Saiba como é a visita ao Museu Arqueológico de Nápoles e as justificativas para não deixar de conhecê-lo. Veja custo e onde comprar ingressos, além das minhas impressões sobre a região de Nápoles onde fica o museu e onde se hospedar.
A Itália tem museus com acervo rico e diversificado, e quando estivemos na Costa Amalfitana ficamos uma noite em Nápoles exclusivamente para comer uma pizza e visitar o Museu Arqueológico de Nápoles. Trata-se de um dos mais importantes museus arqueológicos do mundo, especialmente conhecido pelas coleções de antiguidades romanas. Mas sério, que pizza é aquela?!
O museu fica num belo palácio de 8 mil m2 que teve outros usos antes de se tornar um museu no século 18, quando o rei de Nápoles e da Sicília, o espanhol Carlos III, herdou uma significativa coleção de arte de sua mãe, que se juntou a sua própria coleção, também ampliada exponencialmente pelo resultado das escavações de Pompeia e Herculano que ele promoveu. E são estas esculturas de mármore e bronze, inscrições, mosaicos, cerâmica, jóias, pinturas e objetos romanos de todo tipo que justificam conhecer o MNAN.
Em Pompeia você vê as casas, ruas, alguns mosaicos. É incrível. No Museu você consegue entender a riqueza da arte do império romano. Uma visita não é mais importante que a outra, mas complementares, como eu disse no post O que fazer em Pompéia:
“Duas coisas ficaram claras ainda antes da viagem: seria preciso uma visita guiada em Pompeia e essencial visitar o Museu Arqueológico de Nápoles para completar a experiência, uma vez que objetos, mosaicos, obras de arte desta e de cidades vizinhas também dizimadas pelo Vesúvio estão guardadas neste rico museu.”
O que ver no Museu Arqueológico de Nápoles
São mais de 3 mil itens divididos em 8 áreas temáticas. Além da coleção permanente e das temporárias, o edifício tem salas para restauro, biblioteca e arquivos históricos. Para o público, tem chapelaria, café e dois jardins. Confira os destaques.
Coleção de Pompeia e Herculano
No segundo andar estão objetos da vida cotiadiana das cidades dizimadas pelo Vesúvio em 79 AD, e sugiro que você comece por ali. Esta foi uma das partes de que mais gostei, o motivo de termos ido até o Museu Arqueológico de Nápoles. Não deixe de ver a maquete de Pompeia e as estátuas de bronze encontradas na Vila dos Papiros, em Herculano, além do que apresento abaixo.
Mosaicos
Fiquei impressionada com a recuperação dos mosaicos que decoravam casas em Pompeia e Herculano.
As pastilhas usadas para fazer os mosaicos, chamadas tesselas, impressionam pelo tamanho diminuto, o que garante nitidez à imagem, uma espécie de pixel da época ahaha.
Obra Alexandre, o Grande e Dario III da Pérsia, encontrada na Casa do Fauno em Pompeia em 1831. Sua cópia está instalada na Casa do Fauno, um projeto que levou 22 meses para ser concluído, a um custo equivalente de 216 mil dólares.
Afrescos
Os afrescos trazem temas inspirados na mitologia, mas também no cotidiano da vida em Herculano no século 1, como mostra a foto abaixo. Intrigante o estado de conservação!
Templo de Isis
O templo de Isis foi o primeiro edifício religioso escavado em Pompeia e encontrado completamente adornado. Estátuas, objetos, placas, afrescos estão expostos no museu.
Gabinete Secreto
Coleção aberta ao público em 2000, os 250 objetos desta coleção têm um tema em comum: o erotismo. São afrescos, objetos decorativos, e muitos elementos fálicos encontrados em Pompeia e Herculano.
Outras Exposições do Museu
Coleção Farnese
O Museu Arqueológico de Nápoles tem outro tesouro além do proveniente das cidades dizimadas pelo Vesúvio, a Coleção Farnese. Obras retiradas nada menos do que nos palácios imperiais do Palatino, em Roma, restauradas por Alessandro Farnese, que se tornaria o papa Paulo III (1534-1549). Resumindo a história, sua descendente, Elisabete Farnese de Parma, era a mãe de Carlos III, que fundou o Museu Arqueológico de Nápoles (MNAN), como eu disse antes.
A maior parte das esculturas da Coleção Farnese se encontra nas salas à direita do átrio do MNAN, mas o Museu Britânico (Londres) exibe o Hermes e Diadúmeno. As pinturas da coleção Farnese estão em outro museu de Nápoles, o Capodimonte.
O Touro e Hércules (acima) foram encontrados em 1546 durante escavações das Termas de Caracala. O touro é uma das esculturas mais incríveis que já vi na vida, considerando que estivemos no Louvre, no Vaticano, na Galleria Borghese, onde não faltam esculturas incríveis.
Coleção Egípcia
A Coleção Egípcia é uma das maiores da Europa e inclui esculturas, múmias, sarcófagos, papiros e cerâmicas do século 27 aC ao século 2. Não tivemos tempo de conhecê-la – e olhe que naquela época eu nem imaginava que 3 anos depois visitaria o Egito!
Coleção Numismática
Moedas e medalhas cunhadas desde os tempos da colonização grega do sul da Itália até o final do Reino das Duas Sicílias, em 1861.
O Salão do Meridiano
O teto deste salão no segundo andar é incrível! Destaque para a linha meridiana, também. E as obras expostas, claro!
Onde Ficar em Nápoles
Como nosso objetivo era unicamente visitar o Museu Arqueológico de Nápoles, escolhi o B&B La Dimora del Conte, na Piazza Cavour. O B&B tem nota 8,6 no Booking, Maria é muito atenciosa, e parecia que eu estava tomando café com a família, tal a informalidade. O B&B é todo reformado, mas o prédio dio mio! Mas quer saber, achei a experiência válida, porque um hotel não teria me dado ideia de como algumas pessoas moram. A porta do prédio dá acesso a um pátio escuro, cheio de janelas, varais de roupas, a cara do sul da Itáia. Isso nos assutou um pouco, mas depois o resto do que vimos em Nápoles também nos assustou, então tudo bem.
Nosso quarto era enorme, com uma varandinha. Pagamos 60 euros, metade do preço do B&B de Sorrento. Nos destaques (Itália) do Instagram eu mostro o vídeo do quarto e a vista da janela.
Outras dicas do Museu Arqueológico de Nápoles
Como chegar
Para chegar em Nápoles a partir de Roma, tanto os trens rápidos da Italo quanto da Trenitalia levam 1h10 até a Estação Napoli Garibaldi. Comprei 2 meses antes da viagem, quando os bilhetes já estavam disponíveis para venda, no próprio site da Italo e paguei € 22.
Da Estação Napoli Garibaldi, siga até a estação de metrô, que são interligadas. Use a linha 2 para Napoli Campi Flefrei e desça na Piazza Cavour ou a linha 1 e desça na estação Museo.
Leia mais em Como ir de Roma a Sorrento (e Costa Amalfitana)
Horário de funcionamento do Museu Arqueológico de Nápoles
O Museu Arqueológico de Nápoles abre de segunda a domingo, das 9h às 19h30 – Fecha às terças e em 25 dez e 1o de jan.
Ingressos e Visita Guiada
Ingressos Compre antecipadamente e evite filas, que costumam ser maiores pela manhã. O ingresso comercializado por nosso parceiro Tiqets inclui visita ao acervo permanente e a exposições temporárias. E melhor: tem opção de cancelamento gratuito, algo que o Covid-19 nos legou de positivo… Pleo site do museu também é possível comprar antecipadamente, mas há cobrança de taxa de conveniência.
As obras têm legendas, mas para saber mais vale investir € 5 no guia de áudio ou comprar uma escursão que inclui ingresso com guia (inglês, francês ou espanhol), no Get your Guide. Veja abaixo:
Quanto tempo reservar para o Museu Arqueológico de Nápoles
Nós ficamos no Museu por 2 horas e meia, e não vimos tudo, então minha sugestão é que você comece pela área que tem mais interesse.
Visita virtual
O Google Arts & Culture te leva a um tour virtual pelo Museu Arqueológico de Pompeia.
Embora eu tenha colocado várias imagens, você sabe que nada se compara a ver de perto uma obra de arte – além do que o número lá é muito maior do que se vê aqui. Então vá!
E pra encerrar, eu fui a Nápoles só pelo Museu, mas se eu soubesse que a pizza napolitana era tão boa quanto sua fama teria valido a pena ir apenas pela pizza, também.
Respostas de 10
Que legal é o Museu Arqueológico de Nápoles, adorei a dica, quero conhecer também! Acho essa história muito interessante, então já vai entrar na lista.
Sabendo da minha paixão por pizza, mentira, pelo património de Itália, tenho a certeza que ia amar Nápoles e o seu Museu Arqueológico. Impressionante o trabalho de escavação, que conseguiu salvar tantos vestígios desse passado glorioso, apesar do imenso desastre vulcânico que devastou a região. Os murais romanos são lindos, né? Adorei a metáfora do pixel
Ruthia não passo uma semana sequer sem comer pizza, pena que não é a de Nápoles! Sim, é incrível a resgate, mesmo assistindo a documentários a respeito fica difícil entender o processo de trabalho dos arqueólogos. Acho que é igual a quando fazemos um ultrassom, só quem estudou mesmo consegue identificar algo ali. Imagine essas esculturas misturadas com terra, areia vulcânica petrificadas… O que é o que?