Conheci os Alpes Italianos numa viagem com uma amiga e me apaixonei pelas Montanhas Dolomitas. Três anos depois, voltei com meu marido para que ele entendesse porquê esta região da Itália acabou se tornando a preferida de um país com tantas belezas naturais, culturais e históricas. “você tinha razão, é mesmo muito lindo!”, ele repetiu sempre que eu o provocava. Voltei aqui e atualizei este post com outras sugestões de passeios que fizemos juntos. Veja no mapinha abaixo todos os lugares que conheci nestas duas viagens pelas Montanhas Dolomitas:
Para dicas práticas de planejamento sobre os Alpes italianos, por favor leia o post Dolomitas: guia para planejar sua viagem, onde explico once se localiza, como chegar, que estradas escolher, onde ficar, falo sobre trilhas e outras dicas. Veja aqui o que você vai encontrar:
ALPES ITALIANOS – Montanhas Dolomitas: dia 1
Caso você tenha apenas um dia disponível, terá que fazer escolhas, e a primeira é saber qual lado das Dolomitas visitar. Tanto o lado Oeste quanto o Leste têm atrativos, montanhas lindas, lagos cristalinos e paisagens deslumbrantes, não se preocupe. Em 2016 o primeiro dia da minha viagem aos alpes italianos foi no lado Leste e em 2019 foi no lado oeste.
Sugiro que encaixe os Alpes Italianos no seu roteiro de acordo com outras cidades que visitará na Itália. A partir de Veneza, fica mais fácil conhecer as Dolomitas orientais, região da cidade Cortina d’Ampezzo. São 158 km e o percurso é rápido e tranquilo. Caso viaje a partir de Verona, são 176 km até o vilarejo Siusi – ou Seis am Schlern na língua local. Se quiser prosseguir um pouco mais, 189 km até Ortisei e Selva di Val Gardena, já no coração das Dolomitas.
Você aproveitará mais a viagem se alugar um carro, pois, diferente dos Alpes Suíços e sua invejável malha ferroviária, o transporte público nas Montanhas Dolomitas é precário.
Não deixe de ler o post Dirigindo na Itália se decidir alugar um carro. E reserve pela Rentcars, site de buscas e reservas que uso em minhas viagens
Leia abaixo o que fizemos no primeiro dia na parte Leste das Dolomitas, assim você tem uma ideia do que é possivel conhecer em 1 dia ou num bate-volta.
Dia 1 nas Dolomitas, em 2016: Veneza-Cortina-Lago Misurina-Rifugio Auronzo
Retiramos o carro na locadora da Piazzale Roma, em Veneza, o que levou quase uma hora. Havia apenas um funcionário no balcão e os carros ficam em um estacionamento fora da ilha, o que atrasa a retirada, então acorde bem cedo para ser o primeiro a ser atendido assim que a locadora abrir.
Fizemos duas paradas para fotografar e chegamos em Cortina d’Ampezzo para o almoço. Visitamos o centro de informações turísticas, compramos vinho, queijos e frutas. Este seria nosso jantar, pois eu tinha lido que fora da alta temporada os restaurantes do lago Misurina, onde nos hospedamos, não funcionam.
Subimos uma serrinha até o lago Misurina, rodeadas de montanhas cada vez mais próximas e mais lindas, com topos serrilhados, no tom acizentado que dão nome à cadeia. Parei o carro antes de chegar ao lago, para fazer a foto com as icônicas montanhas 3 Cime:
Deixamos as malas no quarto e passeamos um pouco em volta do lago Misurina. Há uma trilha em volta do lago, fácil e plana, que fiz no final do dia. Pedalinhos podem ser alugados para passeios, onde há um mercadinho e lanchonete e restaurantes simples.
Seguimos a estrada em direção ao norte, para o estacionamento no Rifugio Auronzo, o primeiro abrigo e restaurante, já no alto da montanha. Pagamos 18 euros para subir a estrada sinuosa, mas em junho de 2019, o pedágio tinha subido para 30 euros. É um destino popular, pois além das vistas incríveis, tem uma das mais famosas trilhas das Dolomitas, a que circunda as Tre Cime di Lavaredo.
Como já era fim de tarde e minha amiga não quis nem sair do carro por causa do frio que sentia, eu só fiz um trecho bem pequeno da trilha e dezenas de fotos da vista que se tem e que na minha opinião valem os 30 euros do estacionamento/pedágio.
Mas em 2019 fiz a trilha completa com meu marido, num dia de sol escaldante. Veja como é a trilha circular Tre Cime di Lavaredo.
Leia os posts bate-volta a Cortina d’Ampezzo a partir de Veneza e Lago Misurina e Refúgio Auronzo para maiores detalhes e muuuita inspiração.
Dia 1 nas Dolomitas, em 2019: Lago di Garda-Ortisei
Na viagem de 2019 aos Alpes Italianos, chegamos na direção oposta: alugamos o carro em Milão, passamos o dia em Linome sul Garda, no Lago di Garda, e chegamos ao coração das Dolomitas já no final do dia. Mas não pense que foi perdido! Além das trilhas, outro grande barato é dirigir pelas estradas sinuosas e com paredões rochosos magníficos.
Nos hospedamos em Ortisei, cidade que adorei por dois motivos: 1. ela é menor que Cortina e mais arrumadinha. 2. Tem acesso a pé aos teleféricos, a partir do centrinho, a dois ícones das Dolomitas: Alpe di Siusi, o maior platô de altitude europeu, e Seceda.
ALPES ITALIANOS – Montanhas Dolomitas: dia 2
Dia 2 nas Dolomitas, em 2016: Lago Misurina-Passo Giau-Passo Falzarego-Selva Val Gardena-Funes
Dia de muita estrada, rodando por trechos da hostórica Grande Strada delle Dolomiti, que vai de Cortina a Bolzano, mas infelizmente o clima não ajudou. Choveu a maior parte do tempo e quando não chovia o céu estava completamente encoberto.
Partimos do Lago Misurina logo após o café da manhã e pegamos a estrada até Cortina, que é lindamente sinuosa com campos e paredões rochosos e há um ponto para ver o vale onde está a cidade.
Na cidade há placas orientativas para vários passos e refúgios, daquelas que você precisará estacionar para ler, pois são tantas que só uma olhadinha não será suficiente.
Nossa primeira parada do dia foi Passo Giau. Eu vou ficar aqui repetindo que as estradas são lindas. Desculpe, não é pobreza de vocabulário ou falta de assunto, mas todas elas têm atrativos e todas valem ser percorridas, seja pela paisagem, seja pelo prazer de dirigir num lugar assim. Nesta em particular foi onde encontramos um grupo de motoqueiros e até um carro de corrida (só sei modelo de carro se leio o que está escrito na traseira, mas aquele era um carro de corrida, sim), mas também vimos ciclistas e vários cavalos e vacas pastando à beira da estrada.
Passo Giau às vezes é incluído na competição ciclística Giro d’a Itália, que como diz o nome percorre alguns pontos de Norte a Sul do país. Outra competição anual é a Maratona das Dolomitas, cuja próxima edição está agendada para o início de juhho de 2021.
Depois de brincar de esconde esconde, esperando as nuvens permitirem-me avistar o cume de 2.236 metros, voltamos pela estrada até Cortina, mas para quem tem mais tempo é possível continuar pela mesma estrada (638) e na bifurcação pegar a 251 e a 203, seguindo até Passo Falzarego, nossa parada seguinte.
Pouco antes de chegar a Passo Falzarego, parei para fotografar o Rifugio Col Gallina, onde também tem uma capelinha, mas o destaque fica por conta da montanha piramidal. Aliás, os passos sempre têm capelas, algumas para padroeiros de montanhistas, outras para padroeiros de gado. Entendo a religiosidade italiana, mas não há lugar mais próximo de Deus, Buda, Alá, ou seja qual for sua crença, do que a natureza e, na minha opinião, as montanhas são o templo perfeito.
Em Falzarego tem uma gôndola/um teleférico que te leva (neste dia literalmente) às nuvens sem recorrer a nenhum tipo de substância ilícita. Em um dia tão nublado como aquele, não valeria a pena subir a Lagazuoi, a 2.752m, então eu tirei algumas fotos, entrei na lojinha de suvenires (cara!) do local, onde muita gente tomava um café para esquentar. Não sei qual era a temperatura naquele dia, mas estava muito frio para um final de primavera e eu vestia minha sempre-presente-nos-destinos-de-montanha-jaqueta-corta-vento-vermelha. É preciso economizar para viajar.
E como a viagem continua depois que termina, descobri que Falzarego significa falso rei na língua ladina (dialeto do norte da Itália, nas Dolomitas, no Sul do Tirol nas províncias de Beluno e Trentino. Leia mais no próximo post, o Guia das Dolomitas) e se refere ao rei de Fanes, que segundo a lenda virou pedra por ter tomado o trono do verdadeiro herdeiro. Esta é uma das lendas passadas oralmente por gerações, nos invernos longos das montanhas, quando as famílias se reuniam em um único cômodo para aproveitar o calor que vinha do fogão. No final do século 19 um antropologista austríaco coletou esta e outras histórias e seus estudos renderam publicações que hoje são usadas nas escolas ladinas. Na região de Alta Badia, um pouco mais ao Norte deste ponto, você encontrará algumas estações de aluguel de bikes elétricas e lá você também pode usar um MP3 para ouvir esta e outras lendas. E no Brasil, sua escola ou a escola de seus filhos ensina lendas indígenas?
A caminho entre Falzarego e Gardena, fotografei um dos museus históricos da Primeira Guerra Mundial – as Dolomitas têm vários túneis, trincheiras que podem ser visitados, principalmente no alto das montanhas (que pena não ter subido a Lagazuoi), mas este estava ao lado da estrada Passo Valparola. Garoava e fazia frio, e eu que gosto de um papo nem tive vontade de conversar com um motoqueiro que me explicava (o que eu já sabia) que aquelas montanhas antes pertenceram à Áustria (na verdade, ao império austríaco) e que as Dolomitas haviam sido palco de batalhas da Primeira Guerra.
Assista a este video disponibilizado no YouTube (em Inglês) para entender melhor o que são estas trincheiras e viajar no tempo ao imaginar a vida desses soldados batalhando em condições inóspitas. Mais abaixo eu resumo o imbróglio envolvendo as Dolomitas.
Nos próximos 100 km eu dirigiria debaixo de chuva, com nuvens baixas sobre as montanhas altas que mal podiam ser vistas, por estradas serranas estreitas e cheias de cotovelos. Passamos por vales lindos e montanhas sempre impressionantes, e também por vilarejos à beira da estrada onde em dia sem chuva teria sido delicioso passear, mas só paramos para almoçar no restaurante do Hotel Chalet Gerard, que apesar de luxuoso e do cardápio primoroso, não saiu tão mais caro que em outros restaurantes italianos.
Este trecho entre Passo Gardena e Selva di Val Gardena… ah, nem vou falar que é um grande prazer dirigir ali, que a paisagem é linda, que a estrada é cheia de cotovelos a 180º e que a proximidade com os paredões rochosos chega a assustar, mas um susto como de uma surpresa boa. Pronto, falei de novo. Eu preciso falar, sempre, porque é muito bonito, mesmo.
A parte chata eu vou falar rapidinho: nos perdemos para chegar a Funes, rodamos muitos quilômetros a mais na autoestrada e depois por estradas tão estreitas e à beira de precipícios debaixo de chuva e com a noite se aproximando. Foi desgastante.
Quando finalmente chegamos à pousada onde passaríamos a noite, não se enxergava nada por causa da chuva e neblina. A rua era sem saída e estreita e como passamos batido pela pousada (não me culpem, olhem a visibilidade!), tive que voltar de ré. Gente, que saudade do meu marido dirigindo!!!!!! Eu quero ver paisagem, fotografar, não quero mais brincar de dirigir em viagem! rsrsrs
Escolhi esta pousada por sua localização, um verdadeiro cartão postal. Quando voltei em 2019, ela havia fechado, uma pena. O jantar foi uma coisa esquisita. Havia 4 ou 5 mesas tomadas por hóspedes e um silêncio inquietante, como se a gente estivesse ali para um teste ou incomodados com algo – será que com a chuva que caíra o dia todo? Normalmente em pousadas e B&B há uma proximidade entre as pessoas, mas não sei porque isso não aconteceu nem durante as refeições ali. Mas cachorro é tudo de bom e um bem gordinho entrou na sala e todos começaram a rir: “I think he’s on a holiday here, too!”. Explico: o jantar era típico italiano, com entrada de salada e pizza, prato principal, sobremesa. Quem aguenta comer tanto?!
Dia 2 nas Dolomitas, em 2019: Alpe di Siusi-Santa Magdalena-Val di Funes
Era meu aniversário de 50 anos, e eu tinha escolhido passá-lo no lugar que eu mais gostava dos Alpes Italianos, Alpe di Siusi. Tomamos o teleférico (€ 19.90 ida e volta) para Mont Seuc, ou Seiser Alm, ou Alpe di Siusi, escolha uma língua oficial desta parte da Itália.
Como este é o maior platô europeu, você pode imaginar que não foi difícil passar o dia ali, caminhando e curtindo o dia lindo que desta vez fez, embora as duas viagens tenham sido em junho. Não tive bolo, não tive presentes, mas foi um dos meus aniversários mais gostosos e certamente inesquecível.
Nos meus planos deveríamos descer e pegar o teleférico do outro lado da cidade de Ortisei, para Seceda, mas vai ficar para uma terceira viagem aos Alpes Italianos, porque tem muita coisa pra ver e curtir por lá, ainda.
Cansados da caminhada, preferimos rodar de carro até Funes, onde me hospedei em 2016. Passamos primeiro pelo cartão postal das Dolomitas, a igrejinha San Giovanni em Santa Magdalena.
A poucos minutos de carro da igrejinha fica o local onde me hospedei em 2016, que em 2019 tinha encerrado as atividades, mas o restaurante vizinho mantinha-se aberto.
Veja dicas de como chegar a estes lugares e trilhas para fazer na região em Funes? Nas Montanhas Dolomitas!
ALPES ITALIANOS – Montanhas Dolomitas: dia 3
Dia 3 nas Dolomitas, em 2016: Funes-Alpe di Siusi-Trento
A pousada em Funes fica num lugar tão remoto que nem visualização do homenzinho amarelo do Google Maps tem, só fotos. Pagamos o preço da exclusividade para chegar lá ao dirigir tantos quilômetros e sob chuva – e a chuva impediu o que a manhã seguinte, clara e ensolarada, trouxe. Quase pulei de alegria. Fui à sacada para fotografar meus pés com as montanhas Sass Rigais ao fundo, me vesti, peguei uma fruta, e às 6h30 já estava fazendo uma trilhazinha antes do café da manhã.
Depois do café, parti com dor no coração, porque não teria tempo de andar por ali. No caminho, Santa Magdalena, um vale salpicado de casinhas alpinas e igrejinhas simpáticas, iguais a tantas outras, mas com picos pontiagudos como pano de fundo! Não consegui o melhor ângulo e o dia estava nublando rapidamente, então me contentei com as próximas imagens.
Cerca de 50 km depois chegamos a Siusi, no outro lado da montanha. Subi um pouco a estrada que leva até Alpe di Siusi, no alto da montanha, mas voltamos pois não sabíamos se poderíamos ‘entrar’. Estacionamos o carro na enorme estação do teleférico mais longo que eu já tinha tomado. Mas essa história você lê no post Alpe di Siusi: o paraíso nos Alpes Italianos. Sim, o lugar parece um estereotipado paraíso: campos verdes enfeitados com flores amarelas, vacas pastando e seus sinos tocando. Vento fresco batendo no rosto num raro encontro com a natureza alpina. O retrato dos Alpes.
Quando descemos até Siusi, no vale, seguimos em direção à autoestrada 22 até Trento, aquela mesma do Concílio, que você estudou na escola. Chegamos no final do dia, para curtir o happy hour na praça principal. No dia seguinte, visitamos esta cidadezinha deliciosa, sua catedral, castelo-museu, torres defensivas e outros atrativos.
Dia 3 nas Dolomitas, em 2019: Ortisei-Passo Val Gardena-Cortina
Pela manhã conheci mais um pouco de Ortisei, suas esculturas, ponte coberta, e fui até a estação do teleférico para Seceda enquanto meu marido lavava nossas roupas na lavanderia local. É uma estrutura impressionante! Para ter acesso a partir do centrinho, construíram um túnel para pedestres com esteiras rolantes e piso adequado para esquiadores. Fiquei feito cachorro magro em frente ao forno de frango na padaria, querendo muito subir. Quem sabe daqui a 3 anos…
Pegamos a estrada no sentido contrário que eu havia feito sob chuva há 3 anos, pela SS242. O dia não podia estar mais lindo para compensar, e pude ver o quanto eu havia perdido de paisagens!
A serrinha ente Ortisei e Val Gardena é linda, mas o ponto onde é possível estacionar e curtir as montanhas é embasbacante, anote aí: Passo Gardena. Muita gente estaciona ali para fazer trilhas e tivemos que pagar apenas para admirar o vale e fotografar.
Pouco antes de chegar a Cortina, encontramos um restaurante/pousada com mesas no jardim e uma vista linda, o La Locanda del Cantoniere (localitá Vervei), onde almoçamos e descansamos.
Seguimos até o hotel em Cortina (Villa Nevada) e curtimos a vista do jardim e da varanda do quarto. Depois jantamos no centrinho da cidade.
ALPES ITALIANOS – Dia 4 nas Montanhas Dolomitas, em 2019: Cortina-Tre Cime di Lavaredo-Lago de Braies
Dia de trilha, é dia feliz! Pegamos a serrinha até o Refugio Auronzo, aquele que conheci no primeiro dia nas Montanhas Dolomitas, em 2016. Mas desta vez preparada para fazer a trilha completa Tre Cime di Lavaredo! O dia estava muito quente, havia tanta gente na trilha que em alguns trechos andávamos em fila indiana. Leva cerca de 3 ou 4 horas para finalizar a trilha circular de 10 km. ainda vou escrever sobre ela em detalhes.
Descemos a serra até o Lago Misurina e me emocionei ao rever meu primeiro contato com as Montanhas Dolomitas, ali. Como já eram umas 14h30, o restaurante com mesas em frente ao lago já não estava servindo almoço, então fomos até o restaurante do Grand Hotel Misurina para comer um panini.
Álvaro queria voltar para o hotel e descansar, mas consegui convencê-lo a fazer uma viagenzinha de 35km até o Lago de Braies. Neste trecho as paisagens são mais modestas e os paredões rochosos aparecem com menos frequência. Como não tínhamos muito tempo, não fizemos as paradas, mas fica a dica: há um cemitério da primeira Guerra Mundial e o Lago Dobbiaco.
Outro lago dos Alpes Italianos muito bonito é o Sorapis, mas é preciso fazer uma trilha para chegar até ele. Está na minha lista para uma próxima vez.
Dia 5 nas Dolomitas, em 2019: La Grande Strada delle Dolomiti (Cortina-Passos Giau, Falzarego, Pordoi-Val di Fassa-Lago Carezza-Bolzano)
Como você deve ter notado, há várias estradas que unem as Dolomitas orientais às ocidentais e outras secundárias para chegar a passos. Nos faltava rodar por uma delas, la Grande Strada delle Dolomiti, que cruza 3 regiões italianas: Trentino, Alto Ádige e Vêneto, unindo Cortina d’Ampezzo a Bolzano.
Antes, porém, um pequeno desvio para mostrar ao maridão um passo lindo, o Giau, a montanha piramidal que conheci no segundo dia, em 2016 (pra você ver a foto acima). Deixo uma foto da vista em frente a ela:
Voltamos pelo mesmo caminho (SP 638) e na bifurcação seguimos até o passo Falzarego, onde o teleférico te leva a uma hotel de 3 estrelas a 2.752 metros de altitude. Estes pontos eu havia percorrido em 2016, o que veio pela frente foi novidade, como Passo Pordoi, estrategicamente entre as montanhas Marmolada e Sella. Um emaranhado de teleféricos cortam os ares e na estrada uma infinidade de motociclistas se divertem ao prazer de dirigir em estradas sinuosas.
Como eu disse, não só motocilicstas, mas ciclistas fazem das Dolomitas seu playground. Se você é fã de ciclismo, talvez conheça o campeão Fausto Coppi, que ganhou um monumento no Passo Pordoi.
A próxima parada foi para o almoço, no restaurante do Hotel Bellavista, com mesas externas para uma vista linda, bem ao lado do teleférico. Foi uma pausa estratégica, pois a próxima serrinha é daquelas cheias de cotovelos!
Terminada a serra, a estrada passa dentro da cidadezinha de Canazei, em Val di Fassa, onde aproveitamos para abastecer o carro. O coração foi apertando, estávamos chegando ao final da viagem aos Alpes Italianos. Mas antes uma parada no lindo lago Carezza, o da foto que abre este post. Detalhes da visita no post Lago de Braies, Misurina e Carezza: os melhores das Dolomitas.
Chegamos em Bolzano no final da tarde, a tempo de curtir o centro histórico e jantar na praça principal da cidade.
Espero que meu roteiro nas Dolomitas te inspire a ir ou te ajude a montar seu próprio roteiro. Se preferir um roteiro exclusivo para você, entre em contato pois além da consultoria de viagem também desenho roteiros. Envie sua mensagem para mulhercasadaviaja@hotmail.com.
Respostas de 23
Ótimo, Márcia! E fotos lindíssimas!
Obrigada, Alessandro. Um pouco frustrada com o resultado das fotos, pra falar a verdade. Tipo: expectativa X realidade rsrsr
Que nada, ficaram ótimas!
Muito bom o post!
Carro 1.0 dá conta do recado nesse trecho ?
Guilherme, se 1.0 é o q vc vai alugar, vai ter que dar, nao é? Claro que em serras o melhor ė um motor mais potente, mas já dirigi muito 1.0 e aprendi q tem que pegar embalo antes da ladeira e desligar o ar condicionado. Rsrs já leu o post Dirigindo ns Italia? Tem link pra ele neste post. Abraços
Olá, Marcia.
Em primeiríssimo lugar, quero parabenizar pelas matérias. Li várias!!!
Estou indo para o Norte da Itália em dezembro-17 e janeiro-18. Vamos eu, esposa e filha de 4 anos. Ela quer ver neve. Acho que dá pra matar esse desejo dela nas Dolomitas, certo? rsrs
Bem, pelo cronograma inicial, devo passar justamente o réveillon dentro do roteiro circular que envolve Veneza (saída e chegada) – Cortina d’Ampezzo – Bolzano – Trento – Bassano del Grappo/Marostica.
Minhas dúvidas:
1. Onde “pousar”?
2. Quantas noites em casa pouso?
3. Cidade bacana pra passar a noite de réveillon?
4. Cidade com boas atrações para as crianças (além da neve, claro, rs)?
5. Onde NÃO ir (algum lugar muito inóspito e tal…)?
Agradeço imensamente pelo help.
Abraços e, mais uma vez, parabéns pelo trabalho.
Oi, Rômulo, obrigada pelo feedback positivo, sempre bom saber que as dicas estão sendo úteis. Neve é certeza, aproveitem! Olha, inverno é bem diferente da primavera, quando muitos vilarejos das Dolomitas estavam às moscas, pois são resorts de esqui, então reserve os hotéis logo (e se quiser contribuir com o blog, faça as reservas pelo logo do Booking.com na página inicial do blog ☺). Não sei quantos dias você tem para este trecho do Norte (acho que não vai ficar os 30 dias lá, né), então segue o que eu faria:
– Veneza ao menos 2 noites
– Cortina é uma gracinha e de lá você conhece vários passos ou rifugios. 2 noites ao menos, e vai aumentando se forem levar a coisa de esquiar mais a sério.
No caminho até Bolzano você passa por Val Gardena, que também tem um visual lindo e pode ser um bom lugar para pernoitar. Eu fiquei bem cansada dirigindo de Lago Misurina até Funes, mas fui parando em alguns passos, o que aumentou a quilometragem, e a chuva com certeza contribuiu para o cansaço. Como vocês estarão com criança, talvez seja bom colocar uma parada para pernoite antes de seguir viagem para Bolzano, sim.
mas antes de chegar a Bolzano e Trento, que já são maiores, com universidades, etc., pare em Alpe di Siusi, nem que seja só para passar o dia.
Não conheço Marostica, mas é tão pertinho de Trento que não sei se haveria necessidade de pernoitar lá.
– Bolzano e Trento: 2 noites cada. Até dá pra ficar menos, mas nem todo mundo gosta de ficar só uma noite em cada hotel…
Se as estradas estiverem boas, já pensou em esticar até Innsbruck, na Áustria? são apenas 123km de bolzano…
Indo para o Sul, você pode parar em Riva del Garda para conhecer e seguir viagem para Verona (2 noites)
Não estiquei até Merano por falta de tempo, mas você pode pesquisar e ver se vale a pena.
Nunca passei Reveillon na Europa, mas todo mundo diz que é muito diferente do Brasil, porque o frio impede que as pessoas fiquem ao ar livre e não há tanta festa como aqui.
Quanto a atividades para crianças, além da neve, não acho que tenha muito o que fazer. As Dolomitas são para serem caminhadas ou esquiadas. Mas dá uma olhada neste site feito para famílias, com vários destinos italianos: http://www.familygo.eu/destinazioni/
Nossa, nem na primavera que estava tudo vazio achei inóspito. A natureza é linda e só vi gente do bem: motoqueiros, ciclistas, trekkers… Éramos duas mulheres e não me senti insegura em nehnum lugar ou momento, nem mesmo quando estava sozinha em trilha ou cidade.
Espero que vocês curtam tanto quanto eu curti!
Olá, Márcia!
Poxa, super obrigado pela resposta.
E pode ter certeza que farei as reservas através de seu blog sim. É o mínimo que posso fazer para retribuir esse belo serviço que você faz.
Quanto à viagem, nós vamos fazer um trecho bem grande, englobando parte dos alpes suíços, uma “pegada” na França e um bom pedaço do norte da Itália.
Resumidamente, será assim: Milão (e arredores)-Lugano-St. Moritz (Bernina Express)-Zermatt ou Visp (Glacier Express)-Chamonix-Annecy-Turim-Bergamo… Aqui começa o meu tormento, rsrs.
Sairemos de Bergamo rumo ao seguinte trecho: Verona-Veneza-Cortina (…) (…) e depois retorno para Milão, de onde retornaremos para o Rio.
A saída de Bergamo será no dia 27 de dezembro. Temos que pegar o voo de retorno em 07 de janeiro.
Assim, teremos de 27 de dezembro até 06 de janeiro (dias cheios) para o trecho que falei acima.
Devo partir direto de Bergamo para Veneza. Subir para Cortina e descer por Bolzano-Trento-Verona. Essa seria a última cidade a visitar, antes do retorno para Milão.
O que sugere?
Rômulo, acho que eu teria feito o roteiro igualzinho ao seu se tivesse tido mais tempo! Mantenho as sugestões do comentário anterior, mas como você terá mais dias do que eu pensava, aumente as noites nas montanhas, se gostarem de esportes de inverno ou de brincar na neve. Caso contrário, rodar pelas estradas das Dolomitas, fazendo bate voltas para apreciar a paisagem, subir até os passos para um chocolate quente com vista, já é um programão, na minha opinião.
Se quiser outras sugestões de cidades, considere incluir, saindo de Veneza: Treviso, Belluno e Fiera de Primiero.
Dê uma olhada no blog da Ana, que tem outras dicas da região Norte da Itália: https://italiana.blog.br/italia-no-inverno-post-indice/
Bom planejamento!