Cidade ao Sul da Rota Romântica alemã, Augsburg tem um centro histórico lindo e preservado. Confira o que fazer seguindo nosso itinerário de uma tarde por lá.
Augsburg foi a primeira cidade da Rota Romântica que visitamos, embora ela não esteja nem no começo ou final da rota. Como nosso voo tinha destino final Munique, a pouco mais de 80 quilômetros de distância, nosso roteiro começou ali, depois seguiu para o Norte, até Wurzburg, e depois voltamos ao sul da rota, para conhecer Fussen, já nos Alpes.
Leia Rota Romântica: que Cidades Visitar, onde falo sobre as estradas da Rota, sugiro quanto tempo ficar em cada uma, dou opções para quem não vai de carro, entre tantas outras dicas.
A vida é bela. Para compensar as longas horas sentada na econômica, dormindo e acordando repetidas vezes, dos pés inchados e da pele ressecada, ela, a vida, te gratifica com o novo. Sim, uma viagem inteira, mesmo que seja uma volta ao mundo, vai te apresentar novidades sempre, mas aquelas primeiras horas no primeiro contato beiram o encantamento. Sempre faço um exercício para que meus olhos não se acostumem ao novo, para que eu continue admirada dias ou semanas depois da mesma forma que ao chegar a um outro país. Não sei se me faço entender, não é que eu me canse ou que não veja mais graça, vejo, sim, mas acho que as lembranças que tenho da primeira cidade em cada país são sempre muito especiais.
E Augsburg, embora não seja a mais bonita, a mais charmosa, a mais badalada cidade da Rota Romântica, ganhou pontos por ter sido a primeira. A chegada é agradável aos olhos, mesmo fora do centro histórico: depois de atravessar o rio Lech e passar por uma quarteirão de indústrias, dirigimos por uma alameda com larga faixa de árvores, avistamos um moderno tram circulando, ciclistas voltando do trabalho, aquela coisa europeia… Viramos à esquerda e depois de passar por um desses prédios baixos erguidos sobre arcos que dão ares de portal a uma cidade, estávamos oficialmente em nossa primeira cidade da Rota Romântica. Já passava das 17h, o verão tinha dado espaço para o outono há apenas uma semana, então tínhamos cerca de 2 horas de luz natural. Fizemos o checkin no Dom Hotel rapidinho e partimos para explorar a pé a Maximilianstraße, rua onde ficam os principais pontos turísticos com casarões importantes da renascença, três fontes, a praça principal com a prefeitura, as igrejas.
Depois de visitar as outras cidades da rota romântica, achei que Augsburg tem um ar mais refinado, e hoje escrevendo sobre ela me pareceu mais austríaca do que alemã. Ou talvez eu tenha sido influenciada pela informação de que Leopold, o pai do mais famoso Mozart, Wolfgang Amadeus, nasceu ali. Veja as imagens, leia sobre as demais cidades da Rota Romântica e tire suas conclusões.
Augsburg: o que fazer em poucas horas
Este roteiro tem aproximadamente 3 km (ida e volta), desconsiderando os pontos turísticos fora do eixo da Maximilianstraße, como o Museu Maximiliano e o Fuggerei. Sem estes dois, é só seguir uma linha reta, então nem mapinha compartilhei aqui, pois as imagens e a descrição serão suficientes. Comecemos!
A Catedral de Augsburg data do século 11, mas a primeira igreja erguida neste local é do século 8. Obviamente, passou por destruições e mudanças de estilos arquitetônicos, mas escapou quase ilesa dos bombardeios da Segunda Guerra. Como a catedral era nossa “vizinha”, imaginei que poderia visitar seu interior no dia seguinte, o que não aconteceu, então se você entrou, deixe nos comentários o que achou.
Descendo poucos metros na Maximilianstraße, avisto dois marcos da cidade, a Torre Perlach e a Prefeitura. Construída no século 10 como uma torre de vigilância, hoje por 2 euros e algum esforço físico você pode subir seus 261 degraus e ver Augsburg 70 metros acima do solo, mas a dica é: evite estar lá nas horas cheias, quando o som do sino chega a incomodar e sua vibração chacoalha até a escada.
Ao lado da Perlach fica o prédio da prefeitura de Augsburg e em frente a Rathausplatz, praça que me lembrou Siena porque em ambas as pessoas se sentam no chão para ver a vida passar. Amo muito tudo isso!
Na minha listinha de o que fazer em Augsburg além de passear pela cidade, estava visitar o interior da Prefeitura. Construído no início do século 17, foi o primeiro edifício do mundo a ter 6 andares e está protegido pela Convenção de Haia em caso de conflito armado. Logo após a segunda Guerra, o edifício passou por reconstrução e teve sua fachada restaurada como a original, mas o interior simplificado. Somente na década de 1980 o Salão Dourado voltou a ter o esplendor que apresentava séculos antes, com afrescos no teto, detalhes em dourado e pórticos imponentes. Infelizmente chegamos tarde e não pudemos visitar, mas se você vai, programe-se. Veja no site oficial da prefeitura de Augsburg os horários.
Augsburg, que leva este nome por ter sido fundada pelos filhos do imperador romano Augustus. E a fonte em homenagem a esse imperador é a primeira das 3 fontes da Maximilianstraße. Cada uma simboliza as três principais classes de pessoas da sociedade de Augsburg. A de Augustus homenageia os homens bravos e guerreiros. A segunda fonte, Mercúrio, é bem mais simples e simboliza os mercadores e comerciantes. Fica pertinho da Weberhaus, edifício que você vai reconhecer facilmente pelas pinturas na fachada feitas em 1959 (ou porque eu fotografei e postei aqui ehehe).
No quarteirão seguinte fica o Palácio dos Fuggers, família influente e próspera de Augsburg que construiu o primeiro conjunto de casas sociais do mundo, em 1516. Fuggerei é considerada uma cidade dentro da cidade: são 67 casas de dois andares, compreendendo 147 apartamentos. Tem sua própria igreja, fontes, muros e portões, que ainda hoje são fechados às 22h pelo vigia noturno. O aluguel anual de um apartamento hoje equivale a 1 euro. Para os turistas, há um bunker usado na Segunda Guerra e um apartamento mobiliado, que virou museu. Fica na Jakoberstraße 26, a poucos quarteirões da Maximilianstraße.
A última fonte da Maximilianstraße, a de Hércules, é a mais impessionante das três e homenageia os artistas e artesãos de Augsburg (malandrinhos, esses escultores!). Instalada em 1602, a escultura de bronze mostra Hércules matando Hydra, e abaixo estão as deusas do tempo e do destino. Os anjos com gansos eram populares na época (vi vários nesta viagem à Alemanha). As esculturas originais das três fontes estão expostas no Museu Maximiliano.
Em frente à fonte Hércules está o Palácio Schaezler (casa branca ao fundo da foto acima), de 1765 , que hoje abriga a mais importante coleção de pinturas barrocas da Alemanha, mas os turistas ficam boquiabertos mesmo é com o salão de baile barroco, cheio de detalhes em dourados, espelhos e lustres de cristal.
No final da Maximilianstraße, duas igrejas anexas, curiosamente uma católica e outra protestante, St. Ulrich e St. Afra. Só visitamos a menor, onde o coral ensaiava, mas li que a maior é deslumbrante.
Achei-a bem diferente de todas as igrejas que eu havia visitado: nas laterais, os bancos onde se sentam os fiéis eram cercados e têm portas para entrar. A decoração também me surpeendeu, com pinturas em quadros em vez de estátuas ou afrescos e rico trabalho de gesso.
Encontre na página-índice da Alemanha todos os posts sobre esta viagem à Europa, que além da Baviera incluiu a região de Baden-Wurttemberg – com direito a Oktoberfest em Stuttgart – a Alsácia, na França, e um pouco da Áustria
Fizemos o caminho de volta, jantamos na Praça da Prefeitura e fomos para o hotel descansar. No dia seguinte, visitamos outras 3 cidades da Rota Romântica: Harburg, Donauworth, e Dinkelsbuhl, e nos seguintes as cidades de Rothenburg-ob-der-Tauber e Wurzburg. Depois de um desvio a Stuttgart e à Alsácia, voltamos à rota e conhecemos Fussen e Schwangau e os castelos.
Mesmo que você não esteja percorrendo a Rota Romântica da Alemanha, vale uma visita a Ausgburg se estiver em Munique. Temos dica de bate-voltas de Munique, também!
Respostas de 47
Lugar fantástico 🙂 ainda não visitámos mas queremos muito num futuro próximo 🙂
As vezes nem é porque é mais bonita que a gente gosta mais, né? É tudo sobre as experiencias, expectativas e vivencias 🙂 adorei!
Disse tudo, Camila!
eu fico fascinada com essas cidadezinhas alemãs e como elas ficam lindas em qualquer época do ano, nunca tinha ouvido falar sobre Augsburg, mas parece mesmo uma cidade encantadora!
Nossa, conheci muito lugar lindo e pouco popular em terra brasilis.
Essa rota é interessantíssima. Boa pesquisa a que você fez. Muita informação relevante.
Acho que nas viagens vivo o emocional e no retorno, quando escrevo, o intelectual. Tão bom aprender, né?