenzell, a Denise do De Leve pela Suíça. Se você quer fazer trilhas e prefere um guia, fale com ela no Instagram.
Gass 17 – Hauptgasse 17
Este é um restaurante mais fino, e portanto mais caro. O prato é bem servido, saboroso e com ótima apresentação. O atendimento não é lá muito simpático, mas profissional. Pedi um peito de frango com risoto e legumes, um vinho branco e água. Saiu por CHF44.
Pub Appenzell
Com certeza a opção mais econômica foi comer fish and ships – e estava bem fresquinho, adorei! Mas quero mesmo é contar uma coisa inusitada que aconteceu no pub de Appenzell. Depois de carregar mochila o dia todo, saí para jantar apenas com o celular e o cartão da Wise no bolso. Depois de fazer o pedido e de bebericar o chopp, soube que o pub só aceitava dinheiro. Fiquei super constrangida e disse que devolveria o peixe e as fritas, mas que poderia voltar com dinheiro para pagar a bebida. O rapaz me disse para comer tranquila. Quando acabei, perguntei se ele queria ficar com um anel ou meu celular como garantia, ao que ele respondeu:
“pode ir buscar o dinheiro, eu confio em você!”
Realmente, Appenzell parou no tempo. Que bom.
Respostas de 10
Adorei o seu post. Não conhecia Appenzell mas fiquei com imensa vontade de conhecer.
Appenzell não está entre as preferidas da Suíça, mas é compreensível, com tantos lugares maravilhosos no país.